terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Os 40 anos do Sabbath Bloody Sabbath

Antes do aniversário do Ozzy, acho que isso é mais importante, afinal, os 40 anos desse disco se completaram no último dia 1°. Pra quem não tá ligado, é o último grande disco do Sabbath, antes da banda começar com algumas experimentações, divergências e a posterior saída do Ozzy da banda. Ainda assim, a banda já apresentaria aqui uma pequena mudança na sonoridade, devido a presença de Rick Wakeman, dando uma força nos teclados. Ainda que ele tenha ajudado só em Sabbra Cadabra (e tenha sido pago com cerveja), certamente influenciou a banda nas experimentações.

A bolacha inicia com a faixa título, um clássico incontestável da banda. É uma pena que o Iommi só faça uma referência pequena a ela, antes de Paranoid, nos shows atuais do Sabbath. No começo, pesada como sempre, mas no meio uma agradável surpresa: um violão durante o refrão. Outro dia eu tava olhando uns negócios sobre essa música e ouvi dizer que o Sabbath plagiou esse riff de What To Do, da Vanusa... será?

Capa do single
Logo após, pra mostrar que o velho Sabbath ainda está muito evidente nesse disco, A National Acrobat. Composição de Butler. Não sei se o riff é do Iommi, de qualquer maneira, é um riff sensacional, e lá pelos quatro minutos, a música dá uma mudada, acelerando, e Iommi animal como sempre, gravando vários takes de guitarra no solo. Pra dar uma acalmada nos ânimos, Fluff. Um dos belos presentes que Iommi escondia nos discos, assim como Planet Caravan ou Solitude. A diferença é que ela é instrumental, o que torna tudo ainda mais foda.

Fechando o Lado A, Sabbra Cadabra. Mais um riff sensacional de Iommi, mas no meio a música dá uma mudada que não me agrada. E não é culpa de Ward ou Butler, que também tocam demais nessa música, ou de Ozzy, que faz a sua parte. Pra mim, o problema são os teclados. A passagem é legal, mas enjoativa. Ainda assim, é um clássico da banda. Uma curiosidade interessante é que Wakeman usou uns efeitos de phaser no final da música, pra mascarar a dicção deficiente do Ozzy.

Killing Yourself To Live abre o Lado B. Dentro dessa música, na verdade, temos três temas: a própria Killing Yourself To Live, que vai até uns 2:40. Aí entra You Think That I'm Crazy. Como podem imaginar, o nome dessa passagem foi tirada da primeira frase da letra a partir dali. O mesmo acontece com I Don't Know If I'm Up or Down, terceira e última parte da música, que começa mais ou menos aos 4 minutos. Diferente do Leão, eu acho essa uma das melhores músicas do Sabbath. Depois temos Who Are You. Me lembra um pouco Electric Funeral, mas os teclados estão muito mais evidentes. Por incrível que pareça, foi composta pelo OZZY. Inclusive o Moog, que segue por toda a música sendo que, segundo Iommi, "Ozzy comprou o Moog sem sequer saber usar ele".


Looking For Today é, sem sombra de dúvida, a música menos lembrada do disco. Ainda assim, é um baita som, com destaque pra Ward e a flautinha de Iommi. Pra fechar o disco, Spiral Architect. Começando com um belo dedilhado no violão e desembocando no velho Sabbath. Ozzy aqui deixa mais evidente sua limitação, cantando descaradamente na linha da guitarra. Ainda assim, é uma ótima música.

Mesmo que seja descrito por Ozzy como  "o começo do fim da formação clássica", um pouco de ousadia é necessária às vezes. E aqui deu muito certo. Sabbath Bloody Sabbath é um baita disco, ainda que puxe muito pra vertente que o Sabbath seguiria em Sabotage e, principalmente Technical Ecstasy. Outro ponto a favor desse disco são as críticas que, pela primeira vez na história do Sabbath, foram realmente favoráveis à banda.




Bom, acho que era isso. Mais um clássico destrinchado nos aniversariantes, que venham outros. 9 de Janeiro é a vez do 1984, do Van Halen. 30 anos. Ainda em Janeiro tem um outro, de uma certa banda inglesa que iniciou os trabalhos no fim de 1968. Sabem de quem eu estou falando?

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