sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Quando palavras não são necessárias... 27 (especial David Gilmour)

Achei justo fazer algumas postagens sobre esse mito, afinal, não é todo dia que o guitarrista do Pink Floyd vem tocar na tua cidade, né? Fica como meu presente de natal pra vocês... as notas suaves e cheias de feeling do mestre Gilmour.



quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Sob(re) um céu de blues que virou um lugar do caralho

O Nata do Rock não poderia deixar de homenagear Flávio Basso, o Júpiter Apple - que hoje era Woody Apple... O Cachorro Louco do rock gaúcho. As palavras de Frank Jorge refletem bem o que esse cara passa pra gente: ''Sensível, complexo...''.

Sua música será lembrada tanto no TNT, quanto nos Cascavelletes e melhor ainda, solo. Sua música, qualquer que seja, foi um dos hinos da nossa juventude, da minha mãe com seus quarenta e poucos, até da minha e dos meus amigos de vinte e tantos, e claro, dos nossos irmãos e primos mais jovens.

Hey cara, vá em paz nesse dia 21, que o céu agora virou um lugar do caralho, com muitas tortas e cucas, com marchinha psicótica... Vai lá encontrar o beatle George.

Agora, aqui embaixo, deixo músicas legais das bandas que ele participou e músicas dele.

OBS.:  ''A SÉTIMA EFERVESCÊNCIA'' TE AMO!



Aconteceu em Porto Alegre #7: David Gilmour na Arena do Grêmio (Parte 1 - Arthur)

Exatamente uma semana depois desse grande espetáculo que passou aqui em Porto Alegre, cá estou pra relatar a experiência simplesmente única que tive nesse dia 16/12. Como foi basicamente um dia inteiro em função do show, desde o momento em que acordei até o momento de ir dormir novamente, teremos duas partes. Essa primeira vai contar sobre a jornada que fizemos, como disse anteriormente, desde que comprei os ingressos até 21:00 do dia do show, quando Gilmour entrou no palco. Sendo assim, vamos lá. 

Pouco mais de dois meses antes, também em uma quarta-feira, 9 de setembro, estávamos na expectativa sobre a abertura da venda de ingressos pro show. Entre as várias dúvidas, as principais eram sobre quanto tempo iam durar os ingressos e se dava pra fazer compra pela internet dos ingressos de estudante, com meia entrada. Lembro que, naquela noite, tinha jogo do Grêmio, 22:00, e acabava mais ou menos quando começava a venda dos ingressos, 00:00. 

Deixei o computador ligado, é claro, pra chegar furando o F5 logo quando terminasse o jogo. Só que esqueci desse detalhe depois da partida (também, foi um baita jogo), e fui levar os lixos logo depois do fim. Cheguei 00:05, entrei no site (também não lembrava que já tinha cadastro) e peguei meu lugar na fila. Aproximadamente atrás de SEIS MIL PESSOAS. E tinha prova no outro dia, 13:30, mas né... show do Gilmour é mais raro que prova de Química da UFRGS (e mesmo assim, sem dormir direito, tirei 9,2 na prova HU3HU3HU3).

Resumo da ópera, consegui meu ingresso exatamente às 02:27, depois de MOFAR na fila virtual (quase deu pra ouvir Echoes inteira... naum, pera), mas ali começava a jornada pro show. Sabia que essa mofada também aconteceria no dia, por isso peguei cadeira Gold. Claro que, após permanecer tanto tempo assim esperando, optei por pagar mais 16 dilmas e receber o ingresso em casa. Posso dizer que foi uma escolha acertada, considerando que ia acabar gastando parte desses 16 reais em passagem de ônibus, pra ir buscar o ingresso. Além disso, ele veio num envelope, bem protegido e tal. Devo admitir que a Blueticket, empresa que trouxe Gilmour pro Brasil, mandou bem nesse quesito. Apesar da demora na fila, o site é bem organizado, tem todas as informações bem dispostas, fáceis de serem encontradas, e a venda transcorreu super bem. Minhas críticas à empresa provavelmente virão à tona ainda nessa postagem, mas mais abaixo.  

Apenas achei um fato negativo sobre esse processo da venda. Como o único controle da empresa sobre a autenticação do pedido é o pagamento do valor do ingresso em si, a maioria dos ingressos esgotou dois ou três dias após o início das vendas e, como muita gente "comprou" só pra garantir o seu, mas não pôde pagar, os ingressos voltaram pra venda. Muita gente acabou tendo que comprar outro setor por causa disso. Foi o caso da Bruna, inclusive, que teve que pegar pista, pois, quando tava com grana pra comprar o ingresso, as vendas estavam nesse período que não tinha ingresso pro setor que eu, o Leão e a Laura (nossa amiga, inclusive nos acompanhou lááá no show do Black Sabbath, lembram?)

O ingresso chegou pelo correio e, aproximadamente uma semana depois, veio a carteirinha de estudante, que tive que fazer também, por causa da nova lei de meia entrada. Tudo bonitinho, bem feito e tal. Até esse momento, a Blueticket tava só ganhando pontos comigo. Deixei os dois envelopes embaixo de todos os cadernos que ficam na minha bancada. Sabia que ainda demoraria mais dois meses pro show, o que é bastante tempo, então a melhor coisa a ser feita era esquecer. Esquecer do show aqui, no caso. Lá fora, enquanto Gilmour iniciava a turnê, na Europa, eu já estava de prontidão, acompanhando o setlist. Set que me agradou bastante, diga-se de passagem, apesar de, como qualquer pessoa que vai em um show solo de um ex membro de uma grande banda, desejar que ele tocasse mais músicas do Pink Floyd. 

Lembro que falamos poucas vezes sobre o show. Mais pra perto do dia, ali pelo começo de dezembro, começamos a combinar melhor como faríamos pra chegar lá, juntos. No fim das contas, optamos por sair daqui de casa, cedo (algo como 14:00 ou 14:30), ir para o centro, que é algo bem rápido, e, de lá, pegar algum ônibus pra Arena. Isso porque, dos quatro, a Bruna só foi na Arena por causa do espetáculo (afinal, ela é sofredora), e o Leão e a Laura, apesar de serem gremistas, nunca tinham ido no estádio. Eu também não teria ido se não fosse um golpe de sorte que me ocorreu duas vezes, mas enfim. Como eu era o mais experiente, ia meio que guiar o pessoal. Por isso, sabia que pegar o T2 Arena, ali no Praia de Belas, era fria. Quando eu e o meu pai fomos no GRE-nal da final do Gauchão, nesse ano, ele demorou quase uma hora pra chegar lá, porque é uma linha de ônibus que dá umas 2387324750934908 voltas pela cidade. 

Uns dias antes, comecei aqueles preparativos clássicos pra um show. A exemplo do que foi no Jethro Tull/Ian Anderson, eu e o Leão iríamos juntos pro show, então passei no super e comprei um fardinho de Bud, porque vale mais a pena pagar 3 reais uma latinha e ir tomando uma ceva no caminho pro show do que pagar 10 lá dentro. Como no final combinamos de os quatro irmos juntos, no dia do show, eu e a Bruna fomos de manhã no super e compramos mais um fardinho, além de uma pizza, afinal, o almoço teria que ser algo rápido. Mesmo assim, enquanto o Leão não chegava, deu tempo da Bruna acompanhar a Laura até o trampo dela pra buscar alguma parada que ela tinha esquecido, sei lá. E deu tempo também de gelar as cevas, é claro. 

Dito e feito, 14:20, aproximadamente, saímos pra parada. Chegamos no centro, no terminal onde pegaríamos o ônibus, mais ou menos umas 14:40. Logo chegou o bus e, não muito depois das 15:00, estávamos no entorno da Arena. Demoramos um pouquinho para achar o caminho certo, mas encontramos alguns amigos nossos e lá ficamos, bebendo, conversando (a Bruna teve que sair um pouquinho antes, pois a entrada pela pista era em outro lugar, e certamente seria pior do que o que a gente passaria ali nas rampas de acesso) e curtindo um som dum pessoal hippie que tava lá animando a gurizada. E sim, é hippie, mas assim, Hippie, com o "h" maiúsculo mesmo. Inclusive vieram num kombão (capaz de terem chegado só agora de Woodstock... o primeiro, no caso). Depois do show, pesquisando um pouco nas páginas relacionadas, descobri que se trata da "Banda Chromakey". Bem legal o som deles, o baixista manda tri bem.
Ficamos ali, como disse antes, conversando, bebendo, vendo um pouco do show dos caras, o de sempre. Aquele tipo de coisa que sempre fazemos pra passar o tempo enquanto os portões não abriam (a promessa era que a abertura aconteceria às 17:00) - e num show desse tamanho, SEMPRE demora pra passar. Mas finalmente chegou a hora, e os portões abriram. Tivemos mais ou menos uns 10, 15 minutos de atraso. Até aí, ainda tava tudo bem, o pessoal todo tava concentrado nesses portões e, como a velocidade do pessoal da revista não permite que passe tanta gente ao mesmo tempo, o fluxo ali na entrada da rampa era tranquilo, tanto que estávamos mais ou menos no meio da multidão (claro que tiveram uns mongol que entraram pelo portão errado, o que sempre atrapalha) e chegamos para a revista só às 17:30, aproximadamente. Até tentamos esperar pela Laura, mas acabamos perdendo ela de vista enquanto a "fila" andava lá embaixo. Resolvemos seguir em frente, para achar um dos portões de acesso que podíamos entrar. Aí começaram os problemas. 

Primeiro de tudo, filas. Obviamente, não tem nada a ver com o pessoal da Arena, pois uma empresa que gere um estádio durante o ano, com públicos sempre muito grandes, sabe como funciona o esquema de acesso. Como o show tava na mão da Blueticket, eles começaram cagando aqui. Abriram o portão da rampa, lá embaixo, umas 17:10, como dito acima, mas foram abrir os portões que davam acesso ao interior do estádio após 18:00. Esses pouco mais de 50 minutos de diferença foram suficientes pra superlotar o entorno, fazendo filas de portões diferentes ficarem lado a lado, fazendo o formato final da fila de um mesmo portão virar um caracol (só que com o fim voltado pra dentro) e, claro, facilitando MUITO a vida de um bando de mal educados que furou a fila, no momento que a "organização" (entre mil aspas, porque, como o Leão disse na hora, "parece até que o pré requisito pra tu trabalhar em uma empresa dessas é ser incompetente") foi lá pedir pro pessoal andar um pouco a fila e preencher um espaço que tava vazio. Quem tava duas ou três voltas pra trás resolveu, malandramente, juntar com a fila que tava paralela e cagou tudo. Parabéns aos envolvidos, afinal, era só ter aberto a porra do portão de dentro no mesmo horário que no de fora e não teria fila ou problema algum, facilitando pra todos. Do jeito que foi feito, era óbvio, pra quem chegava ali, que ia dar merda. Ainda por cima tivemos que ouvir de um desses idiotas da organização que "a fila é um acordo de cavalheiros" e não sei mais o quê. Só não achei muito cavalheiresco pagar 240 reais num ingresso, cobrindo, inclusive, os gastos da equipe da produtora, pros caras cruzarem os braços e simplesmente torcer pelo bom senso das pessoas, o que, era óbvio, não ia dar certo.
Na foto principal, o trajeto que fizemos até o portão.
No detalhe, como estavam se "organizando" as filas.

Além disso, sei de relatos, de outras pessoas, sobre a desorganização na entrada, em que alguns funcionários exigiam a carteirinha de estudante da UNE, outros apenas pediam alguma carteirinha que comprovasse o direito ao benefício, e outros sequer pediam comprovação. Teve gente que teve que arrumar alguma maneira de conseguir dinheiro, pra inteirar o valor do ingresso ali na hora, bem como outros casos, como o do Leão, que a lei não garante benefício pra estudante de pré vestibular. No fim, o que deu pra perceber é que, como sempre, quem ganha com uma lei nova aqui no Brasil, até mesmo como essa da meia entrada, são as produtoras de show. Os caras simplesmente dobraram o preço do ingresso e ainda conseguem pescar alguns estudantes que não têm direito ao benefício, o que por si só já é um absurdo. 

Mas chegamos, finalmente. Adentramos o estádio e, enquanto dávamos uma analisada nos lugares e onde sentar, vimos que, lá embaixo, a pista já tava com bastante gente, e que a escolha da Bruna de ir pra lá mais cedo foi acertada. Sentamos em duas cadeiras no meio de campo, mais ou menos, que era o lugar onde eu imaginava que ficaríamos bem acomodados, enxergando o show, dentro do possível, de perto. Infelizmente, me enganei, pois o telão ficava cortado quase pela metade - pra quem não sabe, Gilmour utiliza apenas um telão central, circular, desde as últimas turnês ainda do Pink Floyd, e ele acabava ficando encoberto pelas laterais do palco, dependendo do ângulo em que tu te localizava. Assim, não demorou muito e optamos por sentar mais ou menos na curva do estádio, onde não seria o lugar mais distante de todos e, ao mesmo tempo, teríamos a visão plena do telão (que descobrimos, quando inciou o show, que não valeu tanto a pena assim, mas é a vida). 

O som ambiente estava meio baixo, mas com boas músicas. Lembro ter ouvido Down Under, do Men at Work, All Along the Watchtower, tava bem maneiro (diferente daquela vez do Sabbath, que o cara do som exagerou só MUITO na dose de AC/DC). Enquanto tocavam essas primeiras músicas, ligamos pra Bruna pra saber como tava tudo lá embaixo e eu consegui enxergar ela falando com a gente, e olha que eu e o Leão estávamos bem longe até. Abanamos e tal, mas ela não conseguiu nos ver (só no intervalo do show que ela nos achou). Enquanto o Leão foi buscar um cachorro quente (que tava custando 15 dilmas, por isso dividimos um, afinal, ninguém aqui é rico ou tão trouxa assim), começou o show de abertura, mais ou menos umas 19:30. Quem teve as honras foi Duca Leindecker

Devo dizer que achei bem mais ou menos o show. Por mim, se tivesse levado meu tablet, teria ficado ouvindo um Rush, Deep Purple, algo do tipo. Duca é um bom músico, mas não empolga. A prova disso é que, mesmo com o estádio já relativamente cheio, ele pedia pro pessoal cantar e não se ouvia nada. Eu, particularmente, acho que pra abrir um show de um artista do cacife do Gilmour (não esqueçam que, por lei, tem que ser um artista daqui do RS, se não me engano), teria convidado ou um Humberto Gessinger da vida, pois Engenheiros do Hawaii é, sem dúvida, a maior referência de rock gaúcho, ou algo mais quente, animado, como um Vera Loca. Ficou no meio termo, trouxeram um cara que é tão "chato" quanto o Gessinger, mas tão conhecido como o Vera Loca. Por isso, acabei achando o show meio morno, e tava mais preocupado com a demora do Leão em chegar com o cachorro quente do que com o show em si. 

Uns 10 minutos depois de terminar o show do Duca, chegou o home com o cachorro quente. E esse tempo todo foi só por causa da demora da fila mesmo, como sempre a falta de organização reinando. Aí, nesses 40, 45 minutos que faltavam, além de comer o cachorro quente, ficamos observando o público, conversando, esperando. Novamente o relógio estava contra a gente, se arrastando. Olhávamos a hora e era 20:20. Olhávamos novamente, depois do que parecia ser uma eternidade, e era 20:35. Nesse momento, após o show de abertura, os refletores da Arena já começavam a acender e, do lugar que estávamos, era possível ver uma bela paisagem, do contraste do estádio, bem iluminado, com o céu, que gradualmente escurecia, nos preparando para essa grande noite com um dos maiores e melhores guitarristas de todos os tempos. 

sábado, 28 de novembro de 2015

Quando palavras não são necessárias...26

Resolvi voltar antes do fim do mês, mas coisa rápida, tenho duas provas segunda e uma na terça. Aí sim, depois vai ter acabado quase tudo, vou poder fazer o planejamento de dezembro, os seguintes, pro começo de 2016, e vambora :D



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Aconteceu em Porto Alegre #6: Ian Anderson no Araújo Vianna

Depois de alguns meses, novamente voltei com um show digno de ganhar uma postagem. Aliás, dezembro vai ter outra, afinal, Mr. David Gilmour resolveu dar uma passada aqui em Porto e se apresentar no melhor estádio da cidade. Mas isso é outra história, vamos ao que interessa. 

Estava eu preocupado ainda com a compra do ingresso do Gilmour e o Leão chegou com a novidade: o Jethro Tull/Ian Anderson ia vir pra cá. Abrindo um parênteses, gostaria de lembrar que, teoricamente o Tull acabou ano passado mas né, sabemos que Jethro Tull mesmo era só o Ian Anderson e o Martin Barre, então relaxem, sem xiitismo. Mas enfim, veio a notícia e logo de cara eu fiquei sabendo que ia ter promoção, estilo Carrefour, inclusive. Era comprar um ingresso e dar mais 1 real que tu comprava outro. Tipo uma meia entrada pra todo mundo, mas sem toda aquela incomodação da meia entrada. Sinceramente, se fosse 200 reais pra ver esse show, teria recusado. Por 100 reais, vale a pena ver um mito como Ian Anderson. 

Algumas semanas depois de comprados os ingressos (plateia baixa lateral, bem à frente - afinal, pegando as fileiras mais centrais, a visão é praticamente a mesma de quem pega a baixa central mais ao lado e por 20 reais a menos), dia 6, terça feira. De manhã, comprei aquele fardo de ceva, porque né, tem que ter o aquecimento antes do show. Cheguei da aula umas 17:30, botei pra gelar e, como eu moro bem perto do Araújo Vianna, o Leão passou aqui depois da aula dele pra apanhar um pouco jogar um futebol no videogame, pra passar o tempo. Boatos que foi o álcool no sangue que fez ele perder jogando com o Barcelona, mas né. É a vida. 

Fomos pro show e confesso que me surpreendi com a quantidade de gurizada indo lá prestigiar o velho Ian. Aliás, a promoção também foi um sucesso, porque a casa lotou. Sem ressentimento e tal, mas... CHUPA CREEDENCE. E na boa, não é a questão do show do Creedence não ter promoção, mas sim dos caras terem escrotizado a meia entrada. Amanhã vai ser o show deles e não conseguiram vender todos os ingressos, vai ter entrada pra vender na hora. Mas enfim, não é do Creedence que vim aqui falar hoje.

Diferentemente do que costumo fazer, não vou fazer um faixa a faixa do show pelo simples fato de não conhecer tão bem assim o Tull (nem as músicas novas que Anderson botou no setlist) pra poder falar com propriedade sobre tudo. Prefiro, nesse caso, me ater ao show como um todo. E, sendo assim, posso dizer tranquilamente que, assim como afirmei ali em cima, 100 reais é uma grana razoável para ver um show do Ian Anderson, mas nada muito além disso, tanto em relação à grana quanto ao show.

Explico melhor. Ian é um talentosíssimo músico, isso é inegável. Escreveu inúmeros clássicos e botou seu nome na história do rock com o Tull. Hoje em dia, porém (e isso já vem de algum tempo), sua voz praticamente inexiste. Ele faz um esforço descomunal pra conseguir cantar e ainda assim com um alcance muito limitado. Porém, por não querer se aposentar dos palcos, ele investe em algumas "soluções alternativas" (afinal, sua habilidade na flauta e no violão continuam intocadas), como gravar vocais de "convidados" e passar no telão, fazendo uma espécie de "dueto virtual": Ian canta algumas linhas e os convidados cantam outras.

O problema é fazer isso e chamar o show de "Ópera". Não, o show não tem NADA a ver com ópera. Os arranjos são fiéis, a banda de apoio faz seu trabalho com competência, como qualquer banda de apoio de um artista solo, não há uma grande produção, orquestra, nada disso. É apenas Ian Anderson, com mais quatro músicos e alguns "vocalistas virtuais extras" executando clássicos do Tull. Chamar o espetáculo de "The Rock Opera" soa como picaretagem.

Outro ponto que achei que Anderson pecou foi a pouca - leia-se NENHUMA - interação com o público. Nem um mísero boa noite. Nem a introdução da banda, que foi gravada e passada no telão. O velho simplesmente não falou UMA PALAVRA pro público durante as quase duas horas de show. Mesmo que não seja muito o estilo dele, é de bom tom pelo menos agradecer entre algumas músicas, dar um boa noite, perguntar se o pessoal está se divertindo, qualquer coisa. Teve um cara que fez uma camisa personalizada, com o logo da banda (aquele dele tocando flauta), referenciando Thick As a Brick (um claro pedido pra que Anderson tocasse ela no show) e o cara foi simplesmente ignorado. Mas é a vida, não se pode ganhar todas. Nem sempre teu ídolo vai pegar um encarte de CD da tua mão e autografar ele, durante o show.  

Sobre o aspecto musical, Ian deixa a desejar apenas quando canta, como disse antes. Ver um senhor de quase 70 anos detonando tudo e fazendo sua clássica pose equilibrado numa perna só (que eu e, provavelmente, muita gente, do alto dos seus 19 anos, passa trabalho pra fazer, que dirá tocar flauta junto), trazendo inúmeros clássicos do Tull dos anos 70 junto é algo sensacional. Isso sim fez valer o ingresso, sem dúvidas. As várias sequências de clássicos - por exemplo, o início do show, com Heavy Horses, Wind Up, Aqualung, With You There to Help Me e Back to the Family uma atrás da outra - os solos de flauta, executados à perfeição, a competente banda de apoio, destacando o guitarrista, entre outras coisas.

Do setlist, achei que, pelo fato do Tull ser uma banda de muitas músicas boas, mas poucos clássicos com "C maiúsculo", ficou faltando alguns clássicos. Ou seja, TINHA QUE TER THICK AS A BRICK. PONTO. Além de, é claro, Crosseyed Mary. Considerando que as 5 músicas novas que Ian apresentou são mais do mesmo e, por ser mais do mesmo, não vão ter o mesmo impacto dos clássicos, o efeito, como se poderia prever, foi de arrefecimento no público. Por mais fã que tu seja de um artista solo ou uma banda, tu só vai no show pra ver músicas novas deste quando elas já foram lançadas.

Digo com propriedade porque a sensação de ver o show dos Titãs em 2014, já com o Nheengatu lançado e com o pessoal sabendo as músicas foi COMPLETAMENTE DIFERENTE (pra melhor, é claro) do show de 2013, da turnê Titãs Inédito. E eles tocaram praticamente as mesmas músicas do disco novo, mas o pessoal só levantou quando começou Lugar Nenhum. E ainda gritaram, lá pela 5ª música, algo como "chega de inéditas".

É sim tiro no pé colocar música nova num show se a ideia é trazer clássicos pro espetáculo. Afinal, o nome da turnê é "Jethro Tull: The Rock Opera" pelo que eu me lembre. E não teve ópera e nem teve Tull o tempo todo. Por isso que eu digo, trocaria no taco essas 5 músicas novas por Crosseyed Mary, Thick As a Brick e algo do This Was, o disco de estreia da banda (principalmente as duas últimas ausências, afinal, o Aqualung foi bem representado, foi o disco com mais músicas tocadas). Achei que ficou faltando. Podia ser, sei lá, Serenade to a Cuckoo, já que Anderson precisa preservar a voz.

Mas no geral, foi um bom show. Alguns deslizes todo mundo comete, mas isso pode tranquilamente ser relevado considerando a magnitude dum artista e músico como Ian Anderson. Ainda mais por 100 dilmas o ingresso. Se tivesse que dar um veredito, definitivo, recomendaria. Ian e sua trupe entregam um bom espetáculo, vale o ingresso.



Aliás, lembrei que, mais uma vez, a extorsão veio quando o Leão pediu duas cevas pra nós. Pela manhã, como disse lá em cima, comprei um fardo de Bud pra fazer o aquecimento antes do show. Seis latinhas, 18 pila, normal. No intervalo do show, o Leão pediu DUAS latas de Heineken. Saiu 16 reais. Na moral, só pode ser zueira isso, né? Os caras tão achando que o pessoal vai com dólar pra gastar no show.

Outro momento engraçado foi quando terminou a primeira parte do show. Logo após o final de Songs From the Wood, última música do primeiro set, Ian apareceu em uma gravação no telão falando algo como "Vamos dar um intervalinho de 15 minutos, enquanto isso deem uma olhada em nossa loja de souvenir. Logo logo voltamos pra mais Jethro Tull: The Rock Opera". Sério, não teve como não rir disso. Ian mercenário demais.

Bom, antes de ir, gostaria de me desculpar pela ausência monstra. Acabei não postando nada durante a semana acadêmica, teve prova de novo e, só agora, tá tudo relax de novo. Vamos ver se agora eu consigo voltar. Mas, se essa postagem ficou meio ruim, peço desculpas desde já, devagarinho pego a prática de novo. Só gostaria de lembrar que sexta tem um baita disco do Queen que vai completar 20 anos (depois de dizer isso, fica fácil de adivinhar). É um dos meus preferidos, certamente vai ter On the Charts pra ele.

Mas isso é papo pra outro dia. Por hoje é só. Valeu!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Questões Intertextuais

O desafio aqui é juntar dois tipos de arte e assim, a obra ao todo fica completa. É como gostar de um filme, não só porque a história é boa e sim, porque tem uma boa fotografia ou a trilha é maravilhosa, como em O Fabuloso Destino de Amelie Poulain ou Whiplash ou Intouchables ou Forrest Gump e etc. ENTÃO, EXPERIMENTE OUVIR AQUALUNG E LER SANDMAN! Isso mesmo... Elas se completam.
Aqualung foi o quarto disco do Jethro Tull e tem uma história em si, basta prestar a atenção nas letras. Além disso, a sonoridade é incrível, tanto que este é um dos álbuns mais conhecidos da banda. Agora, se for pra analisar o disco, faça isso depois de Sandman, para o clima não ficar ''disperso''...
Sandman é do Neil Deus Gaiman que enfim, descreve a passagem do ''Sonho'' por aqui... É um HQ que deve ser lido, re-lido... E as ilustrações são demais!

Então, faça a fusão!





sábado, 3 de outubro de 2015

Quando palavras não são necessárias... 25 (Especial Jethro Tull)

Acabei deixando setembro passar, de novo tinha muitas provas, não me senti inspirado e tal. Peço desculpas. Como outubro vai estar mais relax (e vai ter o show do Tull aqui em Porto, o que também é o motivo dessa postagem especial), vou ter bastante tempo e assunto. Mas como essa série aqui não é de muito assunto, vamos ao que interessa.



terça-feira, 22 de setembro de 2015

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Quando palavras não são necessárias... 24

Bom, como vocês sabem, nossa tradicional postagem de instrumentais costuma sair na segunda semana do mês. Dessa vez, como teve a parada de um mês, que já foi explicada aqui, acabei postergando um pouco, mas né... tradições têm que ser seguidas, então vamos lá. Hoje são só duas músicas porque né, temos uma beeeem longa.


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Notícia: David Gilmour e Iron Maiden no Brasil

É, é isso mesmo que você leu no título. A notícia do Gilmour talvez não seja novidade, mas a do Maiden certamente é. Bem, vamos a elas. 

Primeiro, a notícia mais velha. Entre especulações em geral, a informação que corre é que sim, Gilmour vem ao Brasil no fim do ano, isso tá confirmado. Aí, de uma fonte pra outra temos algumas variantes na história. Roger Lerina, do Clicrbs, afirma que Gilmour já teria 3 datas confirmadas, 12 de dezembro, em São Paulo (Allianz Parque), 14 de dezembro, Curitiba (Pedreira Paulo Leminski) e 16 de dezembro, em Porto Alegre (Arena do Grêmio). Se for verdade, show de bola, mas prefiro não botar a mão no fogo por informação nenhuma, não temos grande divulgação ainda pra poder dar 100 % de certeza. 

Mas, considerando que a informação principal (que o velho Gilmour vem pra cá no fim do ano) é verdade, bora juntar as moedinhas. Gilmour é certeza de show foda. Nada teatral e megalomaníaco como os shows de Roger Waters, mas um espetáculo pra quem quer apreciar as melhores músicas do Pink Floyd, mescladas com algumas pinceladas da regular carreira solo do guitarrista. E, pra quem não sabe, em uma das turnês de Gilmour, rolou The Dark Side of the Moon na íntegra, bem como Echoes. Assim, só uma pequena indireta... 

Agora, sobre a novidade, é notícia de algumas horas atrás. No site oficial do Iron Maiden, a banda resolveu comentar algumas coisas sobre a turnê do disco novo, The Book of Souls. Apenas fazendo um parênteses aqui, The Book of Souls é o primeiro disco de inéditas em 5 anos (o último foi o razoável The Final Frontier). Vai ser lançado dia 4 de setembro e, certamente, vai ter resenha aqui no Nata. 

Continuando, a banda resolveu dar alguns detalhes dessa turnê nova, bem como do novo avião, Ed Force One, que levará a banda por todos esses destinos. Eis que, no meio do texto, temos a seguinte informação: 

"Details of the precise schedule are currently being finalised and we will commence announcements of specific dates for the different territories in a few weeks’ time.  However we can reveal that The Book Of Souls World Tour will open in the U.S.A in late February with Ed Force One flying in for three shows before, in early March, heading into Central America visiting MEXICO, followed by a much anticipated first ever concert in EL SALVADOR and a return to COSTA RICA. Ed Force One then proceeds into South America for concerts in ARGENTINA, CHILE and a number of shows in BRAZIL before flying back to the USA at the end of March for ten more cities covering the USA and, of course, CANADA in the first two weeks of April. "

Ou seja, ali por março, teremos Maiden no Brasil. É um show que, se vier a Porto Alegre, faço questão de ir. Infelizmente perdi o show de 2008, que eles fizeram no Gigantinho, mas, se vierem pra cá ano que vem, não vou cometer o mesmo erro. 

Além disso, aproveito a notícia pra lembrar a todos que já saiu o primeiro single do disco novo, Speed of Light. Boa música, claro que, em se tratando de Maiden, é mais do mesmo. Mas a banda tem o mojo ainda, isso não dá pra negar. Baita som, e a homenagem que eles fizeram a videogames antigos no clipe ficou sensacional. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

De volta.



Sim, foi exatamente um mês fora. Isso fora o tempo que já tinha ficado sem postagem antes, da história do exército e tals. Bom, uma das razões pelas quais isso aconteceu foi a de sempre: um pouco de preguiça e negligência. Nesse ponto, peço desculpas. Apesar disso, quando percebi que essa preguiça, na verdade, era um pouco de desânimo também, preferi esperar. No início, eram apenas duas semanas. Viraram três. Conforme fui vendo que ainda não me sentia à vontade pra voltar a postar, fui deixando levar, até que chegamos ao dia de hoje. Ainda que não esteja com 100% de vontade de postar, em algum momento tinha que retornar. 

Mas, como nem tudo é desgraça, nesse meio tempo, resolvi testar algumas coisas no background. Sei que facebook, sem $, dá um retorno simplesmente RIDÍCULO. Eles dão um jeitinho de fazer tua página ficar invisível. Esse é um dos motivos para, sempre, pedirmos algumas curtidas. Apesar de não podemos contar com essa plataforma como principal divulgadora, sempre ajuda. Sendo assim... curtam a nossa página lá!

No twitter, temos apenas 14 seguidores ainda, espero que a gente possa crescer. Contamos com vocês nesse ponto, quem tiver twitter, por lá é uma das maneiras que avisamos sobre postagens novas, além de indicar alguns vídeos, coisa do tipo. Peço que nos sigam também. E, tanto twitter como facebook, compartilhem, retwittem, divulguem pros amigos. Nunca escondi que a ideia é monetizar o blog e, tenho certeza que, entrando algum retorno para nós, poderemos investir, trazer mais postagens, postagens melhores, talvez até um canal no youtube como suporte... MAS PRECISAMOS DE VOCÊS!

E, nesse ponto, de divulgação, crescimento e o escambau, minha grande - e agradável surpresa - foi o google+. Descobri que tenho nas mãos uma ferramenta muito poderosa para chegar a pessoas que tenham afinidade com o conteúdo que trazemos (o rock, no caso), sem depender do algoritmo do$ intere$$e$, como no facebook. Basta uma boa procura periódica e uma divulgação direta. Por isso, quem usa google+ e quer ficar por dentro das postagens que virão (e as antigas também, é claro), nos sigam lá. Não utilizamos um perfil do blog, mas sim perfis de cada autor. Pra quem quiser nos seguir, tá aqui o meu e o da Bruna.

Mas, mudando um pouco de assunto. Sobre os números... o que obtive? 

Como vocês sabem, foram 31 dias, se não me engano, sem uma postagem sequer. Apesar disso, não posso dizer que o blog morreu nesse meio tempo. Antigamente, ficar 3 dias sem postagem era garantia de que, em um desses dias, teríamos, sei lá, algo como 10 views, talvez um pouco mais, talvez um pouco menos. Isso no pior dos dias, pois viríamos numa decrescente. Agora, desse mês sem postagens, três dias (3, 5 e 7 de agosto) beiraram as 200 visualizações, porque fiz uma divulgação de postagens antigas (aquelas fanfics da  The Miracle Tour... quem quiser, pode refrescar a memória aqui). Os outros, entretanto, não fizeram feio. Após essa oscilação que tivemos e esses dias com esse movimento alto, a média de visualizações por dia está em torno de 30, 35. Tivemos dias com quase 50 views e alguns com 20.

A grande diferença, nesse caso, é que, desde o dia 8, eu sumi de qualquer rede social. Apareci uma vez que outra, mas pra postar algum vídeo, ou comentar alguma coisa, nunca pra divulgar alguma postagem. Assim, sem postar nada por um mês, e sem divulgar nada por duas semanas, estamos com 1320 views. E, como ainda tenho uma semana, pretendo voltar com uma frequência mais ou menos decente, pra ver como o movimento vai se comportar. Essa surpresa positiva é o meu combustível pra entrar rasgando em setembro, mas, pra isso, conto muito com vocês. Vamos transformar o Nata em algo grande.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Pra voltar, contextualizando as últimas semanas

Não era bem esse o exército... Quase que a cobra fumou


Mas, no fim das contas, "I left the show". Falou, um há brasso. Rock is the only army I'll join.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Quando palavras não são necessárias... 23

Até pensei em fazer algo relativo ao dia do amigo, mas essa postagem aqui já tá atrasada demais. Como a tradição é prioridade, vamos a ela :D como a maioria das músicas são quase vinhetas, vamos extrapolar aquele limite de três músicas por postagem



quinta-feira, 16 de julho de 2015

Notícia: Um (re)lançamento com a realeza da majestade


Eu até não pretendia postar nada hoje, ainda não me livrei de uns pepinos que tenho que resolver, mas tive um motivo de força maior, então, vamos logo ao que interessa. 

Qual não foi minha felicidade em entrar no youtube pra ver os vídeos novos de hoje e me deparar com uma thumbnail cheia de vinis coloridos... cliquei pra ver do que se tratava e, bem, o título já dá uma boa mostra. Sua Majestade, o Queen (ou se preferirem, Brian Money e Roger Taylor), vai relançar, a partir do dia 25 de setembro, TODO o seu catálogo de estúdio, com mais uma remasterização, em uma edição especial, com vinis coloridos, 180 gramas e a porra toda. Seria apenas mais um relançamento, mas... esse aí tá caprichado, daqueles nível Pink Floyd. Quem quiser comprar vai poder optar por um boxset - contendo todos os discos e mais um livro com curiosidades sobre as gravações, memorabilia, fotos, aquelas paradas clássicas de boxset -, ou comprar individualmente os discos de sua preferência, ou todos mesmo, se for o caso, mas aí sem o livro. 

Fui ver no site e o box vai sair por 285 euros, ou, cada disco, 19 ou 25 euros (depende se são simples ou duplos... no caso, os duplos serão o Innuendo, o Made in Heaven e o Queen II). O preço do box tá salgado sim, lógico, mas... são 15 discos de estúdio, ao todo, 18 vinis de qualidade, importados, com o livro, com um box caprichado, bem bonito. Vai sair aqui no Brasil por umas 1000 dilmas, mas faz parte. Bem na boa, depois desse lançamento, acredito que vou ter que comprar um bom toca discos, uma caixa de som potente e esse box. Não necessariamente nessa ordem. 


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Resenha #14: Pink Floyd - Meddle


Retire o que eu disse sobre Atom Heart Mother: Meddle é o melhor. Será? Até quando? Por enquanto, é o melhor pra mim. Ele é decisivo no rompimento da psicodelia dos anos 60. Meddle, do verbo ''interferir'' - e isso vem retratado nas ondas da capa sobrepostas que são como ondas de energia (sim, tanto físico quanto espiritual) ou até mesmo, ondas sonoras (deduzo isso, porque aparece uma orelha submersa, se bem que a ideia inicial era pra ser um ânus de macaco, o que não agradou muito a banda). É profundo e com intensa personalidade sonora, que marcou assim o nome da banda em si e claro, abandonando algo mais Syd Barrett.

One of These Days inicia com aquele vento que leva até o seu cachorro, se você deixar. Surgindo o baixo instigante, é aí que surge a energia da música. A música é inteiramente instrumental, exceto com a aparição de um ''One of these days I'm going to cut you into little pieces'', algo muito The Wall. Quando chega em no final de 2 min., aí começa o êxtase, como se fosse um helicóptero, algo muito Dark Side Of The Moon. A virada da bateria e surge o conjunto, que se segue até o final. Delirante! Ah, não se esqueça que essa música tem uma aparição em Doctor Who (amo)!

A Pillow of Winds tem aquele início meio árcade, quase um Fat Old Sun, só que com um ar sombrio. No início dos dois minutos, percebe-se algo mais indiano, até surgir algum instrumento de percussão e reforçar esse climão. Entre três minutos, refuta o ar sombrio, para voltar a leveza. O nome da música é inspirado em um jogo que a banda jogava quando estava em turnê - Mahjong. Fearless entrou até mesmo no hino do Liverpool com um ''you'll never walk alone''. É uma mescla do feliz com o melancólico. Fusão marcante...

San Tropez (virou meu despertador) tem melodia feliz. Um pouco romântica, com diversos signos ocultos e um pouco triste, enfadonha... Seamus é um cão. Sério. E ele canta com o Gilmour. (Se você tiver muitos cachorros, não coloque em sua casa). No Live At Pompeii tem uma versão com os barulhinhos de uma cadela de raça Borzoi.

Então, se lembra daqueles ventos da primeira música? Elas aparecerão novamente em Echoes. A canção é tão instigante que tem relação com o filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Kubrick (aquele cara do Laranja Mecânica). Dizem que depois do refrão, há semelhanças entre O Fantasma da Ópera - Plágio ou não, não sei...As ligações são tantas que antes dos gritos da baleia ou ''mulher gorda'', é possível ouvir em 11:52 barulhos que aparecem num episódio do Chaves, chamado ''O Caçador de Lagartixas''. QUANDO EU DIGO QUE ESSE É O MELHOR ÁLBUM...

E essa é uma resenha super simples e rápida do melhor álbum do Pink Floyd. Voltaremos...

sexta-feira, 3 de julho de 2015

On the Charts #27: Os 35 anos do The Game

Sim, após mais ou menos cinco meses (e nove On the Charts), temos outro disco aniversariante do Queen. E a regra é clara: postagem boa do Queen tem que fazer sucesso, então já sabem ;) como é melhor eu não me enrolar muito por aqui, pra não dar preguiça de continuar a postagem, já vamos de cara ao que interessa.

The Game é o oitavo disco de estúdio do Queen, lançado em 30 de junho de 1980. Desde sua duração até sua sonoridade, passando pelas composições, é um disco que deixa muito claro o rumo do tipo de música que o Queen faria nos anos 80. É um divisor de águas da carreira da banda. Apesar de ser o primeiro lançamento a não conter a frase "No synthesizers!" na capa/verso, não chega a ser algo como o Hot Space, onde o som foi completamente tomado pelos sintetizadores. Aqui eles jogam a favor da banda, servindo como efeitos sonoros, mais um recurso para ser utilizado no estúdio. E, por outro lado, a banda já não tem aquela coisa da pompa, da classe, da pretensão dos lançamentos setentistas, como A Night at the Opera, News of the World e outros. Não é à toa que a crítica da Rolling Stone (apesar deles historicamente terem sido meio pau no cu com a banda enquanto estava na ativa) elogia muito The Game, afirmando que "é bom ouvir um disco do Queen que contenha canções, não hinos". E, realmente, a acessibilidade do disco, a facilidade de digerir suas canções é imensamente superior aos lançamentos anteriores. Até mesmo o Jazz, que já tinha uma pequena mudança no som, em direção a essa faceta mais pop. 

Quanto a vendagens... bem, essa maior acessibilidade do som se reflete em números também. The Game é o disco mais vendido do Queen nos EUA, com quatro milhões de cópias comercializadas, além de ser o único número 1 da banda nos 200 da Billboard. Foi gravado no Musicland Studios, em Munique, entre junho e julho de 1979 e entre fevereiro e maio de 1980, e produzido por Reinhold Mack (o cara que ficaria conhecido por estragar o som da banda no Hot Space). Eu, particularmente, aprecio muito esse disco, justamente pelo fato do melhor (não confundam com o maior) registro ao vivo da banda - o Rock Montreal - ter sido feito com um setlist baseado majoritariamente em músicas desse disco, e pelo fato de, até aqui, a discografia do Queen ser irretocável. Mas o resto da discografia deixemos para outro dia. 

Começamos os trabalhos com Play the Game. Aqui o sintetizador já dá o ar da graça... aliás, os primeiros 15 segundos são SÓ de sintetizador, até, abruptamente, Freddie entrar, voz e piano, com a bela letra dessa música. Uma melodia bem simples, mas cativante, repleta de backing vocals sensacionais, como de costume. Deacon é quem manda muito bem nesse som, durante as estrofes fazendo uma progressão oitavada, seguindo o vocal de Freddie. Aliás, apesar do resultado da música ser muito bom, a versão ao vivo, principalmente do Rock Montreal, é muito melhor, mais viva e menos engessada (acostumem-se com essa minha afirmação sobre as versões ao vivo... produção do Mack). A ideia de começar com um "solo" de piano caberia inclusive na versão de estúdio, em vez do sintetizador. Mas, como disse ali em cima, o resultado é sensacional, pois, apesar de, nesse começo, ainda não parecer esse novo Queen que eu falei, a música é mais enxuta, mais fácil de digerir, mesmo tendo uma certa pompa.

Mas não dura muito essa impressão. Mal termina Play The Game, em fade out, e já entra uma batida reta, um riff sensacional de May e Deacon. E sim, a exemplo da primeira música... ao vivo Dragon Attack é melhor. Mas ela é beeeem alterada ao vivo, porque em estúdio temos muitos overdubs, de bateria inclusive. Uma novidade, pra mim (percebi só agora mesmo), que o baixo não para durante as estrofes. Achei que ficava apenas Mercury e Taylor, mas não, láááá no fundo, bem baixinho, Deacon segue com a linha. Aliás, Deacon manda bem demais aqui de novo. Depois do "mini solo" de Roger, ele que dá uma soladinha sensacional, manja muito o menino Deacon. Depois temos o solo de May, que começa mais ou menos a 2:30 e vai até o fim da música. Dragon Attack, no fundo, tem um quê de improviso, por isso que ao vivo eles reduziam um pouco ela.

Another One Bites the Dust é a terceira música. Bem, é um clássico, dispensa maiores explicações, certo? Errado. Por pouco, essa música não ficou DE FORA do The Game. A banda achava que era apenas uma zueira, sem maiores intenções. Até que rolou o encontro com Michael Jackson e essa música foi apresentada pra ele. Basicamente, Michael não conseguia acreditar que a banda não queria incluí-la no disco. E, com o faro apurado pro sucesso como Michael tinha, ele estava certo. Quando à música em si, é uma das linhas de baixo mais simples que Deacon criou no Queen, assim como uma das mais cativantes. Com a presença mais discreta da guitarra, limpa, fazendo poucas intervenções, e a bateria com fita tape, abafando mais o som da caixa (coisa que o Roger odiava, inclusive), é o baixo quem comanda a música, e o faz com maestria. O grave de Another One Bites the Dust é pulsante, o tempo todo. Aliás, a ideia da banda de apostar num "solo sem solo" no meio, apenas com a bateria e os efeitos também tem seu valor. Em estúdio não é nada de destaque, mas ao vivo permitia que a banda brincasse com a plateia.

Terminada essa parte mais funk do disco, com duas músicas mais suingadas em sequência, temos meio que uma power ballad em sequência: Need Your Loving Tonight. Não é uma baladinha melosa, como Love of My Life, mas não é um rock mais pesado. Fica num meio termo. É outra música extremamente simples, aprendi os acordes dela com facilidade uma época. A letra, mesmo sendo meio triste, falando de um amor perdido, não consegue se sobrepor à melodia, temos meio que um paradoxo aqui. Mais ou menos o que acontece com Bad Moon Rising, do Creedence. O solo de May é "simples pero cumplidor", Roger e Deacon fazem uma batida mais reta, adequada, e os backing vocals aqui são sensacionais.

Fechando o lado A, Crazy Little Thing Called Love. Outro clássico incontestável, outra música extremamente simples. Pudera, foi composta por Mercury, que, segundo palavras do próprio (quando ia anunciar essa música no show), "sabia dois ou três acordes quando o Queen começou. 10 anos depois, ele continuou sabendo esses mesmos dois ou três acordes, então compôs essa música". Aliás, essa não é a única história engraçada dessa música. Segundo as lendas de estúdio, Freddie a compôs no banheiro, coisa de 10 minutos, e chamou Roger e John para irem direto ao estúdio. Segundo Freddie, "queria terminar logo antes que Brian chegasse, senão tudo ficaria demorado demais". Tinha que ser o Brian e suas 45840375897069 tracks de guitarra simultâneas.

Musicalmente, ela é bem simples, o que faz todo o sentido, afinal, é uma grande homenagem ao Rockabilly. Em estúdio, ela é um pouco mais engessada. Nada de novo aqui, já percebemos que é esse o padrão do som no disco, e faz parte, não que seja um grande demérito. Destaque pra performance mais grave de Freddie e pro solo de Brian. Existem algumas curiosidades interessantes que essa música nos proporcionou. A primeira, que já foi citada, é que temos aqui o debut de Mercury nas seis cordas (não sei se em algum momento da carreira do Queen ele volta a tocar alguma coisa de guitarra/violão em estúdio, pelo menos ao vivo eu tenho certeza que não). A segunda é que Brian, ao vivo, toca o solo dessa música com uma Telecaster preta, o que me leva a pensar que o solo também foi gravado com ela, por causa do timbre, que em nada lembra a Red Special. A terceira é Freddie foi quem fez o primeiro solo de Crazy Little Thing Called Love, mas a versão foi perdida, então Brian teve que criar outro.

O lado B inicia com Rock It (Prime Jive). Música mais longa do disco, com 4:30, começa com Freddie cantando, Brian num dedilhado e John acompanhando, uma morosidade, parece que não vai rolar nada demais... até que Roger entra e a porrada pega. Certamente é a música mais pesada e rápida do disco, rockzão mesmo. Inclusive é Roger quem canta ela, o que explica muita coisa. É uma música divertida, mas não é um grande destaque. Também, perto das concorrentes de antes, tudo fica mais complicado. E essa tendência se mantém durante quase todo o lado B, onde temos músicas muito boas, mas sem o apelo comercial do início do disco. Anyway, são músicas muito boas.

Don't Try Suicide é uma delas. Com uma cara meio de jam, conduzida, no início, por palmas e pelo baixo de Deacon, tem uma letra muito baseada em aliteração, repetição de frases e tal. Não é uma música de se ouvir muito seguido, ela enjoa mais fácil. Mas a ironia da letra é sensacional. Como eu li em outro site, tem uma pitada de Alice Cooper. Quando ao instrumental, ele joga bastante com essas paradas de luz e sombra. A ponte, no meio, é bem maneira, com um toque de Rockabilly também, seguida de uma parte muito maneira de pergunta/resposta entre Freddie e o backing vocal. E termina do mesmo jeito que começou, baixo, palmas e um fade out.

Já Sail Away Sweet Sister é totalmente Brian May. Composta e cantada por ele, é uma homenagem à irmã que ele nunca teve. Além dessa fina ironia, é uma balada simplesmente sensacional, uma das melhores do Queen. A melodia triste combina totalmente com o vocal melódico (ou de emo velho, como eu já ouvi gente dizer xD) de Brian. Daquelas baladas que só Brian sabia fazer, assim como o solo dela. Interessante ressaltar a classe do baixo de Deacon, que sabia como ninguém oitavar quando necessário.

E, mal terminamos essa balada, bem melódica, sentimental e esse tipo de coisa, e Roger começa uma série de batidas com um flanger bem maroto na sua batera. Coming Soon é outro rockzão, ao estilo de Prime Jive, mas um pouco mais engessado. Roger abusa aqui dos tambores, principalmente do surdo. É uma música curta, bem maneira. Quem faz intervenções sensacionais ao final de cada verso é Brian, tão maneiras quanto o solo, que não é nenhum primor, em relação à velocidade, mas tem um feeling demais. O legal que dá pra perceber direitinho as diversas brincadeiras que a banda faz com efeitos sonoros durante a música. Pena que nunca foi tocada ao vivo, assim como as duas anteriores.

Save Me, a música que fecha o disco, foi tocada durante a turnê do The Game e durante a turnê do Hot Space também. A exemplo de Need Your Loving Tonight, a letra é sobre um amor perdido, uma ilusão e tal. Mas nesse caso, a melodia é também muito sentimental, acompanhando a letra. Esse par forma, sem dúvida, uma das baladas mais bonitas que a banda já criou, com pitadas daquele Queen antigo, dos anos 70, como as tracks dobradas de guitarra. Ouvindo ela, nota-se a interpretação mais que realista de Freddie, de quem sofre por um amor. E por que não dizer que isso ultrapassa a interpretação? Sabemos que uma das maiores frustrações de Freddie foi a de não conseguir encontrar um verdadeiro amor, a de, digamos, "não saber amar". E, ao vivo, as versões de Save Me eram ainda mais legais, porque quem começava ao piano era Brian, e só trocava o posto com Freddie logo antes do solo.

Infelizmente, não consegui um vídeo com o disco completo, vou deixar o link pra playlist no canal do Queen :D

Bom, acredito que já me estendi demais por aqui, ainda mais considerando que The Game é o disco mais curto da banda (só ganha do Flash Gordon OST), mas é um disco que merece uma detalhada "ficha", assim como normalmente faço com os lançamentos do Queen. Por hoje era isso, galera. Ouvi dizer que o Leão tá preparando uma postagenzinha maneira sobre o Rainbow, daquela série dele. Quando vai sair eu não sei, mas talvez agora fim de semana. Eu ainda tenho mais uma prova na facul, por isso vou pensar primeiro no planejamento do mês, afinal, depois é férias, e aí vai ter postagem afu. Por enquanto, o negócio é física.

Quem gostou da postagem, por favor, não esqueça de compartilhar com os amigos, curtir nossa página no face, nos seguir no twitter. São pequenos gestos, mas que nos ajudam muito. Valeu!  

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Já que a Copa América tá voltando hoje...

nada melhor do que dar uma passada por outras... "seleções" do Rock. Particularmente, a minha preferida, depois do Rock nacional, é a argentina. Só fera :D mas né, sem enrolação, hoje é dia de postagem simples.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Parabéns ao Ilustríssimo: Paul McCartney


Falar sobre o Sir Paul não é novidade no Nata do Rock, principalmente quando envolve aniversários. Então vamos lá falar um pouco sobre ele, algumas curiosidades nem tão novas:

1. Dizem que Paul de verdade morreu em 1966, num acidente de moto e ficou um cara no seu lugar. Tanto que no final de Strawberry Fields Forever, John diz ''I Buried Paul'' e em While My Guitar, George ''chora'' um ''Paul, Paul, Paul...''. Acredite se você quiser, para saber mais, clique na palavra ''aniversários'' dessa postagem.

2. Ele já foi indicado ao Oscar pelas músicas Live and Let Die e Vanilla Sky, ganhando apenas em 71 por Let It Be.

3. Falando em Let It Be, essa música veio de um sonho que ele teve com a sua mãe, assim como Yesterday, que ele sonhou com a melodia...Acordou simplesmente e foi tocar em seu piano, tanto que a letra é só um encaixe.

4. O cara é tão intuitivo que ele teve uma breve indisposição antes de saber da morte de John. Era uma manhã tranquila, onde ele estava conversando com sua esposa e então, sentiu uma tontura. Logo após, avisaram a tragédia...Aí sim, ele se isolou por uns tempos e ficou ''fora de si''.

5. Ele é o único Sir da banda...TÁ ISSO NÃO É NOVIDADE, MAS VALE RELEMBRAR!

6. Além de tocar muitíssimos instrumentos, de compor, de atuar (é, nem tanto)...Ele pintou mais de 500 quadros. E como se não bastasse, virou um ativista vegetariano que parou com as drogas logo após o nascimento de sua última filha.

Ok, essas são breves curiosidades sobre o Paul...E fique claro que o talento desse cara é de outro mundo, que eu tenho orgulho de ele ser do mesmo signo que eu (por isso, o talento para as artes), que sou fã dele e que ele merece muitas views no blog...Porque...ele é o Paul, simples! Parabéns man! 



quinta-feira, 18 de junho de 2015

Nata do Rock Apresenta: Médicos de Cuba

Resolvemos inovar na postagem, pois o Nata deve dar espaço a bandas que são nossas. Devemos sim valorizar o rock nacional!


        A banda curitibana Médicos de Cuba tem personalidade arrojada e originalidade feroz. Formada mais ou menos em 2013 tem como integrantes Vinicius Hasselmann (bateria), Saulo Panek (baixo), Vinicius Windmoller (guitarra) e Wagner Prochno (vocal). Quando ouvi Pastel e Vem no Gás, achei muito bacana e foi o que me impulsionou a postar primeiro. Acabei adorando o som da banda. Por enquanto, só entrei em contato brevemente com o Hasselmann – Que foi muito querido, por sinal. É uma banda nova, mas uma das poucas que se salvam. Jesus de Fora é o oposto de Pastel, por exemplo. É mais crítico e ácido – single de 2015 faz uma sátira ‘’a tendência de classes privilegiadas a tentar representar minorias as quais eles não fazem parte’’, quase um Ricardo Lísias da música. Podemos dizer que a banda não economiza nos riffs e é uma nova fase, assim, tomando um foco, amadurecendo. Não revelarei todas as músicas do disco ‘’Recém Casados’’, justamente para despertar a curiosidade nos nossos leitores, mas super recomendo a banda. Uma banda recente, que está fazendo muito sucesso por aí.

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