Zoeras à parte, hoje o tio Keith tá fazendo 70 anos. E não podia estar melhor. Considerando todas as drogas que já usou, além da idade e do tombo que tomou em 2006, chegar aos 70 prestes a retomar uma turnê com os Stones é algo louvável. Além disso, ainda sabe tirar aquele som da sua Telecaster.
Como de costume esse ano, resolvi dar uma ênfase maior às carreiras solo dos aniversariantes (o único que eu não vou fazer isso é o Ozzy, porque a carreira solo dele já
Assim como Mick, que resolveu largar um pouco os Stones de mão nos anos 80 pra lançar discos solo, Richards aproveitou essa parada da banda para fazer o mesmo. Foram dois os lançamentos: Talk Is Cheap, de 1988, e Main Offender, de 1992, na parada dos Stones entre as turnês do Steel Wheels, de 1989 e Voodoo Lounge, de 1994.
O primeiro disco, meio voltado para o funk, uma tendência dos Stones nos discos dos anos 80, é mais aclamado pela crítica do que o segundo. De destaques temos Big Enough, extremamente funky, Take It So Hard, praticamente uma música dos Stones com Keith no vocal. Struggle é um som legal, talvez com uma roupagem dos Stones, a voz do Mick, por exemplo, fosse melhor. You Don't Move Me também é um destaque, com o violão marcando presença. No geral, o disco é bom, não tem uma música que seja realmente chata, mas também não tem aquela música que carregue o disco nas costas, um hit de verdade. Essa é a maior diferença das carreiras solo de Mick e Keith, o marketing. Sinceramente, acho Let's Work um pé no saco, mas fez sucesso.
Main Offender é mais voltado para o rock, principalmente o rock bem Stones. 999 é um bom começo para o disco, lembra um pouco o que Keith viria a fazer com a banda no Voodoo Lounge, assim como Wicked As It Seems. Eileen, por sua vez, soa meio insossa. Na verdade, isso permeia o disco, assim como, em menor escala, o Talk Is Cheap. A diferença entre os dois é que o primeiro tem uma abordagem mais aberta, passando pelo funk também. O segundo não. O segundo é voltado somente para o rock, como eu disse anteriormente, estilo Stones. E assim como a banda sofre desse mal em seus discos (onde, na grande maioria deles, após o Some Girls, de 1978, são algumas músicas que se destacam, mas o resto não tem muita graça), Keith também comete esse erro em seus lançamentos.
Ainda assim, há músicas bem boas neles, que não viraram sucessos talvez por falta de divulgação, de marketing que, também como citei acima, sobra para Jagger. De qualquer maneira, o que importa é ouvir sem se preocupar com o que vai se deparar, pois esse estilo do Keith, assim como o da banda, é sempre muito acessível.
Bom, acho que era isso. Parabéns, mais uma vez, a esse mito do Rock. Tomara que os Stones venham pra cá ano que vem. Amanhã, finalmente, sai o último Quinta Underground do RHCP. Também estou pensando em uma resenha e mais dois aniversários até o final da semana. Fiquem ligados!
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