quinta-feira, 28 de agosto de 2014

On the Charts #11: Os 25 anos do Mother's Milk

Sim, acabamos tendo dois On the Charts seguidos de discos dos Peppers (poderiam ser três, mas o Freaky Styley foi lançado em agosto de 1985). Aliás, mais da metade da discografia da banda - sete de seus dez discos - foi lançada em agosto ou setembro (inclusive, um dos primeiros On the Charts, quando eu ainda nem pensava que essa série poderia ter um nome, foi dos 20 anos do Blood Sugar Sex Magik e do Nevermind. Quem quiser conferir, só clicar aqui.

Mas chega de enrolação. Hoje é dia de mais um disco dos primórdios da banda. Em um espaço de seis dias (10 pra 16 de agosto) e, aqui no blog, de nove dias, temos um salto temporal de cinco anos na carreira dos Peppers. Bem, muita coisa aconteceu durante esses cinco anos. Só pra dar um resumo... depois do lançamento do debut e uma primeira turnê ainda com Sherman, Hillel Slovak resolve sair do What is This? e ficar somente com os Peppers. Assim, Sherman foi demitido.

Com essa nova formação, a banda terminou sua primeira turnê, entrou em estúdio com George Clinton (Parliament-Funkadelic) na produção e fez o disco mais funk de sua história, o ótimo Freaky Styley. Nele, temos uma mostra da evolução da banda em seus instrumentos, da qualidade de Hillel como guitarrista e de um som bem mais polido, com uma qualidade melhor. A banda vai pra estrada novamente, na Infinity Tour, e agora quem quer voltar é Jack Irons, que também saiu do What Is This?, sobrando, assim, para Cliff Martinez, que foi demitido.

Dessa maneira, apenas em 1986, a formação original dos Peppers estava reunida novamente e finalmente gravaria um disco junta. Mais ou menos por essa época, a banda começou a se envolver mais com drogas e isso fez mal especialmente a Kiedis e Slovak. Como a dependência de Kiedis era mais preocupante, chegando ao ponto de não ter mais ideias para as letras da banda e dormir em ensaios, Kiedis foi afastado da banda por um mês, para que voltasse limpo.

Deu certo. Kiedis voltou muito entusiasmado para a banda, inclusive com uma letra para o que viria a ser o clássico Fight Like A Brave. Como a banda estava compondo várias músicas para o novo disco, foram atrás do produtor. Procuraram por Rick Rubin, que recusou. Assim, Michael Beinhorn ficou encarregado da produção de Uplift Mofo Party Plan, lançado em 1987. Aqui já podemos ver um peso grande nas músicas, influência de Beinhorn. Essa produção mais "profissional" alavancou um pouco o sucesso da banda, sendo o Uplift o primeiro disco dos Peppers a entrar no Hot 200 da Billboard.

O novo RHCP, em 1988. Chad, AK, Flea e Frusciante.
Mas, apenas em 1988, aconteceria o fato marcante da história dos Peppers. O fato que iria mudar a história da banda por completo. Durante a turnê do Uplift, Hillel estava seriamente viciado. Os shows não estavam indo bem e a banda estava muito preocupada com ele. Não que Kiedis, por exemplo, não estivesse em uma situação séria. Mas ele fez um pacto com Hillel de se manterem limpos. Ele respeitou. Hillel não conseguiu, e acabou morrendo de overdose em 25 de junho de 1988.

A banda, claro, ficou muito abalada com isso. O verdadeiro "cabeça" dos Peppers tinha morrido. O cara que ensinou Flea a tocar baixo. O cara que era a maior influência do som da banda. Entre outras alcunhas. Anthony, por exemplo, não compareceu a seu funeral. Jack Irons, abalado com tudo isso, saiu da banda por não se sentir confortável com esse ambiente de drogas e de morte. Desfalcados de dois membros, a solução era tentar remontar a banda.

Assim, depois de um breve período com McKnight (ex Parliament-Funkadelic) na guitarra e D.H. Peligro (ex Dead Kennedys) na bateria, cumprindo uma turnê já agendada, Kiedis e Flea mudaram novamente a formação, achando a estabilidade com Chad Smith e John Frusciante, um moleque de 18 anos que ia em TODOS os shows dos Peppers com Slovak e sabia tocar todas as músicas da banda. Assim, pouco mais de quatro anos após seu início (e de muitas mudanças), o RHCP passava da formação original à formação clássica, depois de todas essas loucuras. O resultado, como já era de se esperar, foi incrível. E dele que falaremos agora.

Mother's Milk é um disco pesado. Ainda mais pesado que o seu antecessor. A bateria muito mais técnica de Chad e a guitarra inquieta de Frusciante casaram muito bem com o estilo da banda. Ainda que Frusciante não se sentisse à vontade com tanto peso, falando abertamente que gostou da maior liberdade que teve no Blood Sugar Sex Magik, é inegável o alto nível que permeia boa parte do disco.

E assim ele já começa, quebrando tudo com Good Time Boys. A bateria, animal como em Give It Away, com, claro, umas paradinhas estratégicas, Frusciante pesando bastante a mão mas sem esquecer do groove, Flea sendo Flea e o Anthony com atitude (algo um pouco mais raro de se ver depois de 1999). Além do aspecto musical, não dá pra esquecer duma parte logo depois do break, que o Anthony canta algo que soa como "vão tudo se fodeoooooo". Sempre dou risada dessa parte. Eles até andaram dando umas palhinhas dela nos shows com o Josh, bem que podia voltar ao setlist.

Seguindo o tracklist, temos a versão cheia de atitude da banda para Higher Ground. Destaque para todos, na real. A banda está on fire aqui. Chad espancando seu kit, Flea com o capeta nas mãos, fazendo uma das linhas mais difíceis da banda, cheias de slaps e velocidade, John fazendo os fills de maneira impecável, adicionando seu feeling à música, e Anthony cantando muito bem, com um alto alcance, considerando sua técnica, conhecida por ser limitada.

Subway To Venus é a terceira, iniciando a sequência mais fraca do disco. Foi tocada até 1992, e é uma das mais tocadas ao vivo até hoje (justamente pelo fato da banda não ter esse apreço todo pelo disco, o que eu considero injusto). Não gosto tanto dela, ela é pesada como as outras e tem uma seção bem rápida de metais, mas acho ela meio sem feeling, meio repetitiva demais. Logo após, temos Magic Johnson, que também não me cativa muito, apesar de, como todas as três músicas da sequência, ser uma das mais tocadas ao vivo. Ela peca, assim como a antecessor, por ser meio repetitiva. Pelo menos o solo de Frusciante é demais. Pra fechar a sequência "maldita", Nobody Weitd Like Me, talvez a pior música do disco, e justamente a mais tocada pela banda (exceto Higher Ground, claro). Até na turnê do Stadium Arcadium eles tocaram ela, não entendo por quê. Apesar de ter uma linha de baixo incrivelmente veloz e uma bateria muito difícil de se executar, é uma música incrivelmente chata. Muito embolada e sem feeling de novo.

Ainda bem que, depois de finda a sequência ruim, temos uma sequência das melhores músicas do disco. Começamos com Knock Me Down, talvez mais leve que as outras, mas muito boa. Na letra, Anthony meio que conversa com Hillel (assim como ele faria no disco seguinte, com My Lovely Man), mas aqui há uma abordagem mais direta do assunto dependência. Ela era pra ter mais uma estrofe, que foi cortada da versão final, por isso que parece meio repetitiva no final, mas isso não tira a qualidade dela. Seguindo, temos Taste the Pain, a música mais funky do disco. Com muito feeling, tem como curiosidade o fato de Chad não ter gravado a bateria dela, mas sim Philip Fisher, músico de estúdio. Antes que eu me esqueça, o solo dos metais é sensacional. Ainda queria ver uma turnê comemorativa dos Peppers, onde eles tivessem um time de metais para, sei lá, as últimas 8 músicas do show, e tocassem só essas antigonas, tipo The Brothers Cup, American Ghost Dance, a própria Taste The Pain, até umas da fase mais nova, tipo Tear, Hump de Bump, enfim... foco no pojeto.

A próxima música é Stone Cold Bush. Apesar de não ter sido single, é uma puta música. Até o Josh fazia uma palhinha dela nos shows dos Peppers, sempre no início de Look Around. Ela é pesada e rápida, mas não soa embolada ou sem feeling, como as da sequência maldita. Falando em feeling, o solo de John aqui é animal, e o do Flea também, que vem antes de entrar a guitarra.

O fim do disco é mais disperso. Nele, temos uma homenagem a Hillel e Irons, com a versão dos Peppers de Fire, ainda com a formação clássica. Aliás, uma versão bem acelerada. Essa música já tinha aparecido no The Abbey Road E.P., e agora entrava no disco. Logo após, como um grande paradoxo da situação, temos Pretty Little Ditty, a única música leve do disco. Justamente a primeira jam entre Flea e Frusciante. Ou seja, em uma música tínhamos o último registro oficial da formação original, e, logo depois, o primeiro registro da formação clássica. Sensacional.

Assim como Pretty Little Ditty, a música seguinte tem pouco mais de 1:30. A diferença é seu peso. Não é à toa que ela se chama Punk Rock Classic, uma música onde a banda ironiza o Guns 'n Roses, com o refrão "put us on MTV", dando a entender que eles eram "bandinha da MTV", justamente a maneira pela qual o RHCP ficou conhecido após o Californication, e o final, mas o porquê eu não vou contar, apenas ouçam. Depois dessa loucura toda, algo mais safado. Batidas mais lentas, uma guitarra bem funky e Anthony falando sobre uma empregada mexicana muito sexy. E esse é exatamente o nome da música: Sexy Mexican Maid. Boa música, com um belo solo de sax, mas não é um dos destaques do disco.

Pra fechar com chave de ouro, uma puta música que, por ironia do destino, foi a única que nunca ganhou versão ao vivo. Johnny, Kick a Hole in the Sky é pesada na medida. Agressiva tanto no instrumental quanto na letra, a música fala sobre o sofrimento que os índios norte americanos passaram por causa do homem branco. Quanto ao instrumental, aqui temos, talvez, a melhor linha de baixo de todo o disco, casou muito bem com a música. Bem que eles podiam tocar ela pelo menos uma vez, mas certamente não vai rolar.


Então é isso, a estreia de Frusciante e Chad na banda não poderia ser melhor. Com Mother's Milk, a banda chegou à posição 52 no Billboard Hot 200, até então, um recorde. Também foi o primeiro disco dos Peppers a ultrapassar a marca de 500 mil cópias vendidas, sendo certificado com platina em Março de 1990. Bem, justiça seja feita, é um puta disco. Não é o melhor da banda, mas mostrava uma grande maturidade de uma gurizada ainda nova e que estava pronta para conquistar o mundo com sua música, o que aconteceu no disco seguinte. Mas chega de enrolação. Parabéns a esse baita disco, e que venham outros aniversários :D

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Parabéns ao Ilustríssimo: Ian Gillan

"IAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAU. I THAAANK IAAAAAAAAAAAAAAAAAAAU. I THAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANK IAAAAAAAAAAAAAAAAAAU!" - GILLAN, Ian


Sim, chegou a vez dele. Por incrível que pareça, o Silver Voice nunca tinha ganhado uma postagem de aniversário, então vamos lá. 

Sim, Gillan com uma guitarra
No último dia 19, essa lenda do hard rock completou 69 anos. Aliás, fica aqui o meu "vai tomar no cu" pras viúvas inglesas e americanas que adoram comentar nos vídeos do Deep Purple, criticando o Gillan e, a banda em geral, dizendo que "sem Blackmore, sem Purple". Primeiramente, Lord>>>Blackmore. Segundo, conseguem imaginar o avô de quase 70 anos de vocês subindo num palco e, mesmo nos dias atuais, mandando ver? Com certeza não, afinal, muitos idosos que chegam nessa idade precisam de barras de metal pra se segurar no banho. Imaginem cantar. 

Por último, gostaria de convidar vocês pra um cálculo simples. Blackmore ficou na banda de 1968 a 1974 e, depois, de 1984 a 1993. Somando tudo, temos 15 anos de Purple. Morse tá na banda desde 1995, ou seja, ano que vem ele completa 20 anos de casa. Assim, nem o argumento de que o Morse é novo na banda vocês tem mais, viúvas. Merecem é ouvir Adele mesmo. Têm chance de ver uma das maiores bandas da história todos os anos e ficam enchendo o saco. Enfim.
Voltemos ao aniversariante. Gillan nasceu em Londres, a 19 de Agosto de 1945. Gillan e seus irmãos sempre se interessaram por música e canto, provavelmente uma influência de seu avô, Arthur Watkins, cantor de ópera. Seu grande alcance vocal é característico, bem como a potência e os gritos agudíssimos e rasgados, muito comuns nos shows antigos do Purple.

E como ele conheceu o Purple? Bem, voltemos um pouco no tempo. Gillan começou a estudar aos 4 anos e, inclusive, foi colega de classe de Pete Townshend. Após ver um filme do Elvis e ficar encantado, decidiu que abandonaria os estudos e se tornaria cantor de rock. Assim, Gillan teve algumas bandas durante os anos 60, incluindo o Episode Six, onde conheceu Glover. Ao mesmo tempo que o Episode Six tava na ativa, o Deep Purple já existia, com Rod Evans no vocal e Nick Simper nas quatro cordas, mas Blackmore estava interessado num som mais pesado, algo mais puxado pro Led Zeppelin. Assim, segundo o que se conhece da história da banda, nessa época, o Purple ensaiava de dia com Glover e Gillan e tocava de noite com Simper e Evans, sem, é claro, os dois saberem disso. Depois dos últimos shows marcados com a Mk I, Ian e Roger foram efetivados e, bem, o resto é história. 

Como falar da história do Gillan no Purple é chover no molhado, vou fazer o que normalmente acontece nas postagens de aniversário: deixar pra vocês outros projetos, carreira solo e esse tipo de coisa. Acho que era isso. Parabéns a esse mito e que tenha muitos anos de vida e Purple pela frente ainda :D

Sim, suas puta, Gillan já fez farofa, estilão Crazy Crazy Nights uahsuahushuahusha

Bom, se quiserem mais, procurem pela carreira dele, que é bastante coisa. Acho que eras isso. Parabéns mais uma vez ao mito e... eras isso. Valeu!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

On the Charts #10: Os 30 anos do The Red Hot Chili Peppers



"Opa, como assim? O Arthur enlouqueceu? Colocando aniversário de banda no On the Charts e..." HAHA, não é bem isso, até mesmo porque o aniversário de 30 anos da banda foi ano passado. Hoje é um dia especial, afinal, não é todo dia que temos um disco de estreia de uma banda no nosso querido temático, que, coincidentemente, chega a sua décima postagem (claro, tiveram milhares antes, mas o nome oficial começou só esse ano). No último dia 10, o debut (quase homônimo) dos Peppers completou seus 30 anos. E, para entendermos o contexto do disco, temos que dar uma boa voltada no tempo. 

A banda bem nos seus primórdios, com Slovak e Irons
Pra você, que acha que a banda começou já com o Frusciante nas seis cordas... SABE DE NADA, INOCENTE. Os Peppers começaram seus trabalhos no começo de 1983. A banda contava com Anthony Kiedis, Flea, Jack Irons e Hillel Slovak, o grande cabeça da banda, afinal, foi quem ensinou Flea a tocar baixo e também foi, mesmo que indiretamente (afinal, já tinha morrido) a influência mais forte do estilo de tocar guitarra de Frusciante. Durante boa parte do seu primeiro ano de vida a formação se manteve a mesma, esses quatro moleques de pouco mais de 20 anos, que ainda possuíam pouca maturidade musical (afinal, são poucas as bandas que começaram já no seu auge).

O problema é que Irons e Slovak tinham outra banda, o What is This?, um grupo mais antigo e, na concepção dos dois, a prioridade. Os Peppers, nessa época, eram mais como um projeto paralelo. Com isso, a banda se viu sem a presença de seu baterista e de seu guitarrista, tendo que chamar alguém pra esses lugares. Assim, Jack Sherman assumiu a guitarra e Cliff Martinez, a bateria. Apesar de Sherman fosse o mais fraco, ou talvez o mais tímido (se bem que atualmente, o vencedor desse posto é o Joshinho HU3HU3HU3), era um bom guitarrista. Já Martinez era superior a Irons. Ainda que fosse um bom baterista, Irons era menos técnico que Martinez. O controle do hihat, do bumbo e da mão esquerda que Cliff tinha era sensacional. 

Assim estava reformado o RHCP, pronto pra gravar o primeiro disco. Pra quem é poserzão, não sugiro começar por ele. Mais negócio ouvir os com o Hillel primeiro, o Mother's Milk, até mesmo o One Hot Minute. Esse debut é realmente uma mostra do espírito juvenil da banda, o que pode não soar tão bem assim. Eu, particularmente, gosto do disco, mas é o mais fraco entre os 10 lançamentos da banda. Claro que parte da influência disso é a pouca liberdade concedida pelo produtor Andy Gill e o som datado dos 80. Existem demos de algumas músicas do disco com Slovak e Irons que dão algumas mostras de como seria o disco se a banda tivesse liberdade. Bem, não precisamos ir longe. Já no Freaky Styley, segundo disco, a banda soa bem mais madura e livre, fazendo algumas músicas muito mais puxadas pro funk.

Pêster de um do show antigo. Existem vários desses
pela intenet, pra quem se interessar
Mas isso é assunto pro ano que vem, nos 30 anos do segundo disco. Hoje é dia do debut. E ele não poderia começar mais característico dos Peppers. Além dos slaps de Flea, estilo de tocar baixo determinante do som dos Peppers até hoje (apesar de, no I'm With You, ele não ter dado UM único slap, eles tocam as antigas), o fato de True Men Don't Kill Coyotes ser a única que ganhou clipe e estar logo no começo do disco é algo que, como podemos observar, acompanha a banda desde sempre. De todos os discos dos Peppers, apenas The Power of Equality, do Blood Sugar Sex Magik, não foi single ou ganhou clipe. Além disso, se destaca Martinez aqui, que faz uma condução bem intrincada nas estrofes e no refrão abusa da condução dupla no hihat.

Baby Appeal é a segunda música. Com um andamento bem mais reto, quem se destaca aqui é Sherman, com um riff mais pesado, algo não tão comum nos Peppers. Cliff, claro, dá o ar da graça no final de cada refrão. Seguindo, temos Buckle Down. Uma música muito cíclica, ela gira em torno do riff a maior parte do tempo. O vocal gritado do Anthony cai bem aqui, assim como as intervenções da guitarra de Sherman.

Já Get Up And Jump, único single do disco, é acelerada como os Peppers no começo. Conta com a presença de metais e, de vez em quando, tem um pedacinho tocado pela banda nos shows atuais. Boa música, poderia ganhar um arranjo mais atual, mas parou no tempo, lá em 1991. A quinta música é o único cover do disco, uma versão da banda para Why Don't You Love Me?, de Hank Williams. Aqui percebemos a limitação musical da banda nesse primeiro disco. Até aqui tivemos cinco músicas e pelo menos duas soam muito parecidas. Mas o solo de Sherman nela é demais.

Green Heaven, a música seguinte, é a mais pesada do disco. Com bateria arrastada e muita guitarra, tem uma letra bem interessante. Ainda que do jeito dos Peppers, é uma crítica. Sem falar que, no meio, dá uma mesclada no peso e no funk da guitarra mais limpa. Depois dela, vem Mommy, Where's Daddy?, sem dúvidas a pior música do disco. Tava indo tudo muito bem na introdução, com um solinho e tal, mas aí entra o vocal e a música fica repetitiva. Ainda bem que a música seguinte é a melhor do disco.

Out In L.A. é uma puta duma música. É uma pena que eles não toquem mais ela, ela poderia estar abrindo os shows da banda até hoje. Mesmo tendo só dois minutos de duração, ela tem tudo, uma bateria muito técnica, um baixo furioso e muito feeling na guitarra. É uma das melhores dessas antigas dos Peppers.

E, pra quem pensa que o disco vai ser fechado com altas letras, está enganado. As últimas duas músicas - Police Helicopter e You Always Sing the Same - somadas, não chegam a 1:40 de duração e, por incrível que pareça, foram as mais tocadas nos últimos anos. Não que isso chegue, sequer, a 10 execuções, mas foram. A primeira tem 8 versos que se repetem duas vezes e fala sobre os helicópteros da polícia, que sobrevoavam a área onde o Anthony morava quando era pequeno, atrás de traficantes de drogas. A segunda... bem, sem comentários. Mais uma das loucuras dos Peppers, só ouvindo pra sacar. Só digo que, depois que eu ouvi Flea Fly, não me impressiono com mais nada.

Agora sim, pra fechar com chave de ouro, a música mais longa do disco, com incríveis 4:06 de duração. Grand Pappy Du Plenty. Eu não sei que caralhos esse título quer dizer, mas é uma das melhores músicas do disco. Uma viagenzinha instrumental, muito improviso.

Bom, acho que era isso. The Red Hot Chili Peppers não é um grande disco, nem teria como ser. Tem seus ótimos momentos, mas também tem músicas ruins. É um disco bom, daria um 6 de 10, mas com uma discografia como a dos Peppers, é difícil se destacar com um disco mais mediano. Ainda assim, vale algumas ouvidas. E pelo histórico.



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quando palavras não são necessárias... 10

Sim, chegamos no 10. E pensar que eu só considerava um tapa buraco, no começo, mas percebi que fez sucesso. Então, vamos lá, mais instrumentais pra vocês:

Homenagem ao aniversariante do último dia 10. 30 anos, calma no coração que ele vai ter postagem exclusiva.
Pra quem não sabe, foi a primeira jam entre Frusciante e Flea, em 1989. Esse discaço vai fazer aniversário daqui a 3 dias. Também vai ter lugar no On the Charts

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Love story? Os fãs de Peppers agradecem.

O título pode parecer meio nada a ver, mas vamos direto ao ponto (já que as postagens do tipo andam fazendo sucesso). Estava eu, ontem, dando uma olhada no youtube, quando observo, na minha tela de inscrições, três "músicas não lançadas do RHCP": Goldmine, Rock and Roll e Fall Water. Logicamente, fui ver do que se tratava e, enquanto ouvia as três músicas inéditas, vi na descrição do vídeo um endereço pra uma página do facebook.


Fui lá pra ler e descobri que o criador da página é, pelo visto, um grande fã de RHCP que tem muitas demos e músicas assim, inéditas. Não sei como ele conseguiu, mas o importante é que ele tem. Só que pelo jeito ele terminou com a mina dele. Então, pra voltar com ela, ele criou essa página, que a foto de perfil é a foto da camiseta que ela deu pra ele no último Natal, e tá pedindo curtidas. Em troca, ele entra em contato com o dono do RHCPTV6 (o canal que coloca umas "raridades" dos Peppers no ar), e repassa esse material pra ir pro youtube. É um grande negócio pros dois lados xD

Bom, era basicamente isso, quem quiser entrar na página do cara, só clicar aqui. Ajudem ele, afinal, pelo jeito, essas demos e inéditas dependem um pouco disso.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Boxsets... picaretagem ou capricho? #2

Basta pesquisar bandas como Pink Floyd, por exemplo, que perceberá um material caprichado e até inusitado como as bolinhas de gude ou o porta-copos e uma ótima fotografia. Porém, tem bandas que por mais que não tenham muitos materiais, poderiam usar mais a criatividade.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Boxsets... picaretagem ou capricho?

Pra quem não sabe, duas postagens do blog falam sobre o assunto. Quem quiser saber mais, clicar aqui e aqui. Dessa vez, trago para vocês alguns vídeos, do mesmo cara dos unboxings do Why Pink Floyd. Eu comecei a mudar um pouco minha opinião sobre os boxes porque, quando a banda sabe fazer uma edição especial de um disco (e o Pink Floyd sabe bem), fica muito evidente o capricho e o conteúdo artístico que a banda quer incluir em sua música. Assim, o resultado, apesar de caro, é muito interessante. Mas acho que chega de palavras, pois as ibagens, como se diz por aí, valem por mil palavras.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Top 5 Nata do Rock: Julho

Não foi um mês de se comemorar, mas também não foi o pior desse ano. Apesar de alguns períodos de vários dias sem postar, o mês fechou com 1219 views, melhor que abril e junho. Espero que o crescimento continue agora em agosto. Mas chega de enrolação e vamos às 5 mais vistas de julho.


5 - Os 40 anos do Queen - 12 views

Justamente quando completou um ano no blog, a postagem dos 40 anos do debut do Queen voltou ao top 5. Merecido, diria. Modéstia à parte, gosto muito das postagens sobre o Queen, me sinto mais inspirado.

4 - Um dos narigudos mais falados... - 13 views

Apesar de ser do ano passado, voltou ao top 5 com o 74° aniversário do Ringo. Não esqueçam que é uma postagem de uma especialista em Beatles :D

3 - Parabéns ao Ilustríssimo: Ian Paice - 13 views

Merecida medalha de bronze. Até esse ano o mestre Paice nunca havia recebido uma postagem de aniversário do blog.

2 - Especial Titãs #7 - Resenha #9: Titãs - Nheengatu - 16 views

Dois meses depois do lançamento, o belo trampo novo dos titânicos segue rendendo views ao blog. Aliás, é o maior sucesso do blog desde a postagem de 40 anos do debut do Queen, que, por acaso, também se encontra nesse top 5.

1 - Nata do Rock Apresenta: ZZ Top (Parte 1) - 33 views

Sim, ela de novo. Bom, sem comentários, foi só eu falar que fazia um tempo que ela não aparecia que ela já tá de novo aí.

Por hoje, eras isso. Gostaria de agradecer a marca de 200 curtidas que ultrapassamos na página do blog no facebook. Agora estamos em 204. Se não conhece, curte lá, tem muita foto legal, vídeos, postagens, além de ajudar com a divulgação do blog, fica por dentro das postagens novas. Que venha agosto e que ele seja melhor que julho :D Valeu!