sábado, 10 de dezembro de 2011

Os 35 anos do A Day At The Races

Bom, eu e o Gabriel tínhamos feito uma divisão: como ele é fãnzaço do Led Zeppelin, eu abri mão de fazer a postagem dos 40 anos do Led Zeppelin IV, em troca de eu fazer a postagem dos 35 anos do A Day At The Races. Como acabou não rolando, eu vou fazer mais pra frente a postagem sobre o Led IV.
A Day At The Races é o quinto disco de estúdio do Queen, lançado em 1976. Ele é tido como uma continuação da obra prima A Night At The Opera, simplesmente o disco mais bem produzido, caro e perfeccionista que existe.
Eu não acredito muito nessa concepção. Acho que, fora a semelhança na capa, o nome (ambos retirados de filmes dos Irmãos Marx), e o fato de terem sido lançados em sequência, musicalmente não têm muito a ver. Acredito que o Queen II, o segundo disco de estúdio da banda, seja mais semelhante ao A Night At The Opera do que propriamente seu sucessor.
Quanto ao disco, é bem representado pela capa preta, é um disco notavelmente mais pesado que os outros do Queen (fora o primeiro e o Innuendo), apesar de possuir as boas e velhas harmonias vocais, característica da banda. Possui letras um tanto sombrias, fora alguns temas bem humorados, como em Tie Your Mother Down e You And I. O disco possui dois grandes hits: Somebody To Love e Good-Old Fashioned Lover Boy, ambas escritas por Freddie Mercury.
Um detalhe curioso é a divisão da duração das músicas, na contracapa. Como o A Day At The Races é cheio de "reprises" e "vinhetas", eu me acostumei a contar a duração de uma maneira, mas os membros do Queen contaram de outra...
Logo no começo tem uma introdução de mais ou menos 1 minuto, com alguns riffs de guitarra que ainda aparecerão pelo disco, em outras músicas, como White Man e Teo Torriate. Essa introdução não é contada na duração final de Tie Your Mother Down, que é listada como tendo 3'44''. É uma música pesada, com ótimos vocais de Freddie Mercury. Foi tocada nos shows do Queen até a última turnê, que promovia o disco A Kind Of Magic. Apesar disso, sua temática é até engraçada: Freddie, o amante da música, pedindo para evitar os familiares da garota, pois quer aproveitar os momentos com ela. Frases como o próprio nome da música, "Amarre a sua mãe" e "Pegue seu irmãozinho nadando, com um tijolo está tudo certo" tornam essa música única.
Logo após esse coice, vem uma belíssima balada escrita por Freddie Mercury, You Take My Breath Away. Conduzida pelo piano e com vocais suaves, é adequada para suceder Tie Your Mother Down. Nessa música, também, há uma diferença na contagem, pois a música, efetivamente, acaba em 4'39'', mas uns segundos depois, volta uma harmonia de Mercury, Taylor e May em loop, repetindo a frase "Take My Breath", e só então começa Long Away, uma bela canção composta e cantada por Brian May.
Quando dizem que Brian tem "voz de emo velho", dá mais ou menos pra entender nessa música. É uma ótima música, mas bem triste. Brian tem uma bela voz, realmente, mas um tanto depressiva.
Após Long Away, vem a ideia mais extravagante e "louca" que Freddie Mercury já teve: "trazer o balé para as massas". The Millionaire Waltz é uma mistura de balé com valsa,  com uma das melhores linhas de baixo já feitas por John Deacon. É uma música polida, pomposa, bem ao estilo do Queen.
Fechando o lado A, vem You And I, um alegre tema escrito por John Deacon. O andamento dessa música me lembra bastante algumas músicas do Elton John.
Logo de cara, abrindo o lado B, nos deparamos com o maior hit do disco: Somebody To Love. Essa súplica por alguém para amar, escrita por Freddie Mercury, é cheia de passagens vocais complicadíssimas que deixam a música simplesmente incrível.
Depois de Somebody To Love, vem uma música um tanto injustiçada: White Man. Escrita por Brian May, tem como tema as tribos indígenas e massacres sofridos pelas mesmas. É, com certeza, a música mais pesada do disco, com um poderoso riff tirado de sua Red Special.
A oitava música, Good-Old Fashioned Lover Boy é, com certeza, a música mais gay do Queen, tanto por sua letra, quanto pela melodia. É incrível, possui uma estrutura bem trabalhada e um solo de guitarra extremamente bem desenhado, como todos do Mr. May.
Drowse é a música mais fraca do disco. Cantada por Roger Taylor, até é legalzinha, mas enjoa fácil e não é nada destacável, como as outras do lado B, inclusive Teo Torriate. Tem uma guitarra meio "country" que se destaca"
Último tema do disco, Teo Torriate começa mais calma, como uma balada, mas dá uma animada no refrão, ora cantado em inglês, ora em japonês. No final, há uma "sheppard tone" no último minuto da música, que aliás já havia aparecido na introdução de Tie Your Mother Down. Sheppard Tone é quando o som dá a impressão de ficar gradativamente mais grave ou mais agudo, porém na verdade ele sequer muda de tom, ficando em loop.

Enfim, A Day At The Races é uma masterpiece do Queen, merece uma postagem assim. É meu disco preferido e um dos melhores da banda. Parabéns a essa obra prima.

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