terça-feira, 30 de setembro de 2014

On the Charts #13: Os 45 anos do Abbey Road (Parte 2)

Era uma manhã de oito de agosto de 69, eu estava levando meu cachorrinho para passear quando me deparei com os Beatles na escada - E sem garotas doidas por perto, estava tudo normal naquele dia. Era comum ver eles, claro, o estúdio era logo ali... Então fiquei observando, na real, eu estava curiosa, não sabia o que estava acontecendo... Até que perguntei para um senhor chamado Paul Cole e um policial que estavam logo ali. Ambos ficavam reclamando sobre o fato de Paul estar descalços e achavam esquisito o estilo do quarteto. Eu achava mágico. Então, saí dali e fui levar meu cachorrinho para casa. Bem, logo depois quando passei em uma loja, estava ali... O tal Abbey Road, e olha...aquele senhor estava no fundão. Que legal! Depois disso, até hoje, muitas pessoas tiram suas fotos atravessando a rua.

Bem, polêmicas sobre a capa? Sempre surge... Como sobre a lenda da morte de Paul: Lennon (de terno branco), o sacerdote; Starr (terno negro), o agente funerário; e Harrison (de camisa e calças jeans), o coveiro. O Carro na Rua – Um carro parece vir em direção a Paul. Ou, como os ingleses dirigem na mão esquerda, parece que o carro já atingiu Paul e segue em frente. O Carro de Polícia-Um carro de polícia, entre John e Ringo, esta parado. Parece estar atendendo a alguma ocorrência, como um acidente de trânsito. O cigarro na mão direita de Paul. Ele era canhoto. Erro do sósia?Pés descalços – Paul é o único Beatle de pés descalços. Há um costume de ingleses ser enterrado de pés descalços. Detalhe: seus olhos também estão fechados. A Chapa do Carro (fusca branco) – A chapa de um fusca que aparece à esquerda traz a inscrição LMW 28IF. O LMW poderia significar a abreviação de “Linda McCartney Weeps” (Linda McCartney Chora) ou “Linda McCartney Widow” (Linda McCartney Viúva). O 28IF seria “28 years IF alive”, o mesmo que 28 anos SE vivo, se referindo à idade de Paul à época do disco, se não tivesse morrido. Paul, na verdade, tinha 27, mas, era o dito, em religiões indígenas a idade de uma pessoa é contada a partir da gestação. Então ela já tem nove meses quando nasce. Logo, Paul teria 28 anos, na época.



Como eu sou idosa demais pra acreditar nessas conspirações, deixo aqui, algumas fotos e a minha lembrança.

Colocando os planos em prática.
Treinando para a melhor pose.
Hora de descanso...
''Olha, um pombo''...
Eu daria carona...
Também falei com aquelas senhoras ali...
Foto tirada antes...
Projeto de como seria a foto...
Pose 1...
Pose 2...Depois vieram várias outras...
Oie!
Batalha de estilos...
George musando, John nas dorgas, Paul limpando as unhas e Ringo cheirando a mão (e fumando, claro).
John dando dicas de como ter um cabelo como o dele, Paul achando tudo cansativo...(e os outros dois ignorando)...
Linda? É você de loira?
Observando se você está lendo os comentários...
Comentando sobre a próxima postagem...Que vai ser demais!

sábado, 27 de setembro de 2014

On the Charts #12: Os 45 anos do Abbey Road (Parte 1)


Talvez o melhor álbum (certamente o mais vendido). Ontem o Abbey Road está ficando velhinho. 45 anos... Bem, tentarei me transportar para o ano de 1969. Ah... 26 de Setembro de 1969! Este 12° álbum foi produzido por George Martin (Quem mais seria?!).  

Não foi tão conturbado quanto os últimos álbuns, porém,como o empresário Brian Epstein tinha morrido, os Beatles ficaram nessa discussão sobre o futuro empresário. Paul até sugeriu que o pai de Linda viesse assumir as coisas, mas os outros Beatles preferiam Allen Klein (Sim, o mesmo dos Stones). Só que em ambas as bandas, deu uma confusão (acusações, talvez...) e ele saiu. Mais brigas dos besouros? Não, as coisas estavam calmas demais até. Ou seja... POR QUE NÃO VOLTAR AOS VELHOS TEMPOS?!

E assim basicamente se resumi a história em si: Melhor álbum, George se destacando nas composições, uma melhor convivência no quarteto, capa emblemática e um tanto polêmica, uso de novos recursos tecnológicos (como o Moog), primeiro disco a ser gravado com oito canais de áudio e ótimos engenheiros e assistentes de som – Geoff Emerick ‘de álbuns como Revolver’, Phillip McDonald ‘de álbuns como Sgt. Peppers...’, Alan Parsons ‘do Dark Side of the Moon’, John Kurlande ‘da trilha de O Senhor dos Anéis...’.


Hey, Bruna... Mas tu não vais falar sobre as músicas e sobre a capa do disco? Calma, leitor... Dedicarei a próxima postagem para você... Fã ou apreciador de Beatles, que dá uma olhadinha no blog...Sem você, não haveria postagem comemorativa dos 45 anos de Abbey Road parte 2.



Aguarde... Eu estive lá, eu vi quando eles tiraram a foto, eu atravessei a rua logo depois disso... Eu fui uma nota musical tocada em Something. Então, sei de tudo e te contarei tudo... Aguarde!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Notícia: Novembro, um mês como há muito não se via

O negócio é estilo "vim do futuro e posso afirmar"? Bem, não, mas é algo muito óbvio. Começou com a picaretagem nova do Queen (que já saiu na outra notícia). O Queen Forever tá com lançamento marcado pra 10 de Novembro e, bem ou mal, qual foi a última música nova do Queen que a gente ouviu? Pra quem não lembra, o último single lançado pelo Queen, inédito e ainda com John Deacon foi No One But You (Only the Good Die Young), com Brian May e Roger Taylor dividindo os vocais. Uma homenagem a Freddie. Eis que, desde 2011, se especula sobre novas músicas inéditas do Queen. Agora, 17 anos depois, três delas virão à tona. Já seria algo pra se comemorar, mas não para por aí.

No mesmo dia já estava programado o lançamento de Sonic Highways, novo trampo do Foo Fighters. Legal, ainda que seja algo mais contemporâneo, é uma das poucas bandas que carregam a bandeira do rock. Algumas semanas depois, vem o Pink Floyd e anuncia o novo disco, The Endless River, PRO MESMO DIA DOS OUTROS DOIS. Ou seja, 10 de Novembro teremos o lançamento de três discos, sendo que dois são de bandas consagradas e clássicas. Apenas no dia 10. Pra completar esse mês sensacional, o Deep Purple anunciou seis shows no Brasil e o AC/DC já comunicou que seu novo disco, Rock or Bust, será lançado em novembro. Só o que falta é ser dia 10 também. 


Como a notícia com mais informações é sobre o novo disco do Floyd, vamos a ela. Foi divulgada a capa do disco novo e, na minha opinião, ficou beeem legal. Pra quem não tá ligado, The Endless River é composto por sobras de estúdio da época do Rick Wright e, pela sample que eu ouvi, estão ótimas. A maioria, instrumentais curtos. A banda não contou com Roger Waters nas quatro cordas, assim o baixo ficou a cargo de Guy Pratt. A tracklist do disco é a seguinte:


- "Things Left Unsaid"
- "It’s What We Do"
- "Ebb and Flow"
- "Sum"
- "Skins"
- "Unsung"
- "Anisina"
- "The Lost Art of Conversation"
- "On Noodle Street"
- "Night Light"
- "Allons-y (1)"
- "Autumn68"
- "Allons-y (2)"
- "Talkin Hawkin"
- "Calling"
- "Eyes to Pearls"
- "Surfacing"
- "Louder Than Words"

Pra quem quiser ouvir 30 segundos do disco novo, só clicar aqui

Acho que era isso, fiz bem resumido só pra informar o essencial. Calma no coração que ainda vai sair a postagem dos 30 anos do Powerslave e a postagem de aniversário do Neil Peart :D valeu!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Notícia: Foo Fighters no Brasil e a nova picaretagem do Queen

Típico da lei de murphy. Num ano não vem ninguém pra cá  (o que sobrou do Guns não conta), no outro vem todo mundo. Se a especulação em torno de uma vinda dos Stones a Porto Alegre, para fevereiro de 2015, está muito forte, o Foo Fighters se antecipou e anunciou sua nova turnê, (que provavelmente vai promover o novo álbum da banda, Sonic Highways, previsto pra novembro) passando pela América do Sul no início de 2015. As datas são 21 (Porto Alegre), 23 (São Paulo), 25 (Rio de Janeiro) e 28 de Janeiro (Belo Horizonte).

O que eu acho disso? Deve ser um baita show, na real. É só não vir com frescurinha de ingresso custando o olho da cara que lota fácil. Acho que uns 180 pila pela pista tá mais do que bem pago, é meio que o padrão. Iria no show, tranquilamente, mas a prioridade é os Stones. Se eles vierem mesmo, Grohl e sua trupe que me desculpem, mas vou ter que ir ver os velhinhos.



A segunda notícia do dia é aquela que já andou pelo blog algumas vezes, lembra? Aqui, aqui e aqui também. Infelizmente Brian May provou mais uma vez por que tem a fama que tem. Quando ele falou em "músicas inéditas do Queen", todos ficaram tipo "legal, um disco nos moldes do Made In Heaven talvez", tanto que ele disse que eram "encontramos um monte de coisas não lançadas, músicas inéditas. São 3, 4 ou 5, talvez mais, não importa", o que nos levava a pensar que pudessem existir outras, compondo, pelo menos, um EP de inéditas.


Pois bem. Qual não foi minha decepção ao ver o tracklist do "novo álbum". Comecei a ler e pensava comigo mesmo sobre o que lia...

- "Let Me In Your Heart Again... não conheço, legal, começou bem."
- "Love Kills... hum, o Queen vai arrumar essa música do Freddie, como fez com I Was Born To Love You e Made In Heaven."
- "There Must be More to Life Than This, o famoso dueto com Michael Jackson... legal'

Até aí, de três músicas, apenas uma era uma música do Queen inédita, mas as outras duas eram aceitáveis, nesse sentido. Eis que começa a minha decepção. Continuei olhando o tracklist e lá veio... It's A Hard Life, Love of My Life, These Are the Days Of Our Lives, Who Wants to Live Forever, Somebody To Love, etc.

Logo após, uma "edição deluxe", dupla, que tinha outras 16 músicas, NENHUMA inédita. Naquele momento eu fiquei tipo "puta que pariu, Brian. Tanta demo do Queen rolando por aí e tu me vem com TRÊS inéditas?". Espero muito que algumas dessas músicas já lançadas sejam, na real, versões alternativas, talvez demos. Ninguém mais quer saber de coletânea do Queen, de boas.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

2 anos de Nata no Facebook

Segunda foto de capa da página (a primeira é a mesma do fundo do blog)
Lembro que estava eu, numa sexta feira (tá, isso eu não lembrava, fui pesquisar no calendário), fazendo mais uma postagem pro blog, como de costume. Nessa época, o Nata tinha pouco mais de um ano, mas já fazia relativo sucesso, afinal, NUNCA que eu ia imaginar ter mais de 10 mil views em qualquer site nascido assim, no anonimato.
Primeiríssima foto de perfil da página...
quem não lembra?
Mas teve. E, naquele momento, eu pensei "bom, eu divulgo minhas postagens no orkut (aliás, eu ainda uso o orkut, não vou abandoná-lo até seu último dia) e no meu perfil do facebook... mas meu perfil só meus amigos olham. Por que não criar uma página no facebook, pro blog?". E assim nasceu a página, com o mesmo nome do blog. Pra quem não conhece, sugiro, mais uma vez, ir lá no facebook e curtir. Nos ajuda com a divulgação, quem curte fica por dentro das postagens novas e todos ganham :D

Primeira das montagens do Leão
Pra quem não reconheceu,
The Def Leppard EP com a fonte do
Mothership, do Led Zeppelin
Seguindo com a história... me lembro que no início me preocupei bastante em colocar como marcos as postagens anteriores à criação da página (pra quem nunca viu, fica lááááá embaixo, antes de qualquer publicação), por que as que viessem depois já estariam na data certa. A página já passou por algumas fotos de perfil e de capa, mas ultimamente nós estamos mantendo a do A Night At the Opera porque ela ficou demais (e porque o Leão anda sem tempo pra editar outras).
Foto de perfil atual da página :D

A página foi crescendo devagar... primeiro os amigos, depois os amigos dos outros colaboradores e algumas pessoas completamente desconhecidas. Isso é bom, pois fortalece o nosso trabalho aqui. Atualmente a página ostenta a marca de 211 curtidas. Bem que, até o final do ano, podia chegar em umas 230 :D Além disso, pra quem não tá ligado, lá na página tem vários álbuns de fotos com nossos temáticos mais consagrados... On the Charts, Parabéns ao Ilustríssimo, Resenhas, Shows Históricos, enfim. Tá bem bonito, só dar uma conferida.

Bom, acho que era isso. Fiz essa postagem mais pra não deixar a data passar em branco, afinal, é um marco importante no crescimento do blog. Não esqueçam de curtir a página... pra acessá-la, só clicar aqui. Espero que venham muitos anos, muitas views e muitas curtidas pela frente. Valeu!

Foto atual de capa... até o final do ano, sai uma homenagem decente pra eles

sábado, 13 de setembro de 2014

Quando palavras não são necessárias...11

Mais um mês, mais uma postagem de instrumentais. E hoje o bagulho tá loco :D fico pensando, 11 postagens já, e, por mais simples que sejam, dão continuidade ao trabalho do blog e fazem sucesso. Enfim, todos sabem que aqui não é lugar de papo, então...


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Aconteceu em Porto Alegre #3: Titãs no Opinião

Sim, pouco menos de um ano depois, a banda que aparece novamente em um show presenciado por quem vos fala é o Titãs. Mas também, que show. Antes de iniciar com o que aconteceu nessa última sexta, temos que fazer um comparativo com a postagem do ano passado, sobre o show dos titânicos no Araújo Vianna. 

Primeiro: o local. O Araújo que me desculpe, mas, com todo o respeito, lugar dos Titãs é, no mínimo, no Opinião. Além da acústica sensacional, a interação com o público é completa. Todos os quatro são humildes, comunicativos e interagem muito com quem está os vendo. Não tem por que tocar em um lugar com cadeiras. 

Segundo: baladinhas. Contando apenas o setlist "oficial" (explicarei depois), o que se tinha de mais próximo de balada era Marvin e Flores. Diferente do show do ano passado, que Epitáfio e É Preciso Saber Viver eram presenças constantes, a temática dos shows da turnê do Nheengatu é só porrada mesmo. 

Terceiro: as músicas novas. Agora não são mais 10. São 12. E não soam cansativas, diferente do que parecia o "erro" do ano passado. Claro, como eu disse, ninguém conhecia a maioria das músicas, e agora muita gente já as tem na ponta da língua. Mesmo assim, elas já eram ótimas lá no ano passado, tanto que se encaixaram perfeitamente no setlist. 

Quarto: aspecto visual. Ainda que os Titãs nunca tenham sido uma banda de valorizar tanto o visual, nunca é tarde pra se começar. E eles tão fazendo bem nesse início de turnê. Mesmo que continuem sem usar telão (provavelmente por causa do alto custo), o pano de fundo é uma gigantesca imagem da tela da Torre de Babel, de Bruegel, a que figura na capa do disco. A pele do bumbo de Fabre estampa outra tela de Bruegel. Além disso, os jogos de luzes estão muito bonitos, combinando demais com a atmosfera do show. É Titãs das antigas com uma roupagem moderna, sem se auto plagiar. 

Agora, podemos avançar uns meses e começar a jornada até o show. Tudo começou com o anúncio do show em Porto Alegre, em 30 de Julho, e a compra do ingresso, poucos dias depois. Aí era só esperar, pouco menos de dois meses. Enquanto isso, vinham as notícias de como seriam os shows da turnê, Sérgio dizendo que iam rolar uns lados B e que o palco ia ter essa dedicação ao visual. Eu e a Bruna já começávamos a especular. Será que ia rolar Corações e Mentes? Quem sabe Miséria? Talvez até algo mais obscuro do Titanomaquia ou do Tudo Ao Mesmo Tempo Agora. "Nossa, imagina se rolasse Clitóris?". Enfim, era tipo isso que pensávamos. Conforme passavam as semanas, a ansiedade aumentava. Dia 23, primeiro show da turnê, no Circo Voador, RJ. Um extenso setlist, 30 músicas, 12 do disco novo. Tava uma beleza. No show seguinte, mesma coisa. Já sabíamos que esse setlist ia se repetir por aqui. 
Eis que, um ou dois dias antes do show, começaram a surgir aquelas ideias tipo "bah, e se eles olharem pra gente?". A Bruna teve a ideia de levar um cartaz, pedindo um par de baquetas e/ou o setlist. Eu, logo depois tive a ideia de levar um CD, pro caso de eu dar muita sorte e conseguir um autógrafo. Só que levar um CD no bolso da calça jeans é algo meio inviável. Por isso, no dia do show, saímos umas 20 pras 6 da aula e passamos aqui em casa, pra largar o material, trocar de roupa e ir a pé pro Opinião. Antes de sair, tirei o encarte do meu Tudo Ao Mesmo Tempo Agora, botei no bolso com uma caneta e um papelzinho indicando meu nome, peguei uma grana, e fomos. 

18:30. Chegamos ao Opinião, portão de entrada tava aberto, seguranças na porta e NINGUÉM na fila. Perguntei ao segurança se já estavam abertos os portões. Diante da negativa dele, percebi que éramos, junto com mais duas gurias que chegaram ao mesmo tempo, OS PRIMEIROS DA FILA. Tudo começava a ficar muito bom a partir daqui. Estava com medo de chegar essa hora e a fila já dobrar a esquina, como foi no show do Nando Reis, mas não. Lentamente foram chegando as outras pessoas, enquanto outro grupo ainda comprava os ingressos na hora. No final das contas, ficamos sabendo que os portões abririam 19:30.

O motivo? Bom, provavelmente o fato da banda estar passando o som ainda depois das 19:00, hora programada pro show. Pude identificar Fala, Renata, Canalha, Cadáver Sobre Cadáver e, não sei se era bem isso, mas A Verdadeira Mary Poppins. Nossa, nesse momento a expectativa tava lá em cima. Enquanto isso, um cara que era uma CÓPIA do Sérgio Britto passava pela rua, até nos deixando com uma certa dúvida se era ele mesmo ou um sósia, pois até as roupas eram parecidas.

19:30. Hora dos portões abrirem. Como a lógica sugeria, apenas dois lugares foram "ocupados" antes da gente escolher, então conseguimos lugar bem no meio e diretamente na grade. Começava a aumentar as chances de conseguir uns "brindes". A partir daí era esperar, e, sabem como é esperar algo assim. É tipo aquela aula chata interminável, que tu olha no relógio e marca uma certa hora, olha de novo e só passaram dois minutos, mesmo que tenha parecido uma meia hora.

Entre as músicas do som do bar, muitos clássicos. Creedence, RHCP, Nirvana, e eu e a Bruna conversando sobre o que esperávamos do show. Assim ia passando o tempo. Logo após, os roadies colaram o setlist no chão e pude conferir que sim, era o mesmo dos shows anteriores. Do lado é que ficava o mistério, duas folhas de papel com pares de palavras, como "pecado/culpa" e "abismo/abrigo". Ficamos discutindo sobre o que poderia ser isso, depois acabamos descobrindo.

Eis que chega 21:00. Aquela expectativa, sobe a tela do projetor de imagens, mostrando novamente o palco inteiro. As luzes azuis acendem e começa aquela música tribal. Cerca de um minuto depois, a banda entra, todos mascarados. Checa afinação, aparelhagem, tudo certo. É hora da porrada. Mário chama na bateria e a banda inicia com as duas notas iniciais de Fardado. Mas tudo para. Mário segue marcando o tempo e os titânicos continuam repetindo essa frase. Eis que um som do splash da bateria de Fabre dá o tempo para iniciar a música de verdade. E aí, meu amigo, é só porrada.

Uma sequência quase matadora de início. Fardado, Pedofilia, Cadáver Sobre Cadáver (de cara, três das quatro novíssimas presentes em Nheengatu), Baião de Dois (eles insistem com essa música, preferia Não Pode), Chegada ao Brasil (Terra à Vista) e Senhor. Nessa última que descobri a utilidade daquele papel que eu falei antes. Como a música tem uma estrutura bem parecida na maioria dos versos, o que muda é a última palavra. Pois bem. Nas duas folhas, estavam todas as "últimas palavras" dos versos.

Apesar de não ter o feedback do pessoal mais de trás, o que eu constatei é que as primeiras fileiras sabiam boa parte das letras, tanto que, quando Branco gritou "Senhooooor!", o pessoal já saiu gritando a letra. Pelo jeito, a banda também viu que o pessoal da frente tava bem dedidado às músicas novas, tanto que interagia muito com a gente.

Super Mário mandou bem demais
Depois desse começo ousado e matador, a banda deixou Mário, ao mesmo tempo, solar na bateria e puxar a próxima música do set, a clássica Polícia. Não, nada de Acorda Maria Bonita. Até isso sumiu do show. Enquanto eles tiravam as máscaras, Fabre tocava sozinho a parte do meio da música. Falando nisso, naquela versão bem mais acelerada, porradona mesmo. Logo após, Sérgio saudou o público e anunciou Fala, Renata, uma das já velhas conhecidas do público, afinal, a banda vem tocando ela desde 2011. O show seguiu, por mais algumas músicas, nessa onda de alternar uma clássica com uma nova. Após Polícia e Fala, Renata, tivemos Bichos Escrotos (como de costume, com TODO MUNDO cantando), Mensageiro da Desgraça e República dos Bananas.

Então começou, com Flores, o desfile de clássicos. Antes, uma observação. Provavelmente esses meses entre o lançamento do disco e o início da turnê serviram pra banda ensaiar AFU. Branco tá cantando melhor e, principalmente, Fabre tá tocando muito melhor, mais acostumado, sem acelerar tanto as músicas. Flores é um bom exemplo. Ainda que o feeling do mestre Charles Gavin, quando tocava essa música ao vivo, fosse incontestável, Mário tá se saindo muito bem. Enfim, voltemos para o principal.

Flores, AA UU, Desordem (já virando presença certa nos shows, fazendo-se a justiça a essa puta música que foi esquecida por muito tempo), Vossa Excelência (com direito a "comício" do Miklos, se candidatando para ser nosso "candidato ficha suja"), Diversão, Televisão, Cabeça Dinossauro e 32 Dentes, essa última de volta ao set, ano passado foi bem tocada em muitos shows, mas caiu fora justamente antes do show aqui em Porto.

Entre elas, muitos pedidos, alguns inusitados e outros nem tanto. Uns caras tavam pedindo a chatíssima Dona Nenê (ainda bem que não tocaram), ouvi pedidos de Saia de Mim (seria uma boa pedida, se não fosse tão Arnaldo essa música... talvez na voz do Sérgio), Nem Sempre Se Pode Ser Deus também foi bastante pedida, inclusive por mim. Ahh, eu também pedi por Clitóris, enquanto exibia o encarte do Tudo Ao Mesmo Tempo Agora. Ainda assim, de longe, o pedido mais inusitado foi por Ridi Pagliaccio. Tá louco.

Seguindo com o show, Sérgio falou um pouco sobre as minorias e, principalmente, racismo, muito pelo destaque que o ato infeliz de uma torcedora do Grêmio ganhou. Então veio Quem São os Animais?, seguida por Estado Violência. Sim, dessa vez rolou. E nem passava pela cabeça do Miklos  que o maluco que gritou por ela ano passado tava mais perto que ele imaginava (pra quem não tá ligado no que estou dizendo, é bom conferir a postagem do ano passado).

Ao fim de Estado Violência, Mário puxou uma levada mais swingada de bateria, usando muitas ghost notes na caixa. Logo após, começou a abusar do bumbo duplo. Quando eu já tava pensando que ia rolar um solo, me liguei que era o início de Lugar Nenhum. Ele adicionou uma introdução antes da chamada clássica e ficou muito foda. Aqui também é interessante ressaltar que os ensaios deram resultado. Mário tocando ela no tempo certinho e Branco cantando com um pouco mais de decência (mesmo que eu preferisse ouvi-la com o Sérgio no vocal).

Pra encerrar o show (o primeiro set, claro), Eu Me Sinto Bem e Sonífera Ilha, mais pesada que o habitual. E então chega um dos momentos mais fodas do show. Quando a banda termina a última música, Tony ia se dirigindo pro meio do palco, para agradecer os aplausos, e para no meio do caminho pra ler o cartaz da Bruna. Não que outros não tivessem reparado, lido e tal, mas Tony parou diante do cartaz, leu ele e chamou Fabre pra conferir. Ele leu também e fez sinal de positivo. Me impressionou a humildade dos caras.

Voltando pro primeiro bis, tivemos dois covers: Canalha, uma música mais arrastada, mas sem perder o peso, e Aluga-se que, como de costume, todo mundo cantou. Logo após o fim de Aluga-se, Sérgio já puxou o refrão de Homem Primata, sabendo que a reação da plateia seria imediata. E foi. O mais engraçado foi no meio da música, quando Sérgio deixou todo mundo cantar a estrofe que começa com o "eu aprendi, a vida é um jogo". Fora eu, a Bruna e mais um pessoal da fileira da frente, todo mundo puxou o "eeeeeeu me perdi, na seeeelva de pedra". Sérgio disse "não, não", pediu mais uma volta da música e puxou a estrofe certa, pro pessoal se achar. Foi bem engraçado, considerando que ano passado foi ele que errou a letra em Família.

A banda terminou o primeiro bis - e aqui Fabre já entregou o par de baquetas pra Bruna - e saiu do palco. Logo após, voltaram pro segundo bis, como planejado no setlist. Comida, Igreja e Marvin. E eu lá, como um louco, chamando os quatro (acho que até o Fabre eu chamei), esticando o encarte do Tudo Ao Mesmo Tempo Agora e a caneta. E nada. Já tava achando que ia sair de lá sem nada. Mas aí que o destino é foda.

Todo mundo continuou gritando "Titãs!Titãs!" e o clássico "mais um" e, contrariando as expectativas, A BANDA VOLTOU. Nossa, aí eu já tava delirando, tipo, mais músicas além do planejado. Além de tudo, mostra como o pessoal daqui curte eles e como eles são caras humildes, que respeitam o público. Sérgio, que já tava no champanhe ostentação, foi até a frente do palco com sua taça e falou aquele papo de "considerar fãs de rock uma família ser algo meio fora do contexto, que ele preferia a denominação de tribo, mas, apesar disso, a próxima música poderia ser em homenagem ao público presente". E lá veio Família de novo, meio "tastaviada" no início, mas com Sérgio acertando toda a letra. Pra fechar, A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana. Sinceramente, senti falta dela no set, mesmo sendo mais popzinha.

Tá aí. Tudo Ao Mesmo Tempo Agora,
autografado por Tony Bellotto e Sérgio Britto
Eis que veio, pelo menos pra mim, o momento MAIS foda do show. Terminada A Melhor Banda, já tava quase desistindo de conseguir o autógrafo, mas seguia lá, com a caneta e o encarte empunhados. Sérgio vem pra frente do palco, um pouco ao lado de onde eu estava, e cumprimenta um pessoal. Eu fiquei naquele feeling de "puta que pariu, não vai rolar". Mas então ele vem na minha direção, pega o encarte e a caneta da minha mão e não só autografa ele, mas entrega também pro Bellotto, que também autografa e devolve pra Bruna. Nossa, nesse momento eu fiquei, tipo, sem palavras. Realmente, os caras provaram que são muito humildes e respeitosos.

E não para por aí. Tipo propaganda da Polishop,  a banda voltou MAIS UMA VEZ pro palco. Quatro "bises" (eu sei que não é essa a palavra, mas a zueira é sem limites, sabe como é) numa única noite. Coisa de Robert Smith e seu The Cure. Sinceramente, quando eles voltaram pela quarta vez, já achei que eles iam emendar umas 10 músicas pra fechar o show. Não foi, claro, foram mais duas, mas quatro músicas extras já é uma grande coisa. Depois do show eu comentei com a Bruna que, "de brinde, até Epitáfio poderia vir que seria foda".

Kit "felicidade das criança"
As escolhidas pro derradeiro bis foram Go Back (que Sérgio explicou antes que era um poema que eles musicaram e tal, e até pediu desculpa por ser baladinha, que não tava planejado e tal, mas as porradas tinham acabado) e Pra Dizer Adeus. Ainda acho que, pra fechar com chave de ouro, podia rolar O Pulso, mas né, já tava bom demais.




Agora sim, estava encerrado o show. O show do ano. Nem Ira!, nem Paralamas, nem Humberto Gessinger, nem mesmo o que sobrou do Guns. Temos que valorizar o rock nacional, e, em termos de entrega, o conteúdo que os titânicos nos entregaram nessa noite da última sexta foi algo inacreditável. Um culto aos bons tempos do BRock e, espero que tudo siga nesse caminho.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Resenha #10: Pink Floyd - Atom Heart Mother



Atom Heart Mother (refere-se a uma curiosa experiência médica, onde foi implantado um coração artificial numa mulher grávida) foi gravado em 1970 (depois do episódio Syd Barrett) nos estúdios do Abbey Road (sim, o mesmo destacado pelos Beatles) e é famosa pela capa da vaquinha de raça mista (diferentes das vaquinhas da contracapa). Tirar a foto dela custou cerca de mil libras (que eu não to afim de contar em reais). Tudo isso para tirar a foto da vaquinha.

Pelo menos não tiraram a foto das nossas bundas e colocaram na capa.

A música Atom Heart Mother é uma mescla de várias partes instrumentais. É como o desenho Fantasia da Disney. Um início que soa feliz e voador, presente nos sopros de metais (Father's Shout)... Um meio com um violoncelo trágico (Breast Milky e Mother Fore, com o órgão) ao fundo e um solo de guitarra triste aos poucos introduzindo a parte sombria dos vocais (Funky Dung) que soa como uma ''invocação demoníaca''.


Brincadeiras a parte, a música mexe com os sentidos. Até chegar ao ''teclado grilo'', ao ''Here's a loud announcement'' e uma ''conha'' braba. É a parte mais experimental (Mind Your Throats, Please). Finalizando com Remergence, ou seja, ''SILENCE IN THE STUDIO''. É a junção de toda a viagem musical anterior. E assim, acaba a história.



If é uma música aparentemente calma e recheada de questões existenciais e cheia de possibilidades, com uma carga de covardia e arrependimento. Foi tocada somente uma vez, ao vivo, em 16 de julho de 1970.

Summer ' 68 é minha música favorita do álbum. Por quê? Porque é uma música verdadeira, inesperada e a letra retrata a vida dele depois de ''conhecer uma garota'', a vida fugaz, o tédio...É carregado de melancolia, fuga da realidade e um quê de raiva. Só que tudo é aliviado musicalmente: O início leve (como um encontro de uma pessoa, um acontecimento recente) e o final com um bombardeio instrumental de metais destacando, assim, a parte mais expressiva da música. Ou seja, é uma música que depende da letra: É COMO VIVER O NARRADOR. Eu não sei mais o que falo, só sei dizer -> EXPERIMENTE A SENSAÇÃO DE JUNTAR LETRA E MÚSICA <- Sem mais...


Fat Old Sun fede a arcadismo. Veja essa versão:



Alan's Psychedelic Breakfast é relatado por Alan Stiles (roadie da banda), ou seja, é sobre os cafés da manhã dele, ele comendo...São três partes: Rise and Shine (o cara falando), Sunny Side Up (Gilmour inteiramente no instrumental) e Morning Glory (destacando o piano de Wright e baixo do Waters).




E o que eu acho do disco? Eu confesso que é um dos meus favoritos, por ser musicalmente complexo, experimental (que deu certo) e por ter letras significativas (ou não,rsrs...mas que pelo menos, mexem com o imaginário de qualquer pessoa). Sem mais, encerro por hoje.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Top 5 Nata do Rock: Agosto

Bom, lá vou eu de novo proferir meu discurso tipicamente Orwelliano sobre a produção do mês:

Superamos o anterior de novo. Parece mentira que todo mês é melhor que o anterior, mas é verdade porque nosso crescimento é sempre bem moderado, não é aquela coisa de dar um salto gigantesco e ficar inatingível no mês seguinte. Resumindo, esse mês foi o melhor desde maio, com 1440 views, e espero que setembro o supere. Agora vamos às 5 postagens mais populares de agosto:

5 - Boxsets... picaretagem ou capricho? - 21 views

Aquele momento no qual a criatura supera o criador. Vocês entenderão mais pra frente.

4 - On the Charts #10 - Os 30 anos do The Red Hot Chili Peppers - 22 views

Gostei... apesar de ter sido postada só na segunda quinzena de agosto, conseguiu fazer parte do top 5. Já o On the Charts seguinte, postado a quatro dias do fim do mês, não teve a mesma sorte, ainda que tenha feito mais sucesso.

3 - Nata do Rock Apresenta: ZZ Top (Parte 1) - 41 views

SEEEEEMPRE ELA. Qualquer dia ela passa a postagem de aniversário do Elvis e do Page, a famosa primeira colocada eterna do blog.

2 - Love story? Os fãs de Peppers agradecem - 46 views

Foi quase, mas faltou algumas views para ser a postagem do mês. Pra quem não sabe ainda, sugiro que dê uma olhada na postagem e curta a página do facebook que eu indiquei lá, principalmente se você for fã de RHCP. Tão rolando, simplesmente, DEMOS E INÉDITAS.

1 - Boxsets... picaretagem ou capricho? #2  - 57 views

A grande campeã. O momento que a criatura supera a criadora. Apenas um dia depois de eu dar início a série, a Bruna foi lá e fez uma postagem simplesmente FODA. Tanto que levou o primeiro lugar desse mês. O que me deixa mais feliz é que duas das três postagens dessa série figuraram no Top 5, totalizando 78 views. Isso sempre nos motiva a trazer mais conteúdo de sucesso.

Bom, eras isso. Não sei se sai outra postagem hoje, mas amanhã certamente. Não esqueçam de curtir a página do blog no face e divulgar. Queremos crescer cada vez mais pra trazer conteúdo melhor e com mais frequência. Valeu!