quarta-feira, 21 de maio de 2014

On The Charts #6: Os 45 anos do Everybody Knows This is Nowhere


Exatamente semana passada, 14 de maio, completaram-se 45 anos de um dos maiores clássicos de Neil Young. Everybody Knows This Is Nowhere, apesar de ser o segundo disco do compositor canadense, foi o primeiro a contar com a Crazy Horse, fiel escudeira até os dias de hoje. Com certeza isso fez o disco ter mais cara de "disco do Neil Young". Mais pesado que seu Debut, conta com uma qualidade de gravação superior também. Temos aqui um belo resumo do que Young viria a fazer nos 45 anos seguintes: hard rock, country elétrico e acústico e duas músicas com cerca de 10 minutos, abrindo espaço para longos improvisos.

Contra capa do disco
O disco começa com um dos maiores clássicos de sua carreira: Cinnamon Girl, pesada na medida, contando com belos riffs de guitarra. Sua letra romântica agrada em especial as meninas, acreditem. O final é simplesmente sensacional, com a guitarra, repetindo um riff e entrando em fade out. Seguindo, temos a faixa título, um country elétrico de fácil assimilação, contando com um trabalho bem forte de backing vocals. É uma música muito simples, inclusive em sua letra. Young fala sobre voltar pra casa, uma temática clássica do country, diga-se de passagem.

Round & Round (It Won't Be Long) inicia a sequência de músicas mais longas do disco. Apesar de não ser uma das músicas mais longas do disco, tem quase 6 minutos. 6 minutos de um country acústico, triste e claro como se Young cantasse ele na sua janela de casa. Impressionante a qualidade de gravação dessa música. Quem canta o backing vocal é Robin Lane. Pra fechar o Lado A, a primeira música de quase 10 minutos: a CLÁSSICA Down By The River. Um belo riff de guitarra, baixo pulsante, muitos solos. Só acho que o bateria podia investir numas viradas de vez em quando, mas não é muito a dele. Bom, é isso... solos. Pra quem curte um improviso, é um prato cheio. É tipo a versão de I Heard It Through the Grapevine do Creedence.

Abrindo o Lado B, The Losing End (When You're On), uma música que nos leva pro country. O tremolo dá um toque sensacional pra guitarra. Apesar de não ser tão lembrada, é uma bela música. Boa de ouvir, também é de fácil assimilação. Neil mostra todo seu feeling aqui, com um solo muito afudê. Já Running Dry (Rquiem for the Rockets) vai um pouco pelo caminho oposto. Um pouco triste, tanto na letra quanto no instrumental, conta com um também triste violino ao longo de seus 5 minutos e meio. A linha vocal de Young, no início das estrofes, me lembrou vagamente o "my girl, my girl" de Where Did You Sleep Last Night?. Seus últimos dois minutos são de um solo de violino e guitarra, com um feeling incrível. Talvez seja a música mais "experimental" do disco, brincando com diversos efeitos de guitarra. Provavelmente por isso seja a menos lembrada.

Pra fechar o disco com chave de ouro, a maior música do disco, Cowgirl In The Sand. Young começa palhetando algumas cordas sozinho, parecendo que nos daria mais uma música leve. Eis que entra bateria e baixo, e a música ganha velocidade (e mais um enfurecido solo de Young). Neil começa a cantar e a banda, consequentemente, segura um pouco a onda. Depois de uma estrofe, o peso pega de novo e temos mais um longo improviso. E como quase todas as músicas do disco, sua simplicidade é cativante. Logo após o solo, voltamos para mais uma estrofe, outro longo solo, outra estrofe e o último solo, encerrando o disco.

Everybody Knows é Neil Young "at best". Nada de músicas chatas, complicadas ou pesadas demais, com aqueles solos de parkinson de uma nota só. É feeling puro, é country, é hard rock. Pra agradar gregos e troianos. A questão importante do disco é essa. Não tem música ruim. O disco pode não agradar por completo alguém que goste de Neil Young, mas alguma música do disco vai cativar a pessoa.

Bom, era isso. Parabéns pelos 45 anos desse discaço. Amanhã, outro bom disco completa 25 anos. Sabem qual é?

Um comentário:

  1. É um álbum maravilhoso (que ainda falta na minha coleção). HAHAHAHA, MENINAS GOSTAM DE CINNAMON GIRL, mesmo tendo aquele ''solinho'' (antes do final)...bem simples, a letra é a minha favorita. Acertou em cheio! E cara, as postagens estão cada vez melhores! Parabéns!

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