domingo, 29 de março de 2015

Um novo Nata a partir de abril? Alguns planos...



Poucas vezes fiquei tão decepcionado, envergonhado e desanimado para continuar o blog quanto no começo desse ano, mas principalmente em março. Perdi as contas de quantas vezes pedi desculpas aos leitores por minha irresponsabilidade, mas a verdade é que a desorganização apenas potencializa um somatório de fatores. Assim, visando corrigir esses erros que são acumulados desde o início do Nata, passei aqui pra compartilhar com vocês as novas ideias para o blog a partir de abril. Pros mais conectados com a "espiritualidade" do rock'n roll, assim como eu faço, de colocar alguma música enquanto escrevo, me sigam: 


Agora estamos prontos. Vamos lá. 

1 - Planejamento 

Nenhuma empresa funciona na base do boca a boca, e aqui no blog costumamos fazer muito isso. Todas as promessas são tênues e se rompem o tempo todo. Vários exemplos ilustram isso. 

Um deles: eu chego em casa, penso "hum, poderia postar sobre tal disco hoje", entro no computador, vou para a internet, faço zilhões de coisas diferentes. Quando vejo, é perto das 21:00, hora que fecha a contagem de views do dia e eu penso "tá meio tarde, amanhã eu posto numa hora que pode dar mais views". No outro dia, o processo se repete. E no outro. E no outro. Assim, numa semana que "deveriam" sair quatro postagens, saem, no máximo, duas. 

Outro exemplo: Chego pro Leão numa sexta-feira e pergunto se ele pode fazer uma postagem específica, que eu mesmo poderia fazer, mas, sei lá, por ser do Led Zeppelin, Rainbow ou alguma outra banda do tipo - que ele tem mais afinidade - ou por eu ter postado nas últimas 4837534768745 vezes e gostaria de uma folga, prefiro deixar pra ele. Ele diz que tá beleza, até o final do domingo ela vai pro ar. Sossego e penso "bem, não vou postar nada pra nem a minha postagem se sobrepor à dele e nem o contrário". Chega no fim do domingo, e, por falta de comunicação, não temos nenhuma postagem nova, nenhum rascunho, nada do tipo, e eu não estou a fim de cobrir o furo que foi deixado. 

Basicamente, é isso que acontece. Sei que ninguém vai ser tão máquina a ponto de não furar nunca, mas com um planejamento, fica muito mais fácil cobrir uma eventual falha, seja postando algum "tapa-buraco" no lugar, seja intensificando a divulgação de postagens antigas. Isso porque o fluxo de visualizações só se intensifica de verdade quando o blog se mantém fresco e atualizado, seja nas postagens, seja nas publicações no facebook. Assim, a partir de abril, as postagens do blog vão ter planejamento, de planilha mesmo, com postagens obrigatórias, como os aniversários de músicos e de discos. Os dias que sobrarem sem nada vão receber as séries mensais, como Shows Históricos, as de instrumentais, as de épicos, etc. 

Isso vai bloquear o surto criativo, aquela postagem que vem do nada, dá na telha de algum dos colaboradores e vai pro ar no mesmo dia? Não, pois a planilha é apenas uma garantia de que teremos um número mínimo de postagens para cobrir decentemente o mês. Tenho quase certeza que não irão todas pro ar, sempre pode surgir algum imprevisto, mas suponhamos que na planilha estejam planejadas 20 postagens para abril. Certamente, umas 15 delas irão estar lá, talvez mais. Adicionamos, por exemplo, três notícias que acabem saindo durante o mês e pronto: temos um número muito mais consistente e aceitável de postagens no mês. Isso vai ajudar muito na construção de uma base realmente forte de consumidores do blog. 

Assim, o planejamento se faz mais do que necessário: ele é essencial. Por menos promessas irresponsáveis (que acabam não sendo cumpridas) e por mais conteúdo sério e responsabilidade. Os leitores vão agradecer e, posteriormente, nós, vendo o feedback positivo, que certamente virá. 

Provavelmente a primeira música já acabou. Pausa pra mais uma:



2 - Divulgação

Fiquei especialmente preocupado no momento que percebi a queda do número de curtidas na página do face. Estávamos com quase 240, 237 para sermos mais exatos, e caímos para 231. Ok, não parece algo expressivo, mas o pior foi saber que houve uma queda sucessiva quando, na página, sempre tivemos números crescentes. Quando alguém descurtia, alguns dias depois já conseguíamos repor, com sobras, a baixa. 

Isso me fez ter meio que uma epifania hoje. Bem, vocês já tão percebendo isso desde o início da postagem, mas sim, ela se estende a todos os segmentos que envolvem o Nata. Assim, a política dos colaboradores, a partir de agora, vai ter que envolver uma maior divulgação. Quanto mais gente vê o blog, melhor e mais intenso é o feedback, mais motivação teremos para aprimorar o conteúdo, esse tipo de coisa. Por isso que, no final de cada postagem, vai começar a aparecer todas as páginas e meios de divulgação possíveis. Partiu mendigar like memo xD só assim mais gente vai começar a acompanhar regularmente o Nata e aumentar nosso "quórum". 

3 - Valorização

É, principalmente, por esse motivo, que temos que eliminar as promessas não cumpridas. Acima de um blog feito por um zé ruela qualquer, como eu, o Nata é uma marca, um produtor de conteúdo e uma reputação a zelar. Assim, a partir de agora a postura do trio de autores, a saber, eu, a Bruna e o Leão, vai mudar, para preservar a seriedade e credibilidade do blog. Na real, tudo isso que consta nessa postagem tem esse objetivo. Credibilidade inclui ter conteúdo novo regularmente, ter uma boa frequência de aparições nas redes sociais, ou seja, não sumir, e honrar os compromissos. Essa é a nossa ideia daqui pra frente. 

A valorização também vai depender bastante do futuro do blog. Até o momento, a ideia é melhorar a frequência das postagens e dar uma "profissionalizada" no negócio. A partir daí, dando certo, podemos pensar melhor no que fazer com as perspectivas novas. Nunca deixei de considerar a ideia de monetizar o blog, mesmo que não nos dê uma grana expressiva, já poderíamos, por exemplo, fazer algumas coisas diferentes pros leitores, nem que fosse sortear umas canecas do blog, uns chaveiros, sei lá. Aí é a criatividade que manda, mas como eu disse, é coisa pro futuro. Pés no chão e um passo de cada vez. Primeiro é ver o que vai rolar em abril, depois ver se melhora em maio, e assim vamos indo. 

Mas podem ter certeza que essa é a última promessa que vou fazer: vocês vão ver um Nata bem diferente a partir de abril, mesmo sem mudar radicalmente. A mudança tá no background e é o que vai fazer toda a diferença na qual estou depositando as expectativas. E, já começando a nossa nova política, gostaria que ficassem sabendo que agora temos um twitter. O link está aqui, peço que, quem tiver twitter, siga a gente, também divulgamos as postagens lá, além de publicar fotos, vídeos de bandas, tipo o que a gente faz no facebook também. Então, já sabem. Sigam-nos os bons :D

Falando em facebook, ficaria extremamente feliz se vocês nos ajudassem a recuperar todas essas curtidas que perdemos e ajudassem-nos a ganhar mais curtidas. Você, pequeno gafanhoto, que nos acompanha e gosta do nosso trabalho, mesmo que ele seja "semi profissional" (afinal, ainda o fazemos no amor), saiba que ele pode ficar ainda melhor, mais completo, e você mesmo pode ganhar esses mimos que falei antes. Talvez uma caneca artesanal, talvez um chaveiro, camiseta, sei lá. Basta nos ajudar a tornar o Nata realmente grande. Fazendo a sua parte e curtindo, já ficaremos muito felizes, agora, se rolar umas curtidas por tabela, porque você é uma alma caridosa e que realmente se preocupa com o futuro do blog, bem, teremos que pensar em alguma recompensa. No começo, enquanto ainda for de graça o negócio, pode ser, sei lá, uma postagem planejada por você. No futuro, poderão rolar os brindes.  Como falei várias vezes antes, ainda não sei como vai ser tudo isso. Vamos ter o primeiro contato com o planejamento e uma maior seriedade a partir de abril. Espero muito que dê certo. 

Acho que por hoje era isso. Valeu!!

domingo, 22 de março de 2015

On the Charts #20: Os 40 anos do Fly By Night
























Pois é, ainda estamos tirando os atrasos do início do ano. Depois de cobrir os discos de 2014 e de janeiro desse ano, chegamos em fevereiro. Além desse, nos próximos dias vai sair um On the Charts do Physical Graffiti, do Led Zeppelin, que também foi lançado em fevereiro. Mas o dia de hoje é, de novo, do Rush, então vamos lá. 

Fly By Night é o segundo disco de estúdio do Rush. Lançado em 15 de fevereiro de 1975, é a primeira guinada do Rush em direção à sonoridade que o consagraria, ainda que a mudança seja sutil. Vários são os fatores para isso. Primeiro, a mudança na formação. Sai John Rutsey, entra Neil Peart. E, convenhamos, não foi só pela questão da saúde de Rutsey. John era realmente limitado, e o som da banda acabava ficando aquém do que poderia ser. Claro que o debut da banda é simplesmente genial (o On the Charts dele ficou por conta do Leão, quem quiser dar uma conferida, só clicar aqui), afinal, ser definido como "um novo Zeppelin" não é pouca merda, e, duvido que com Peart atrás do kit, a banda pudesse fazer algo tão cru e "simples" como In the Mood ou até mesmo Working Man. Tudo na história do Rush tem uma razão, e ser privado de um debut como esse seria algo, no mínimo, broxante. 

Segundo, o próprio amadurecimento musical de Lee e Lifeson. Os dois já mostravam grande potencial e técnica no primeiro disco, mas, com a chegada de Peart, a compatibilidade da banda ficou muito mais apurada. Assim, a dupla sabia que podia contar com um baterista extremamente sólido e preciso atrás do kit, podendo exagerar o quanto quisesse nas trocas de tempo e complexidades em geral. Por isso, Fly By Night soa híbrido. Em alguns momentos, parece que estamos ouvindo uma versão mais sólida do debut. Em outros, uma versão simplificada de Caress of Steel ou 2112. Logicamente, isso só foi possível porque a entrada de Peart se deu duas semanas depois do início da turnê em 1974, ou seja, o tempo para a formação nova se entrosar foi mais que suficiente. 

Isso fica evidente logo no começo do disco. Anthem, a música mais megaputaqueparivelmente impossível de se reproduzir na bateria. 30 segundos ouvindo o novo disco e já dava pra notar que Peart veio para elevar a coisa a outro nível. Somemos isso ao baixo de Lee, sempre marcante, além de seus altíssimos agudos, tão memoráveis quanto irritantes (em alguns momentos), e Lifeson com seu clássico estilo de "riff de acordes". Música que nasceu clássica, teve um bom pedaço reproduzido na R30 Overture, da turnê de 2004. Uma abertura de 10 minutos, onde músicas dos primeiros 6 discos montaram uma medley simplesmente sensacional. E a banda não decepcionou, mesmo com 30 anos a mais nas costas. Interessante ressaltar o solo de Lifeson, bem mais rock'n roll do que o normal. Uma herança do primeiro disco, certamente. 

Se Anthem começa assim, complexa, Best I Can, segunda música, vem pra dar uma lembrada no disco anterior. Nada fora do esperado, afinal, é uma música da época de Rutsey (foi até tocada ao vivo com a primeira formação, aqui, por exemplo). Uma das melhores da bolacha, sem dúvida. Riff marcante, extremamente simples, um rockzão mais simples mesmo. Seguindo, temos Beneath, Between and Behind. Um andamento mais intrincado, uma letra reflexiva, como de costume, e uma linha vocal que segue a guitarra e bateria, no refrão, algo raro nas músicas do Rush. Como se não bastasse tudo isso (em pouco mais de 2 minutos), no final temos uma passagem mais funky, trabalho sensacional de abertura de hihat, cortesia de Mr. Peart. 

Eis que chegamos a By-Tor and the Snow Dog, pra fechar o lado A. Bem, fora o fato de falar que a letra fala sobre uma "batalha" entre as duas figuras que nomeiam a música, a letra em si que se foda. O que interessa é justamente essa batalha, protagonizada pelos instrumentos. Temos aqui a primeira evidência fortíssima do que o Rush estava virando. Uma música que, depois de suas duas primeiras estrofes, deixa o pau comer solto durante vários minutos, para retomar a letra lá no final. E como isso acontece? Bem, logo após os primeiros 2 minutos, temos o solo de Lifeson, onde ele faz um uso grande de "guinchos" em sua guitarra, simulando essa batalha. Após um tempo na mesma, entra um riff de guitarra repetido algumas vezes por Lifeson, seguido por Lee e Peart algumas vezes também. Depois disso, entramos em uma sequência de duelos entre guitarra/baixo e bateria, até chegarmos àquela regressão clássica nos compassos. Primeiro, seis marcações. Depois cinco, quatro, três, duas, até finalmente chegarmos em um longo acorde. 

Nesse momento, já estamos em cinco minutos de música, e, depois daquele grande jogo de luz e "barulho" de antes, um pouco de sombra. Teclado, efeitos de guitarra, batidas mais despretensiosas de Peart na caixa. Eis que um longo rufo, seguido de uma virada, puxa a próxima seção da música: um solo de Lifeson, com uma influência bem grande, eu diria, no blues. Aqui, Lee e Peart fazem apenas uma marcação simples e quem realmente brilha é Alex. Isso até que, depois de algumas voltas de solo, os três se sincronizam novamente em uma sequência de notas que puxa, novamente, o andamento do começo, onde Lee narra sobre o fim da luta, onde Snow Dog venceu. Na real, os vencedores são os ouvintes, presenteados com oito minutos e meio de pura genialidade. 

Depois desse momento mindblowing, a faixa título vem pra abrir o Lado B e acalmar um pouco as coisas. Sempre foi uma das minhas preferidas. Simples, mas cativante, com sua belíssima letra sobre mudanças, novos ares, a guitarra de Lifeson mais limpa do que nas músicas anteriores, fazendo um trabalho muito mais calcado na base. É mais uma daquelas músicas que nos lembra do primeiro disco, principalmente pelo solo de Alex. 

Mantendo esse ambiente mais "balada" do lado B, temos Making Memories. Confesso que sempre achei ela e Rivendell, a música seguinte, meio inertes ao disco, não fedem nem cheiram e tal. Mas elas têm o seu valor. Em Making Memories, o violão de Lifeson, o slide, o vocal mais contido de Geddy, a própria bateria mais contida de Peart, tudo isso contribui para presenciarmos uma atmosfera meio rara em uma música do Rush. E essa tendência se mantém em Rivendell. Ao som de voz e violão, apenas, Lee e Lifeson despejam nas caixas de som uma das melodias mais bonitas que eu já ouvi. Sem falar na contribuição de Peart para a música (para todo o disco, na real), com sua letra. 

Para encerrar essa obra prima, In the End. Mais uma música que começa com violão, voz e, aqui, com a adição de baixo e leves intervenções de Peart, nos pratos. Mas apenas até os dois minutos, depois disso Lifeson liga a distorção da guitarra e a música, que já tava bem encaminhada, vira uma power ballad. In the End era tida como única na discografia da banda, singular e tal. 38 anos depois, The Garden, a música que fecha Clockwork Angels, o trabalho mais recente do trio, é lembrada por ter uma ligação com In the End. Nada relacionado com letra ou algo similar, apenas o estilo da composição mesmo. E posso afirmar que as duas são fechamentos digníssimos dos dois discos. 





Bom, acho que eras isso por hoje. Espero realmente que o Leão poste nos próximos dias sobre os 40 anos do Physical Graffiti, porque, se cair na minha mão, vai rolar MUITA zueira por causa dos plágios, podem ter certeza disso. Só pra ele ficar putinho e parar de preguiça. E, mais uma vez, me desculpem por parecer político fazendo promessa. A partir de abril teremos um planejamento mais rigoroso pro mês, sem esse negócio de postar o que dá na telha. Vou trabalhar duro para ver o blog crescer mais, afinal, não podemos ficar estagnados. A próxima postagem vai ser sobre isso, fiquem ligados. Valeu! 

domingo, 15 de março de 2015

Notícia: Pearl Jam e a turnê brasileira de 2015

Bom, como o título já entregou a notícia inteira, me resta detalhar aqui. Em meio a especulações de Stones, AC/DC e outras bandas, quem passou na frente foi a trupe de Eddie Vedder. Inclusive a data dessa turnê é novembro, o mês que se especulava a vinda dos Stones pra cá em 2015. Concorrência? Acredito que não... até lá dá pra juntar uma grana boa. Agora, se o AC/DC vier também, aí complica bastante.

As datas são 11, 14, 17 e 20 de novembro, na Arena do Grêmio, Morumbi, Mané Garrincha e Maracanã, respectivamente, e não temos informação ainda sobre venda de ingressos. Interessante ressaltar essa alta dos shows em estádios, uma tendência que não tava rolando muito ultimamente. Só esse ano já tivemos a turnê do Foo Fighters aqui, que foi também em estádios (menos em Porto Alegre) e, se os Stones vierem mesmo, sem dúvida lotarão estádios também. 

Pra quem nunca foi num show do PJ, que é o meu caso também, todos que vão dizem que vale muito a pena ir, porque o show, além de muito bom, musicalmente, é de longa duração, o que mostra a dedicação da banda com o entretenimento dos fãs. Sem falar no fato deles nunca repetirem um setlist. 


Pra dar uma completada na postagem e ela não ficar tão pequena, uma notíciazinha menor. Há alguns dias, saiu clipe novo do AC/DC, vou deixar aqui pra vocês conferirem. Tá bem maneiro 

terça-feira, 10 de março de 2015

Quando palavras não são necessárias... 19

Tamo quase chegando no 20. Aliás, temos muitas séries regulando nos números. O próximo On the Charts vai ser o 20 também. Os Shows Históricos tão perto também, 18, se não me engano. E o Quinta Underground parou lá atrás, pouco depois do 20. Bom, menos numerologia e mais música. Vamos lá...




Bastante diversidade hoje... blues, metal e punk. E sim, Ramones tem um instrumental xD bem, acho que amanhã vai sair postagem de novo. Se não amanhã, quinta. E é mais um On the Charts. Conseguem adivinhar qual é?

domingo, 8 de março de 2015

Ó abre alas que eu quero passar




Com o título inspirado em Chiquinha Gonzaga, aqui começo a postagem sobre o dia da mulher: Ser maluco, apaixonante, polêmico, versátil e que roubou o sono de muitos caras (e mulheres, claro, por que não?!), inspirando amores, protestos e homenagens. Independente da situação (amorosa e não), aqui vão alguns vídeos:
















terça-feira, 3 de março de 2015

On the Charts #19: Os 35 anos do Permanent Waves


Mais um que vai sair atrasado, mas o motivo é outro. Diferentemente do Sheer Heart Attack, que demorou por preguiça minha, esse aqui, por fazer aniversário no dia 1° de janeiro, emendou com vestibular, festa, saídas, ensaio, praia, enfim. Outras postagens, é claro, passaram à frente na prioridade. Mas estou aqui pra corrigir isso, então vamos lá. 

Permanent Waves é o sétimo disco de estúdio do Rush, lançado em 1° de janeiro de 1980. Considero esse disco um dos melhores da carreira do Rush, principalmente por ser um dos lançamentos da fase mais inspirada da banda, que se estende, na minha opinião, do Rush, de 1974, ao Clockwork Angels, de 2012. Não, brincadeira. Pra mim, a fase mais "apurada" do som do Rush, em todos os termos (porque sim, uma música, mesmo que longa, pode ser cativante - ponto no qual o Caress of Steel peca um pouco), vai do 2112 ao Signals. E, já que citei o Caress, é sempre importante ressaltar que, não fosse ele, não teríamos um 2112. E essa fase do Rush mostra muito bem esse "padrão". O disco seguinte, A Farewell to Kings, direcionou o som da banda pro que viria a ser o Hemispheres. Pode-se tranquilamente dizer que os dois discos têm um parentesco. 

Pois bem. Seguindo essa lógica, não fosse o Permanent Waves, não teríamos o Moving Pictures. E bem, acho que esses dois discos dispensam maiores explicações. São as duas maiores provas de que, mesmo simplificando seu som, o Rush conseguia se manter incrivelmente complexo e com um padrão de qualidade altíssimo. Isso sem falar em uma espécie de "sucesso comercial". Afinal, não é todo dia que uma banda faz duas músicas que, apesar de complexas, não passam de 5 minutos e são extremamente populares. Tom Sawyer e The Spirit of Radio só perdem pras duas primeiras partes de 2112 e Closer to the Heart no ranking das músicas mais tocadas em shows do Rush. E, muito provavelmente, porque essas duas/três que estão à frente são 4, 5 anos mais antigas. Mas chega de enrolação e estatística. Vamos ao que interessa. 

Imagine o impacto de quem ouviu, pela primeira vez, lá em 1980, Spirit of Radio. Não só de quem comprou originalmente o disco. Eu fiquei impressionado quando ouvi, o Leão provavelmente ficou. Na boa, eu, nesse momento, depois de ter ouvido ela 308478327503488067834 vezes, estou arrepiado, escrevendo a postagem, enquanto canto e batuco na mesa do pc feito um retardado. É uma música simplesmente apaixonante, inclusive pelo prazer que dá tocar ela na bateria. Neil Peart, como sempre, faz um trabalho de excelência aqui, mesmo que seja uma de suas linhas mais simples. Junte isso ao Lifeson mandando uma sucessão de riffs sensacionais, todos os momentos de luz e sombra da música, Geddy destruindo no baixo e cantando melhor que no começo da carreira e temos essa obra prima. 

E, emendando logo de cara, sem deixar o ouvinte parar pra pensar no que passou nesses últimos 5 minutos, Freewill. Outro riff matador de Lifeson, letra sensacional de Peart. Mas, logicamente, o grande destaque dessa música é o final, a partir do solo (importante ressaltar, quando tu ouve, parece que TODOS estão solando, tamanha a complexidade dessa seção da música) e, bem, o que vem depois dele. Leia-se Geddy Lee gritando que nem um doente, cantando num tom absurdamente alto. Bom, outra música do calibre de Spirit of Radio, mesmo que não tão lembrada nos setlists (não quer dizer que não foi tocada inúmeras vezes).

Poster da turnê, incrivelmente original -sqn
Depois desses primeiros dez minutos estonteantes, entramos em Jacob's Ladder, pra fechar o lado A. Confesso que raramente ouço ela, nunca me chamou a atenção. E, realmente, competindo com "concorrentes" como as anteriores, fica difícil se destacar mesmo. Basicamente, é uma música de uma atmosfera muito mais sinistra do que qualquer outra coisa. Lifeson faz um belo solo nela, seguido por Geddy, que abusa do moog em seu solo. Além disso, é interessante ressaltar que, apesar de seus 7:30 de duração, é a menor letra do disco, com a estrofe do início e mais algumas linhas. Duas cantadas por Geddy durante o solo de moog (seguindo a progressão do solo) e duas no final. Acredito que justamente seu caráter de "improviso" (beeeem entre aspas) faça ela soar estranha aos meus ouvidos, afinal, ela está entre outras músicas bem amarradinhas, que não abrem mão de uma teórica "face mais comercial", mas têm a cara do Rush, lógico. 

Abrindo o lado B, temos mais uma dessas citadas acima. Entre Nous foi uma música extremamente injustiçada. Nunca havia sido tocada, até 2007. Ela estreou ao vivo na turnê do Snakes & Arrows. Pra mim, é a música mais fácil de assimilar do disco inteiro. Simples, mas que não abre mão da qualidade. Quem se destaca aqui é Peart e seu trabalho sensacional de hihat, principalmente antes do refrão, antes do solo e em alguns momentos que ele faz um double time misturando com um trabalho de abertura. Lifeson sempre fazendo um trabalho sólido nas estrofes e, no refrão, se utilizando do violão de forma genial. 

Falando em violão, posso estar enganado, mas ouço um 12 cordas soando em Different Strings. Aliás, é uma música tão "diferente" que Geddy toca piano nela (claro que é o teclado, mas com som de piano mesmo). Apesar de todo esse zelo, ela também soa um pouco deslocada, se comparada às outras músicas do disco. Acredito que isso ocorre por ela também ter uma atmosfera diferente da "alegria" de músicas como Free Will e Spirit of Radio. Mesmo assim, sendo mais fraca que as quatro principais, ela ainda está um patamar acima de Jacob's Ladder, essa sim a mais fraca do disco. 

Eis que chegamos ao final. Mas calma que ainda tem muita água pra rolar, afinal, estamos falando de Natural Science e seus incríveis 9 minutos. Ao estilo de uma "viagem espacial", começamos devagar, calmamente, como se esperássemos pelo lançamento do foguete. Lifeson, com o violão (acredito que é o de 12 cordas, mais uma vez), e Lee, despejando uma filosófica letra (mais uma das obras de Peart), dão o tom dos primeiros dois minutos. Eis que Lifeson puxa o riff que mudará a música (e vai voltar algumas vezes durante os minutos restantes). 

Depois disso, chegamos na segunda parte, onde a música muda completamente. Peart entra pra valer na música, Lifeson mostra uma outra linha de guitarra, mais sombria, e Lee grita a letra, num tom mais alto e "sofrido" que antes. Depois de uns dois ou três minutos, volta o riff principal, e, lá pelos 5 minutos, a progressão que sempre antecede os versos na última parte. Essa progressão, a letra e o riff ficam se alternando, em um "duelo" sensacional, elevando a música a seu clímax. Bem, não é à toa que essa música era a última do primeiro set na turnê do Vapor Trails (a turnê que originou o Rush in Rio). 

E assim terminamos Permanent Waves. Um disco que, apesar de mostrar que a banda havia abandonado aquele estilo épico setentista que originou 2112 e Hemispheres (e que nunca mais voltaria a fazer algo nesse estilo), serviu pra mostrar também que o Rush não se limitava a um estilo de som - o que ficou muito claro ao longo dos oitenta - e que, mesmo sendo mais "simples" (sempre entre aspas), é um dos melhores discos do trio, must have e tals. 


Bem, não sei o que vou postar amanhã, não sei nem SE vou postar amanhã, mas né, sempre surge uma ideia boa no meio do caminho. Fiquem tranquilos que aqui sempre estarão em boas mãos. Seis, no nosso caso. Valeu!

segunda-feira, 2 de março de 2015

Top 5 Nata do Rock: Fevereiro

Apesar de sair em um dia 2, a contagem não foi afetada, pois o blogger considera os últimos 30 dias na contagem mensal, e fevereiro tem 28 dias. Como todas as postagens do top 5 foram pro ar há menos de 30 dias, tá tudo sereno. E, falando sobre o mês que passou, foi enorme a minha satisfação em ver o sucesso das postagens, mesmo que o mês tenha feito pouco mais de 1000 views. Isso é totalmente compreensível, afinal, fevereiro é o "mês das férias", não só pra quem lê o blog, mas pra quem escreve nele. Assim, a frequência das postagens caiu um pouco, ainda que a Bruna tenha feito um trabalho sensacional e o Leão tenha voltado. Bem, chega de papo e vamos ao que interessa:

5 - My Sweet Lord - 24 views
O aniversário do "beatle quieto", feito pela Bruna, é a postagem mais recente que entrou no top 5 e a mais recente do blog. Falando nisso, gostaria de pedir desculpas por essa semana sem postagens, mas cheguei apenas quinta feira da praia, e cheio de coisa pra resolver. Agora que começa o ano, for real. 

Apesar da zueira com a música do Roberto Carlos, essa postagem da volta do Leão é sobre um dos melhores discos do Deep Purple: Stormbringer, que completou 40 anos em novembro de 2014. E o Leão já voltou fazendo sucesso, entrando no top 5. Quero ver se isso vai se repetir. 

3 - Quando você... - 30 views
Uma postagem bem...aleatória, mas que mereceu sucesso, afinal, só temos clássicos aqui. Mais uma da Bruna a figurar nesse top 5.

2 - On the Charts #18: Os 40 anos do Sheer Heart Attack - 45 views
Minha única postagem que faz parte do top 5. Pelo visto, minhas postagens de sucesso ganharam concorrência, o que é muito bom, pois estimula uma competição saudável para sempre trazermos material de qualidade e divulgá-lo bastante para que faça sucesso. Essa postagem é um exemplo disso. Considero ela a melhor que fiz em muito tempo, e uma das melhores do Nata nos últimos tempos. Bem, postagens de aniversário de discos do Queen geralmente me motivam além do esperado. Ainda que essa tenha saído com uns 3 meses de atraso.

1 - Bluegrass porto-alegrense - 63 views
E, pelo terceiro mês seguido, o domínio do top 5 (bem como a postagem vencedora) foi da Bruna. Ela que se prepare que agora em março vai acabar a festa, vai ter muita postagem boa. E, o mais incrível dessa postagem: ela tem UMA frase. O resto é fotos e vídeos. Mas tenho que admitir que é uma boa postagem.

Bem, por hoje era isso. Amanhã vai sair, finalmente, a postagem dos 35 anos do Permanent Waves, completados na virada 2014/2015. Além disso, acredito que, nos próximos dias, sairão as tradicionais postagens de instrumentais e algum show histórico. Valeu!