quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os 40 anos do Meddle


"Meddle? Que disco é esse?". Então... apesar do Pink Floyd ter nomes de peso como Dark Side of the Moon, Wish You Were Here, Animals, The Wall (esses todos em sequência, inclusive), entre outros, não dá pra dizer que o Pink Floyd não lançou material de muita qualidade em outros momentos da carreira que não esses. Muitas vezes, como as músicas de destaque do disco tinham, sei lá, 15, 20 minutos, situações nas quais não cabia tocar uma música dessas em shows de turnês posteriores, o Floyd meio que escanteou alguns discos por isso. É o caso de Atom Heart Mother. E é o caso do aniversariante dessa postagem.

Meddle é o sexto disco de estúdio do Pink Floyd, lançado em 31 de outubro de 1971. O disco é a primeira guinada forte rumo a um som mais próprio, para se livrar de vez do "fantasma" de Syd Barret. Apesar de ter os elementos da experimentação típica do Floyd, é um disco que soa mais "pé no chão", provavelmente devido a maior musicalidade das composições, onde notamos uma maior influência de David Gilmour.

Como disse no primeiro parágrafo, o fato de Echoes, que ocupa todo o lado B, ser o grande destaque do disco (e um dos grandes destaques da carreira da banda), fez com que as cinco canções do lado A, todas elas peças de muita qualidade, diga-se de passagem, ficassem ofuscadas. É um efeito do qual sofre, por exemplo, 2112, do Rush. Apesar de gostarmos muito das faixas do lado B, ninguém nega que a cereja do bolo, tanto do disco, quanto da carreira dos canadenses, é o épico de 20 minutos, que, assim como Echoes, se mostra incrivelmente simples, no fim das contas. Mas chega de divagar, voltemos ao aniversariante de hoje.

One Of These Days, com sua linha de baixo psicodélica, criada por Gilmour, abre o disco. Quase seis minutos de um instrumental que poderia ser repetitivo, se não fosse criado por uma banda como Floyd. No fim das contas, colocamos os fones de ouvido e apreciamos a viagem.

Depois dela, temos A Pillow Of Winds. Uma síntese do que é David Gilmour, possui uma atmosfera calma (nada daquela pegada mais "bélica", combativa do Waters... não que eu não goste, claro), um vocal repleto de sensibilidade e técnica. Grande som. Já Fearless, com seu clima mais "country" no começo, dá uma animada. Destaque pra ideia maluca do Floyd de ocupar o último minuto da música com o clássico cântico "You'll Never Walk Alone", da torcida do Liverpool.

O último par de canções do lado A é San Tropez, que possui uma pegada meio "francesa do século passado", tem uma certa classe na música, o piano é meio "saltitante", e Seamus, um belo blues no ritmo de, pasmem, o latido de um cachorro... típico do Pink Floyd.

O lado B dispensa comentários (talvez um dia no futuro eu crie uma série de postagens só pros épicos). Como já disse, a épica e majestosa Echoes, 23 minutos e meio de uma obra de arte,com várias fases e transições. Mítica.

Bom, não sei se tem muito mais a acrescentar. Apesar de não ser um clássico absoluto, totem da discografia da banda, Meddle é um belo trabalho, para se ouvir do início ao fim, discaço.



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