segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Raridades (ou não) do Queen (parte 2)

Dando continuidade à postagem de sábado, trago a vocês mais algumas demos e músicas não lançadas pelo Queen.
Apesar de eu ter dedicado a primeira postagem exclusivamente ao The Miracle, faltou uma demo. Quem conhece um pouquinho mais do Queen, sabe de que música vem a frase inicial "When love breaks up...". Não se lembra? Bem, ela vem do início de Breakthru.
Agora, o que poucos sabem é que aquela introdução com piano é outra música, composta por Freddie Mercury. Se conhece 1:30 dela, pois está cortada, e se chama A New Life Is Born.

Depois dessa demo, vamos agora na ordem cronológica:

Silver Salmon - Queen (1973)


Era escolher entre essa, Jesus e Mad The Swine, pois eram 3 músicas sobre religião, e o Queen não queria ser visto como uma banda católica. Optaram por escolher Jesus. Silver Salmon é uma música pesada, com vocais agressivos de Freddie Mercury, bem Queen das antigas. Vale uma conferida.

Mad The Swine - Queen (1973)


Também uma ótima música, mistura momentos leves com mais pesados. Como dito antes, fala sobre religião e também tem o estilo do Queen do começo da carreira.

See What A Fool I've Been - Queen II (1974)


Se uma das coisas que eu reclamo é a falta de blues na discografia do Queen, pelo menos essa música veio a público. É uma "sátira" aos blues do Led Zeppelin, Brian May usa uma progressão de notas semelhante às de Jimmy Page e Freddie Mercury abusa dos falsetes como Robert Plant. Ótimo som também.

Feelings, Feelings - News Of The World (1977)


É uma música bem curta, de menos de 2 minutos de duração. Gosto bastante, até poderia ter entrado no disco. Ela tem um ritmo bem cativante e os vocais de Mercury são ótimos.

Feelings - Essa música também lembra bastante Led Zeppelin, pelo instrumental. Essa sim é uma demo, não chegou a ter uma versão final. Ela tem nome parecido, mas não se deve confundir com Feelings, Feelings, a música de cima, são bem diferentes.

domingo, 27 de novembro de 2011

Paul Is Dead parte II - Abbey Road

Oi todo mundo. Sei que vocês não devem lembrar de mim, afinal fiquei um bom tempo sem postar aqui. Queria pedir desculpas, tive de abandonar o mundo dos blogs por um tempo, por problemas pessoais. Pra quem não lembra do meu trabalho venho hoje continuar a falar sobre a lenda do Paul Is Dead. Dá uma procurada nas antigas postagens que você encontra a primeira parte.

Hoje eu vim falar sobre o disco Abbey Road, de Setembro de 1969 (hum... 69 -qqq).

Bom, a capa desse disco é sem dúvida - segundo os fanáticos - a maior prova da morte de Paul. Veja:

beatles   abbey road 40 Anos de Abbey Road

Primeiro fato notável nessa foto: novamente terno. É engraçado o quanto a banda insistia em fazer parecer que estava havendo um funeral. Estariam eles atravessando a Abbey Road para chegar em um cemitério na outra quadra? Mas o pior de tudo é: O que leva Paul McCartney a andar de terno e sem sapatos? É isso mesmo, pode conferir. Nessa cena de enterro, temos como padre John Lennon - de roupas brancas (não sei se faz sentido mas é o que se diz). Ringo estaria vestido de luto, pela perda do colega e amigo, usando por isso um terno preto. Logo atrás dele, a grande atração da noite: o defunto. A história dos sapatos, que citei anteriormente, tem relação ao fato de que em algumas religiões os mortos são enterrados assim, de pés descalços. Eu sabia o motivo, mas não lembro, então procura se tiver interessado. O fato dele andar no passo trocado, como se dissesse que está indo no caminho inverso. E acho que nada melhor do que o cigarro, que sem dúvida alguma representa bem a morte - mas não é estranho um canhoto segurar o cigarro na mão direita? Possível erro do sósia? Bom, encerrando a comitiva vem o coveiro, George, único que não está de terno, apesar de também usar camisa e sapato. Está vestido como um trabalhador realmente.

Há quem diga também, que o carro de polícia parado na rua, demonstra que ele pode estar atendendo uma ocorrência. Será que não seria a do acidente de trânsito no qual Paul teria morrido? Isso explicaria, porque há um carro seguindo na rua - veja bem: como se tivesse atingido Paul e seguisse seu caminho. Sim, afinal, ele está já bem afastado. Teria sido esse o carro do acidente que matou Paul McCartney? Mas o carro que rouba a cena nessa capa é outro. É o fusca branco estacionado no outro lado da rua. Na verdade, sua placa:


Na placa está escrito: LMW - 28IF. Teoricamente está subentendido aí: Linda McCartney Widow - Linda McCartney Viúva (acho que dispensa explicações). O mais engraçado na minha opinião é o "28 if" que dizem ser uma frase apenas começada: 28 if alive - que ele teria 28 anos se estivesse vivo. Ora, Paul McCartney nasceu em junho de 42, sendo assim, em setembro de 69 ele já teria 28 anos. Essa pra mim é a melhor, mas há ainda a pista da contracapa, há alguns tiros antes da palavras Beatles, brinque de ligar os pontos, e de repente você entende o que quer dizer. Agora eu vou indo que ainda tenho 2 blogs pra atualizar e to bem cansadão. Até mais, dessa vez vou tentar não demorar tanto para voltar a postar aqui. Ah, a dica dessa postagem, para ir aquecendo para a próxima: I am the Walrus - uma das minhas favoritas da banda, tem muito a ver com essa lenda. Tchau.

sábado, 26 de novembro de 2011

Raridades (ou não) do Queen (parte 1)

Bem, existem alguns tipos diferentes de admiradores do som do Queen (traduzindo:fãs), alguns eu exemplifico aqui abaixo:

- Nível 1 - Fã poser ao extremo : "Tum, tum pá. Tum tum pá!"/" Weeeeee are the champions"/ "Love of my liiiiiiiiiiife"/ Ah, eu curto aquela que tem ópera também, como é o nome? Mama, né?

Pois é, esse é o "fã" que conhece as megaclichês que todo mundo, inclusive o mendigo da esquina, conhecem. Pra ele, Queen se resume a essas 4 músicas. Hammer to Fall? I Want It All? Que vem a ser isso?

Nível 2 - Fã poser - Além dessas 4, conhece também Who Wants To Live Forever, Under Pressure, as duas de cima e "aquela da propaganda da claro"

Nível 3 - Fã Greatest Hits - Conhece as músicas das coletâneas. E só.

Nível 4 - Fã conhecedor - Se engoliu aquelas melodias LIXOSAS tipo Body Language e Delilah, pouco importa. O que interessa é que procurou conhecer a discografia da banda.

Nível 5 - Fã pesquisador - Pra esse, que é o meu caso, não basta a discografia. Se os caras têm som engavetado, E ELES TÊM, é interessante ouvir, por que não? Procura na internet músicas não lançadas, demos e etc.

Baseado na proposta desse blog, como eu já atingi os 3 primeiros níveis, com as Quintas Underground 1 , 2, 3 e 4 , agora eu vou mostrar raridades que o Queen nunca lançou em discos de estúdio originais, pelo menos ainda, pra quem quer conhecer. Hoje serão as músicas não lançadas no The Miracle.

Stealin' e Hijack My Heart

Quando digo que o The Miracle devia ter sido um disco duplo, aqui há 2 bons motivos. Essas músicas são ótimas, tanto que fizeram uma versão final para as duas, mas apenas as lançaram como B-sides dos singles.

Stealin tem um toque único do violão do Brian May, além do baixo bem fodão do John Deacon. É um música  melhor que My Baby Does Me, por exemplo, e que entrou no disco.

Versão single (qualidade ótima, teve algumas partes refeitas)


Versão original (uma bela demo de 12 minutos, com direito a várias jams)


Hijack My Heart é cantada pelo Roger Taylor, e também é bem legal, ficaria tri no disco, tem uma letra meio romântica.

Essa duas músicas são casos particulares, porque também tem as músicas que ficaram apenas na versão demo, algumas estão aí embaixo.

Dog With A Bone - Mais pesada, repete bastante a letra, pequena, mas é bem legal também. Bem trabalhada, poderia ser um reforço num Miracle duplo. Gosto muito dessa música.
I Guess We're Falling Out - Um verso de letra, um de vocais improvisados. Mas vale a melodia, bem interessante.
A Fiddly Jam - Pra quem conhece Hang On In There, sabe o BAITA riff que o Brian botou fora, pra finalizar a música. Mas não são só aqueles 40 segundos, tem mais um tempinho, nessa jam.

Tá aí, pra quem quer conhecer mais. Espero que curtam.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

20 anos sem Freddie Mercury

Há exatos 20 anos, se apagava a estrela de um dos maiores, senão o maior, nome do Rock e da música em geral. Freddie Mercury, que há alguns anos travava uma ferrenha batalha contra a tão temida AIDS, acabou por se render e sucumbir à tal em 24 de Novembro de 1991, um dia depois de anunciar para o mundo sua doença.
Não foi uma batalha em vão. Os 4 anos que viveu sabendo que era soropositivo foram talvez os mais produtivos dele e do Queen. Obras incríveis como The Miracle, Innuendo, seu disco solo, Barcelona, vieram à público nesses anos.
Glam, rocker, macho man. Todas essas fases do visual de Freddie simbolizavam perfeitamente sua personalidade: extravagante, pulsante, cheia de vida. Sempre pensando em, como se diz em inglês "have a good time". Freddie, apesar disso, se queixava de sua vida amorosa: era um homem que não conseguia encontrar seu verdadeiro amor. Isso é realmente bem expresso, no começo Freddie teve relacionamentos com mulheres (como Mary Austin, com quem viveu durante 6 anos, e foi quem soube primeiro da opção sexual de Freddie) e homens.
E, como essa promiscuidade era uma roleta russa na época, e ainda é, mas em menor escala, infelizmente Freddie foi sorteado nessa roleta, levou o "tiro", e com ele, uma doença que, na época, se equivalia à assinatura de uma sentença de morte.
Apesar disso, como Brian May já relatou certa vez, "Freddie sempre enfrentou sua doença de cabeça erguida. Ele era realmente forte, nunca o vi reclamar da vida". E realmente, Freddie foi guerreiro. Já em 1989, estava bem doente, apesar disso, gravou incrivelmente os vocais para as músicas do Miracle. Foi a premiações, fez videoclipes.
Já em 1991, no último ano de sua vida, Freddie demonstrou ainda mais dedicação. Brian disse que, "quanto mais doente, mais Freddie queria trabalhar". Provavelmente, isso era uma terapia.
Para as gravações do Innuendo, percebe-se uma voz mais doente, mais aguda (isso também é notável nos últimos trabalhos de Cazuza e Renato Russo). Freddie dava o máximo de si. Brian conta que, na gravação de The Show Must Go On, a última para o Innuendo, ele estava com dúvidas quanto a capacidade de Mercury para cantar. Ele fazia a voz guia, e acreditava que a música exigia muito para alguém que cansava facilmente se ficasse algum tempo em pé.


Pois não é que entra Freddie no estúdio, depois de consumir algumas doses de vodka e fala "I'll fucking do it, darling", algo como "Vou sim fazer essa merda, querido". E foi lá e gravou a música em apenas um take.
E essa mensagem, tanto da música quanto da bravura demonstrada nos últimos anos de sua vida, deve ser tomada como exemplo. Freddie pode ter morrido, mas seu legado e sua música viverá para sempre, pois sua obra e talento são eternos. Vida longa ao Queen. Vida longa à Freddie Mercury.





THE SHOW MUST GO ON!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Resenha #1: Red Hot Chili Peppers - Stadium Arcadium (parte 1)




Stadium Arcadium é o nono disco de estúdio do Red Hot Chili Peppers. Lançado em 2006, é um CD duplo que possui aproximadamente duas horas de duração, sendo o último trabalho da banda (pelo menos por enquanto) com John Frusciante, que sairia do Chili Peppers em 2009, após a volta das "férias", tiradas logo depois da turnê do disco.

Para compensar a capa, meio sem graça, o disco tem umas texturas instrumentais bem interessantes, um dos trabalhos mais calcados em riffs, solos e ideias de Frusciante, que está acima da média nesse disco, fazendo frente ao Flea, o que é realmente raro. Além disso, após ouvi-lo todo, percebi que o disco possui algumas harmonias vocais, principalmente nos refrões, que não é comum no Red Hot.

DISCO 1: JUPITER

Apesar de conter os maiores sucessos do disco, singles e tal, acho inferior ao segundo disco, apesar de também ser ótimo. Um erro que o Red Hot comete desde o lançamento do Californication, é colocar geralmente as 7 melhores músicas logo de cara, o que faz com que outras boas canções, que ficam no final do disco, sejam desvalorizadas.

Imagem do encarte do disco
Quanto às músicas, Jupiter começa logo de cara com o maior hit deles dos últimos anos, Dani California, aliás, som completamente "praia", mostrando a que veio. Logo em seguida, vem Snow ((Hey Oh)), que não é nem balada, nem muito pesada, um meio termo. Apesar de ter uma construção e uma melodia interessantes, é uma música um pouco repetitiva nos últimos minutos, seria melhor se tivesse 4:30, como a versão do clipe, em vez de 5:30.

A terceira música é Charlie, tocada no RIR esse ano. Tem um baixo interessante, os contratempos entre bateria e guitarra são bem legais, mas o destaque mesmo é o refrão. Após Charlie, vem Stadium Arcadium, a  faixa-título do disco, essa sim, bem melódica, puxada para o lado da balada. É mais desconhecida, porém é uma ótima música, superior a Charlie.

A próxima provavelmente todos conhecem. Como já vi em um cometário no Youtube, "não tem como não fazer pelo menos uma cara de retardado ouvindo esse refrão." Também, pudera... "Hump De Bump, Doop Bodu / Bump De Hump, Doop Bop...". A melodia retardadamente incrível de Hump De Bump é completamente cativante e viciante, é uma música diferenciada.

A sexta música, She's Only 18 me lembra bastante a faixa-título de Blood Sugar Sex Magik, inclusive no seu andamento. Além disso, tem um baixo bem proeminente. Slow Cheetah, a música seguinte, é bem melódica, mais puxada pra balada, como Stadium Arcadium. 


Das oito primeiras, Torture Me é a mais fraca. A sucessora de Slow Cheetah é legalzinha, mas é bem barulhenta, tem vocais meio chatinhos e enjoa fácil. Destaque (sempre) para o "baixo que fala" do Flea e o solo de Frusciante... Strip My Mind, a nona música, não é a melhor de todas, mas tem um andamento cadenciado bem legal e uma melodia de nóia total.

A música segunite, Especially In Michigan, merece destaque. Aliás, é a surpresa positiva do primeiro disco, é do nível dos hits, porém como está entre as últimas, desconhecidas, não é exceção.

Bem funkeada, no melhor estilo Red Hot das antigas, vem Warlocks, onde mais uma vez o baixo do Flea "fala" com quem está ouvindo o disco. C'mon Girl, a música seguinte, tem o andamento de Parallel Universe, com um baixo bem pronunciado. Ótima também. Wet Sand é uma música meio encheção de linguiça. Não é ruim, mas não é criativa. Audível, eu diria. E para fechar o ótimo primeiro disco, uma música meio "praia" também, Hey.




Jupiter, um disco com mais altos que baixos, apesar de não manter o nível na segunda metade, em relação á primeira (até uma covardia, diga-se de passagem), pode ser ouvido inteiro sem ressalvas. Pra mim, nota 8,5.

domingo, 6 de novembro de 2011

Semana Robert Johnson #4: A Foto

Bom, para fechar as postagens sobre Robert Johnson, hoje o assunto é bem simples, porém intrigante. E trata do seguinte:
Todos sabem que até hoje, apenas DUAS fotos de Robert Johnson são conhecidas e ditas oficiais. Assim como toda a sua curta carreira, poucos são os registros em foto, também.
Porém recentemente, há a teoria de uma terceira foto de Robert Johnson, não confirmada oficialmente. A foto é esta que está a direita. Acho bem semelhante, porém realmente não sei se se trata de uma foto de Johnson ou de alguém parecido. Além disso, há um vídeo comparando esta foto a uma oficial, que segue abaixo.


E vocês? O que acham?

sábado, 5 de novembro de 2011

Semana Robert Johnson #3: O Pacto

Bom, dando continuidade à "semana de 14 dias", hoje eu trago a lenda mais famosa sobre Robert Johnson: A lenda de que ele teria vendido sua alma ao diabo para adquirir a habilidade com a guitarra, que o tornou famoso.
Para enriquecer essa lenda, dizem as más línguas que Johnson geralmente tocava violão durante o intervalo dos outros artistas, das casas de shows (isso já foi confirmado inclusive por seu neto). Como o público não gostava, geralmente pediam para ele parar. Johnson então sumiu por alguns anos. Nesse momento, segundo a lenda, ele teria feito o pacto, porque, quando é dito que ele volta a tocar, ele já volta tocando como o Robert Johnson eternizado nas gravações.
A lenda é a seguinte: Johnson teria ficado à espera do diabo na encruzilhada das rodovias 61 e 49, em uma noite de lua nova, com seu violão na mão. À meia noite, o diabo, na forma de um homem, teria aparecido para afinar seu instrumento.A partir daí, todos que ouvem suas músicas são encantados por ela. No supersticioso sul dos EUA, do início do século, os mitos demoníacos eram comuns. Como Johnson fazia músicas com o tema, como "Crossroad Blues", "Me And The Devil Blues", "Hellhound On My Trail", entre outras, a lenda foi alimentada.


A Hipótese mais provável é que como Johnson era um exímio guitarrista, tudo fosse fruto da inveja dos outros artistas da época.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os 40 anos do Meddle


"Meddle? Que disco é esse?". Então... apesar do Pink Floyd ter nomes de peso como Dark Side of the Moon, Wish You Were Here, Animals, The Wall (esses todos em sequência, inclusive), entre outros, não dá pra dizer que o Pink Floyd não lançou material de muita qualidade em outros momentos da carreira que não esses. Muitas vezes, como as músicas de destaque do disco tinham, sei lá, 15, 20 minutos, situações nas quais não cabia tocar uma música dessas em shows de turnês posteriores, o Floyd meio que escanteou alguns discos por isso. É o caso de Atom Heart Mother. E é o caso do aniversariante dessa postagem.

Meddle é o sexto disco de estúdio do Pink Floyd, lançado em 31 de outubro de 1971. O disco é a primeira guinada forte rumo a um som mais próprio, para se livrar de vez do "fantasma" de Syd Barret. Apesar de ter os elementos da experimentação típica do Floyd, é um disco que soa mais "pé no chão", provavelmente devido a maior musicalidade das composições, onde notamos uma maior influência de David Gilmour.

Como disse no primeiro parágrafo, o fato de Echoes, que ocupa todo o lado B, ser o grande destaque do disco (e um dos grandes destaques da carreira da banda), fez com que as cinco canções do lado A, todas elas peças de muita qualidade, diga-se de passagem, ficassem ofuscadas. É um efeito do qual sofre, por exemplo, 2112, do Rush. Apesar de gostarmos muito das faixas do lado B, ninguém nega que a cereja do bolo, tanto do disco, quanto da carreira dos canadenses, é o épico de 20 minutos, que, assim como Echoes, se mostra incrivelmente simples, no fim das contas. Mas chega de divagar, voltemos ao aniversariante de hoje.

One Of These Days, com sua linha de baixo psicodélica, criada por Gilmour, abre o disco. Quase seis minutos de um instrumental que poderia ser repetitivo, se não fosse criado por uma banda como Floyd. No fim das contas, colocamos os fones de ouvido e apreciamos a viagem.

Depois dela, temos A Pillow Of Winds. Uma síntese do que é David Gilmour, possui uma atmosfera calma (nada daquela pegada mais "bélica", combativa do Waters... não que eu não goste, claro), um vocal repleto de sensibilidade e técnica. Grande som. Já Fearless, com seu clima mais "country" no começo, dá uma animada. Destaque pra ideia maluca do Floyd de ocupar o último minuto da música com o clássico cântico "You'll Never Walk Alone", da torcida do Liverpool.

O último par de canções do lado A é San Tropez, que possui uma pegada meio "francesa do século passado", tem uma certa classe na música, o piano é meio "saltitante", e Seamus, um belo blues no ritmo de, pasmem, o latido de um cachorro... típico do Pink Floyd.

O lado B dispensa comentários (talvez um dia no futuro eu crie uma série de postagens só pros épicos). Como já disse, a épica e majestosa Echoes, 23 minutos e meio de uma obra de arte,com várias fases e transições. Mítica.

Bom, não sei se tem muito mais a acrescentar. Apesar de não ser um clássico absoluto, totem da discografia da banda, Meddle é um belo trabalho, para se ouvir do início ao fim, discaço.