UM ACÚSTICO. O símbolo da modinha, do "se vendeu" e otras cositas más. E o Titãs vestiu a camiseta como nenhuma outra banda. Por que isso?
Simplesmente porque todas as bandas que fazem
E uma das coisas que mais dá raiva da banda é isso. A maneira que eles trataram o Acústico. Como se não bastasse, um ano depois, em 1998, lançaram o Volume Dois, adivinhem só? Uma coletânea de regravações de hits anteriores. Apesar de conter uma versão interessante de domingo (preguiçosa como o próprio) e o já citado (na primeira postagem) rearranjo de Sonífera Ilha, é um disco dispensável. Ainda por cima, veio nesse disco o cover de É Preciso Saber Viver, que dá uma mostra de como a banda está acomodada e satisfeita com a situação, afinal, a grana segue entrando.
Titãs sem Nando: um quinteto |
Seguem-se mais shows entre 1999, 2000 e 2001. Eis que a banda para pra gravar o novo disco e, durante os últimos ensaios antes de entrar em estúdio pra gravar, Marcelo Fromer é atropelado por um motoqueiro e morre dois dias depois. As imagens de Marcelo no seu último ensaio com a banda, acertando as guitarras em O Mundo é Bão, Sebastião!, estão inclusive no documentário A Vida Até Parece Uma Festa.
Não é preciso ser um gênio pra imaginar que a perda de Marcelo fez muita falta pros Titãs. Primeiro, porque ele era o responsável pelas harmonias, junto com Bellotto. Segundo, porque era um irmão deles que tinha partido. É como Bellotto diz no documentário: "a gente, quando cria uma banda, tem aquela coisa do sonho juvenil, e que não envelhece nunca. Aí, quando você vê, o cara morreu, não tem mais volta.". Terceiro, a banda ficaria sem guitarrista base. E o quarto e último motivo é que a morte de Fromer, juntamente com a de Cássia Eller, alguns meses depois, seriam o "estopim", o motivo que faltava, pro Nando sair da banda, o que ocorreu em 2002, no meio da turnê do disco.
Isso representou o fim dos Titãs, como eles eram antigamente. A não ser que um dia eles voltem a tocar juntos, todos os 7 (e ainda assim com Miklos tendo que assumir uma das guitarras), aquele Titãs do octeto, com três vocalistas, enchendo o palco, não existe mais. Tudo isso por causa da morte de Fromer. Se ele estivesse vivo, muito provavelmente o Nando ainda ficaria na banda mais uns anos e talvez o Charles não tivesse saído. Na pior das hipóteses, seria um sexteto sem músicos contratados.
Mas como a vida segue, saiu em 2001 o A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana. E é com profunda infelicidade que eu digo que o único sucesso do disco foi Epitáfio, e um pequeno destaque para a faixa título e Isso. A música que fez os Titãs virarem escravos dos seus fãs, pelo menos até mais ou menos 2010. Epitáfio teve um efeito tão devastador que é mais conhecida que os clássicos do Cabeça Dinossauro. E não é por ser a música que é. Com certeza é uma das letras mais bonitas sobre a vida e a banda a gravou por estar abalada com a morte do Marcelo. Só que... não é o Titãs que todos se acostumaram. Além disso, é um disco mais fraco porque deveria ter, no máximo 12 músicas. O fato de ter 16 fez entrar músicas ruins.
Pior capa da história da banda: sim ou claro? |
Aí veio um ponto de virada importante na história da banda. Na minha opinião, é um somatório de fatores. Primeiro que a "água bateu na bunda" quando eles viram que até o Charles saiu. Segundo que, logo depois, em 2011, o Cabeça Dinossauro completou 25 anos e ganhou aquela turnê onde foi tocado na íntegra junto com uma maioria de clássicos antigos. Ali a banda percebeu que é isso que o pessoal quer. Titãs das antigas. Parece que tudo isso fez a banda voltar pros eixos.
E a tendência do novo disco, Nheengatu, é exatamente essa. Porrada em cima de porrada e era isso. Todos esperamos que seja assim. Agora é esperar pelo disco e ver qual é.
A banda atualmente |
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