terça-feira, 29 de novembro de 2016

Aconteceu em Porto Alegre #11: Black Sabbath no Estacionamento da FIERGS (Parte 1)



Sim, de novo. Aconteceu de novo. A mesma banda. O mesmo local. Três anos depois. E lá estávamos eu e o Leão de novo. As única coisas diferentes dessa vez? Pra onde compramos ingresso, as bandas de abertura e quanto durou o show. Mas vamos por partes, como diria o velho Jack. 
Logo que a banda anunciou as datas, Porto Alegre não estava incluída na turnê. No momento que descobri que novamente teríamos chance de ver o Sabbath, já combinei com quem quisesse ir que tinha que rolar. Ali, já deixei combinado com o Leão que dessa vez iríamos de pista Premium. Não por estar esbanjando grana nem nada, mas simplesmente pelo fato de ter sido ruim de ver o show quando fomos de pista normal em 2013 e porque a Premium aqui, diferente do show do David Gilmour, tava aceitando meia entrada estudantil. 
Sinceramente, 280 reais pra ver uma banda do calibre do Sabbath, muito mais perto do que da outra vez, ou seja, com uma experiência muito melhor, na minha cabeça, valia a pena. Ainda mais que acabei não indo nos Stones, por ter comprado pouco antes o ingresso pro Gilmour (burrice minha, tinha grana pros dois e consegui entrar na fila de espera na Internet, não fui de besta), e não fui num Guns (que valia a pena ir) com mais de meia formação original, simplesmente por achar que testemunhar a despedida do Sabbath seria mais significativo, considerando que eu já ouvi muito mais Sabbath que Guns na minha vida. E que o pessoal do Guns ainda tá nos 50, tem lenha pra queimar.

Feita a odisséia do ingresso, era esperar. Confesso que, não que quarta feira seja um super dia pra um show, mas com certeza é mais alto astral que ver um show numa segunda feira. Ainda mais que, em 2013, o show foi numa quarta pós aula de 3º ano de ensino médio. Ontem, foi numa segunda feira pós aula na faculdade (e faculdade os horários nunca são iguais, mesmo que as pessoas sejam do mesmo curso), sem falar na aula do outro dia. Mas enfim, nada que pudesse estragar o espetáculo.

            O Leão chegou lá em casa por umas 16:30 pro tradicional aquece (afinal, fora o momento que tu te obriga a comprar uma ceva pelo copo que eles começaram a distribuir nos shows, que é uma lembrança maneira, ninguém merece pagar 12 pila ou mais em UMA latINHA de ceva. Com esses mesmos 12 pila, mais 8, comprei um fardo de Budweiser e matamos um tempo, batendo um papo sobre as expectativas pro show e jogando um videogame. 
            Eu já tinha visto o set padrão do Sabbath na turnê, e, na real, apenas duas, das 14 músicas, eram novidades: Hand of Doom e After Forever. Ainda por cima, nos últimos shows, a banda não vinha tocando a primeira. Confesso que foi meio broxante saber que o show, em vez das tradicionais 15 músicas mais bis da turnê anterior, era composto por 12 músicas mais o bis, e apenas uma nova (e o pior é que venho do futuro e posso afirmar que dos 81 shows, só em 11 ela não foi tocada, e, na última perna da turnê, toda na Inglaterra, a banda resolveu se dedicar mais e voltou com o set de 16 músicas, com Hand of Doom, Under the Sun e entrou até uma medley instrumental de Sabbath Bloody Sabbath/Symptom of the Universe ou Supernaut/ Megalomania). E sem falar que a nova cortada foi Hand of Doom, que eu preferia a After Forever. 
Mas enfim, aquelas coisas que a gente meio que perdoa. Admito que o show picudo do Sabbath que eu testemunhei foi em 2013, recém os caras voltando, disco novo, Megadeth na abertura, foi mais grandioso, de fato. Mas, mesmo com um menor brilho desse show de ontem, foi a última vez dos caras. Tive a sorte de poder ver o Black Sabbath duas vezes, e isso é que é o barato.

Mas vamos parar de falar um pouco do Sabbath em si e vamos a todo o show. Resolvemos pegar um Uber dessa vez, pra não ter que chegar 16:00 e ficar de pé cinco horas a mais que o necessário. Como a pista Premium demora pra chegar o pessoal, saímos de casa umas 18:00. Claro que foi uma idéia estúpida, porque, além de ser dia de show, era hora do Rush de segunda feira de um dia de show. Chegamos lá às 19:00 e 48 golpinhos mais pobres. Faltava pouco pra primeira banda de abertura entrar no palco.

O broder do ACDC no som do aquecimento tava lá novamente, mas pelo menos dessa vez ele mudou um pouco o CD, botou o Powerage na íntegra pra tocar. Tenho que admitir que foi bom, dei atenção pra um disco do ACDC que eu cagava antes. Nesse meio tempo estávamos de olho no Vitória também, que tinha chance de botar mais um prego no caixão do interzinho, enquanto esperávamos pelo show de abertura.

Eis que umas 19:40 chegou o Krisiun, ou algo assim. Sinceramente, parecia que tinham aberto as portas do inferno. Não era que nem o Hibria, que eu curti afu e tinha uma pegada bem Iron Maiden. Eram três magrão tr00 met4ll, barbudo, cabeludo, pareciam três Tom Araya no palco e, quando começaram a tocar, mano... eu, que nunca fui adepto desse metalzão extremo, não conseguia DISTINGUIR o que eles tavam tocando. Quase não dava pra saber se tinha terminado uma música e começado uma nova ou era tudo a mesma coisa. Era, salvo raríssimas exceções, bumbo duplo O TEMPO TODO, gutural, porradaria mesmo. Tanto que teve roda de pogo do início ao fim do show (inclusive testemunhamos um cara levar uma mina sei lá pra onde pra negociarem o copo dele, já que, segundo ela, ela tinha perdido o dela na roda... sabe-se lá quanto custou o copo xD).

Os caras tocam bem? Sim. Curti o show? Não tanto. Preferia outra banda que prezasse mais a melodia que a porradaria? COM CERTEZA. Mas não dava pra reclamar, até admiti que em alguns momentos, quando eles tocavam algo mais parecido com música pros meus ouvidos, eles mandavam bem. Ahh, enquanto isso, saiu um gol do Vitória, com o mito Di Marinho, e a gurizada gremista aplaudiu horrores. Apesar do show ser na segunda, não ouvi manifestação dos colorados, não sei por que...




E então, lá pelas oito e bolinha da noite, apareceu quem eu estava mais curioso pra ver na noite: Rival Sons. Não me entendam mal, não quero pagar de fã tr00zão de 2013, que pagou Premium pra ver mais o Megadeth que o Sabbath. A idéia é a seguinte... já tinha visto o Sabbath uma vez, tava prestes a ver de novo, e sabia que ia ser um show foda, estava ansioso e tudo o mais, mas a curiosidade em si já não tinha mais, ainda mais que já conhecia o set de cabo a rabo. Mas o Rival Sons, banda de abertura que fez TODA a turnê com o Sabbath, eu não fazia a mínima ideia de quem era.

Umas semanas antes do show, tinha parado pra pesquisar sobre eles, pensei “se o Sabbath curtiu o som dos caras, deve ser coisa boa”. Pesquisei no youtube e caí direto em Pressure and Time, primeira indicação. Foi amor à primeira vista. Sonzaço, estilo anos 70 total, com uma altíssima influência do Led Zeppelin, do próprio Sabbath, e com um vocal muito ao estilo Glenn Hughes. Aí fui atrás do set deles dos shows de abertura e ouvi as músicas. E olha, impressionante como me cativou, um som sensacional.


A banda chegou com balaca de banda grande. Vinheta de abertura com a música tema de The Good, The Bad and The Ugly, gurizada na beca, uns instrumentos fodas (que nem a guitarra do Scott Holiday, com detalhes em dourado), aquela expectativa e... de cara, Electric Man, daquelas embaçadas pra começar um show. Essa música tem swing, tem peso na guitarra, tem tudo. Uma das melhores deles.

E seguiu o show só com som foda. Secret, com um andamento um pouco diferente, mas boa pra caramba também, a já citada Pressure and Time, Open my Eyes, com um andamento ao estilo Kashmir, Keep on Swinging, Torture (com uma baita introdução, só no improviso, na guitarra), enfim, um desfile do que a banda tem de melhor. E não é pouca coisa.

Entretanto, pra mim, o mais significativo no som do Rival Sons é a ousadia de improvisar, nos tempos em que vivemos, em pleno 2016. Até mesmo bandas clássicas, como o próprio Black Sabbath, Deep Purple (maior exemplo disso, apesar de ainda conseguir improvisar aqui e ali, só não em doses cavalares como antigamente) já não tem mais esse espaço, fazem o solo mais parecido com o original, não estendem a música, seguem o roteiro do show.

O Rival Sons quebra completamente essa história. É solo mais longo que o original, é introdução com improviso (Torture, que tem quatro minutos na versão de estúdio, com o improviso e com as brincadeiras com o público, chega aos nove fácil nos shows), é ousadia e originalidade. Isso foi algo que fez eu curtir ainda mais a banda depois de vê-la ao vivo ontem. E, quando acabou, o Leão, que não tinha ouvido os caras ainda, fez questão de deixar isso bem claro também, mas era algo que ele tava falando desde o início do show.

Só sei que, como não ficar na expectativa depois dum baita show de abertura desses? E, assim como eu fiquei na expectativa pro show do Sabbath, vou deixar vocês na expectativa e dividir essa postagem em duas, senão ela vai ficar quilométrica demais. 

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