Bom, essa semana tem show dos Titãs, aqui no Araújo Vianna, e eu resolvi escolher essa semana pra falar um pouco sobre eles. Pra começar, trazer pela primeira vez uma banda nacional pros shows históricos. E por que eu escolhi esse? São alguns os motivos.
Ser um octeto tem vantagens e desvantagens. Os vocalistas (eram três à época, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e Branco Mello) não precisam trabalhar o tempo todo, se revezando nas músicas (sendo que Nando Reis e Sérgio Britto também cantavam algumas, apesar de tocarem baixo e teclado), e tudo fica muito mais fácil. Os backing vocals da banda também eram bem trabalhados, já que eram muitos que podiam ajudar.
Por outro lado, o que aconteceu com o Titãs é algo que pode acontecer numa empresa. É difícil se chegar num consenso e acabar uma banda de oito integrantes. Assim, o que aconteceu foi que a banda foi minguando, tipo sociedade. Primeiro, Arnaldo, lá em 1992. Voltou depois para uma turnê em 1997, mas nada além disso.
Depois, a morte de Marcelo Fromer, o titã menos lembrado (junto com Branco). Guitarrista solo da banda, morreu uns dias depois de ser atropelado por uma moto em junho de 2001. Nando Reis foi o próximo, no final de 2002. Abalado pelas mortes de Marcelo e de seu amigo sua amiga Cássia Eller, resolveu sair da banda (oficialmente, porque Nando já aparecia como uma carta fora do baralho dos Titãs muito antes disso).
E quando parecia que finalmente o Titãs manter a formação até o fim da carreira, agora como um quinteto, mais uma baixa: em 2010, Charles Gavin, batera, resolveu sair, porque já encheu o saco de fazer turnê e tal. Aí me perguntam: "como que o show de 30 anos pode ser o histórico? O Titãs já era!". Eu concordo, mas os piores dias já passaram, sem dúvida.
O Titãs ficou muito perdido durante um bom período. Mais ou menos entre 1997, onde gravou o acústico e realmente se acomodou, até 2003, quando Nando saiu, o Titãs ficou bem perdido. Não gravou nenhum disco inteiro de inéditas, exceção feita ao A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana, em 2001. Fora isso, entre os seis anos que separam Domingo, lançado em 1995, e o disco citado anteriormente, eles só lançaram picaretagem. Coletâneas, um disco de covers absolutamente desprezível, o acústico, enfim. Parecia que, finalmente, depois de 2003, a banda tinha se estabilizado. 2005 viu o lançamento do MTV ao Vivo, gravado em floripa, e o último lançamento de estúdio da banda foi o fraco Sacos Plásticos.
E o que eu posso dizer aqui que convenceria vocês de que o Titãs ainda é uma banda que valha a pena se ver ao vivo? Provavelmente nada, mas pelo menos parece que eles pegaram o rumo de novo. Primeiro que tiraram os músicos contratados. Agora a guitarra base é feita pelo Paulo Miklos e o baixo pelo Branco Mello e pelo Sérgio Britto. Isso eu apoio. Bem na real, se o batera eles não tem como substituir, e o Mário Fabre vai continuar como contratado forevermente, que pelo menos aprendam os outros instrumentos e fiquem só os quatro mais ele.
Um dos shows comemorativos dos 30 anos Contou apenas com Charles e Arnaldo |
O segundo ponto importante é que nos últimos anos a banda tem revezado um pouco a proposta pros shows. Não tão mais tocando aquele monte de músicas dos discos fracos pós acústico, no máximo duas ou três. O principal enfoque é nas antigas. Entre 2011 e 2013, o Titãs andou tocando o Cabeça Dinossauro na íntegra, em comemoração aos 30 anos. Atualmente, o show deles é outro: o Titãs Inédito. São umas 10 músicas que eles andam testando ao vivo, provavelmente estarão no próximo disco. Apesar de achar que é muita coisa, a iniciativa é válida. Por mim, o que devia acontecer mesmo era umas 10 músicas do Cabeça Dinossauro, e essas 10 novas, que eles revezassem umas 5 ou 6 por show.
E mesmo com essa volta toda ao passado, ou esse olhar para o futuro, não é nenhum desses shows que tá aqui hoje. O verdadeiro motivo da presença dos Titãs nos Shows Históricos é o Titãs 30 Anos, o show comemorativo. Esse, que rolou em 6 de Outubro de 2012, contou com as presenças de Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin. Mesmo que Arnaldo ainda desse umas canjas de vez em quando, essa foi a primeira vez dos sete juntos em 15 anos. Isso sim é histórico, os sete de novo juntos. Eu ainda acho que podia rolar uma turnê disso, mas Nando e Arnaldo tem suas bem sucedidas carreiras solo, duvido que quisessem. Foi só esse show aí e mais uns dois ou três, já sem o Nando, só Arnaldo e Charles. O que fica é a celebração e o registro.
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