quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Black Sabbath... simplesmente ÉPICO

oÔÔ oÔoÔÔo... ÔÔÔoooo  ÔÔÔôooo
O cansaço já era tão grande que, antes de começar o show do Sabbath minhas pernas já doíam. Como eu sabia que ia ter que fazer algum malabarismo, porque nem o Megadeth deu pra ver direito. Sentei no chão da Fiergs, de novo, e lá fiquei por uns minutos, descansando as pernas.

Lá por umas 21h40min, um pouco antes do previsto pra banda entrar, eu ouço uma voz. "Are you having fun?". Mal deu tempo de pensar "ahh, tão passando o som", e os caras falaram "é o Ozzy, é o Ozzy!!". Quando me levantei, vi que era mesmo o Príncipe das Trevas, agora puxando um coro. Eis que começa a sirene, e Cluefetos espanca a bateria pela primeira vez: O Sabbath estava no palco, e War Pigs anunciava o início de uma noite inesquecível. 

War Pigs foi um dos maiores impactos do show, sem dúvida. Todo mundo "cantando" os riffs do Iommi durante a música. Ali comecei a perder a voz, de tanto gritar. Black Sabbath, na minha frente. Um dos grandes shows que todo fã de rock sonha em ir uma vez na vida. Nunca que eu perderia essa oportunidade. Mas quase que os PALHAÇOS da segurança o fizeram. Os caras ficavam bem na frente da gente, as vezes não dava pra ver nada. Na real, não paguei 140 dilmas numa porra dum show pra ficar um FILHO DA PUTA de terno na minha frente. Ainda bem que eles saíram depois. 

Na sequência, Into The Void, outro clássico do Sabbath. Importante ressaltar uma coisa: Só o Ozzy pra fazer aquele movimento clássico das baladas (de balançar para um lado e para o outro no ritmo da música) num som do Sabbath e ainda assim ficar algo foda. Depois dela, Ozzy mandou a sua primeira frase célebre (pra quem não sabe, o Ozzy tem um inventário de mais ou menos umas quatro diferentes, que ele repete o show inteiro), anunciou a música seguinte, Under The Sun, e mandaram ver novamente. Aliás, se tem algo que eu preciso falar aqui é que Under The Sun ficou muito foda ao vivo, mesmo eu não curtindo tanto a versão de estúdio. Certamente o fato de ser o show dos caras fez diferença.
na batera... CHESSUSSSSSSSSS

Seguimos com Snowblind, clássico incontestável, e Age Of Reason, do 13. Apesar de querer muito que Loner fosse tocada, não sei se tinha lugar pra ela substituindo outra música. Talvez entrando como uma adição ao setlist. Então, após esse começo matador, veio um dos momentos épicos do show: a sequência dos três clássicos do primeiro disco.

Black Sabbath, música que, mesmo mais de 40 anos depois do seu lançamento, ainda é uma das mais sombrias e pesadas que existem. A atmosfera dessa música é algo atemporal. Só quem viu esses shows do Sabbath que sabe como isso é ao vivo. Mesmo o Ozzy errando o tempo dos versos. Behind The Wall Of Sleep realmente foi uma boa surpresa. Pode não ser uma das mais lembradas do Sabbath, mas sem dúvida é uma das melhores. Além dessas duas, N.I.B. fechava a sequência do debut. Não tem muito o que falar. N.I.B. é N.I.B., ponto final. É só o solo de baixo do Geezer começar que o pessoal pira. E aqui em Porto não foi diferente. 

Aliás, se tem algo aqui que eu preciso falar, é do Geezer. Cara, que animal das quatro cordas. Na boa, falam muito do Ozzy, pela imagem e tal, falam do Iommi (com justiça, diga-se de passagem) que, mesmo tendo dois dedos sem as pontas, faz esse som poderoso da guitarra sabática, mas o Geezer encorpa muito o som. Impressionante o som que ele tira do baixo dele, sem falar na técnica que o cara tem. 

Depois disso, voltamos pra 2013. Ainda assim, é anos 70 disfarçado de 2013. Mesmo que End Of The Beginning seja uma música nova, é incrível como ela e as outras do disco novo tem o estilo do Sabbath antigo. Muitas vezes, se tu não prestar muita atenção nas informações do disco novo e tals, pode pensar que é algo mais antigo, tamanha a qualidade do material. 
Falando em qualidade, era a vez do Paranoid ter mais músicas tocadas. A incrível Fairies Wear Boots, uma das que eu mais esperava pra ver no show, e Rat Salad, acompanhada de um puta solo do Tommy Cluefetos. Aliás, mais um momento de justiça aqui. Falam muito no Bill Ward e tal, mas sinceramente, com a técnica e a pegada que o Cluefetos tem, NÃO senti falta alguma do Ward. E mais... conhecendo o Ward como conhecemos, ele provavelmente traria a banda pra trás, porque ele tá gordão, velho e não tem a mesma pegada das antigas. Não que fosse fazer vexame nem nada disso. Ward é um baita batera, mas nesse caso a idade pesa muito.

Depois disso, Iron Man. Clássico, e música pros modinha manja nada, principalmente os que tavam de VIP, dizerem que valeu o ingresso. Ainda assim, clássico. Logo na sequência, God Is Dead?, melhor música do 13 e arrisco a dizer, uma das melhores do Sabbath. Aí fomos surpreendidos por Dirty Women. Pelos meus cálculos, era só mais Children Of The Grave e Paranoid. Tinha esquecido de Dirty Women que, aliás, pode não ser uma música tão boa assim, mas o clipe que o Sabbath escolheu pra passar no telão matou a pau: só imagens de mulheres com os peitos à mostra, pra todos os gostos. No fim, tive que prestar atenção no palco. xD

Pouquinho público... nem lotou xD
Depois de Dirty Women, Ozzy nos falou que a próxima seria a última música do show... a menos que todo mundo ficasse "extra fucking crazy". Aí eles tocariam mais uma. Obviamente já era algo programado. Ozzy tinha a plateia na mão, e foi brincadeira de criança arrancar mais uns gritos de 30 mil pares de pulmões que já estavam cansados de tanto gritar. E aí veio Children Of The Grave. Nada mais apropriado pra fechar o show.

Ou não. No bis, Iommi puxou umas voltas do riff de Sabbath Bloody Sabbath (aliás, faltou uma música desse clássico, qualquer uma, no show. Falando nisso, ele vai fazer 40 anos em Dezembro, e vai ter postagem especial), e ligou direto em Paranoid. Era o que faltava pra galera gastar o resto de energia que ainda sobrava. Todo mundo pulando, cantando a música a plenos pulmões, ou o que restavam deles. Indescritível.

Na saída, aquela sensação de anestesia, de euforia. Simplesmente não acreditava o que havia presenciado nas últimas três ou quatro horas, mas principalmente nas últimas duas. Simplesmente um culto ao rock pesado, algo realmente necessário em um espaço musical que atualmente é dominado pela Anitta e afins. O mundo precisa do Sabbath, assim como uma reunião do Zeppelin. Quanto aos produtos, os ambulantes (piratas) das camisetas, prevendo que não iam vender mais as camisetas depois daquela noite, mantinham o preço entre 25 e 30 reais, como no início do show, mas era tu dizer que não ia levar, ou que não tinha grana, que eles vinham com os descontos "mágicos".

My name is Lucifer... please take my hand!
Enquanto isso, discutíamos com um tiozinho, bebaço, sobre o fato de algumas pessoas terem comprado ingresso para ver o Megadeth, não o Sabbath. Respeito a decisão delas, mas considerando que o Megadeth já teve aí em 2010, tocando o Rust In Peace inteiro (que é um dos maiores clássicos da banda), pagar no mínimo 140 conto pra ver um show de 10 músicas da banda é algo no mínimo insensato.

Saímos da Fiergs falando sobre esse show. Só o que conseguíamos dizer eram frases como "caralho, meu, vimos o Black Sabbath. Ozzy, Iommi e Geezer... dá pra acreditar nisso?" e coisas do tipo. Não tem outra palavra que possa descrever essa experiência que não seja "ÉPICO!".

Obrigado, Sabbath. Obrigado por mostrarem o que é o verdadeiro rock. Obrigado por nos permitirem essa oportunidade. Venham novamente quando quiserem, com certeza estaremos esperando.

\m/


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