sábado, 17 de novembro de 2012

Nata do Rock Apresenta : ZZ Top (Parte 2)

Demorou bastante, mas cheguei com a segunda parte da postagem sobre a carreira dos texanos do ZZ Top. Tô quase como a própria banda, que tirou uma 'folga' (originária do fracasso de Tejas, disco de 1976) entre 1977 e 1979.

Havíamos parado justamente nesse hiato. Pois em 1979, agora com um contrato para gravar seus discos pela Warner Bros.,  foi lançado Degüello, com Dusty Hill e Billy Gibbons barbudos. Não é do nível dos clássicos da banda, mas tem bons destaques, como She Loves My Automobile, o bluesaço A Fool For Your Stockings, e o cover da clássica Dust My Broom, de Robert Johnson. Dois anos depois é lançado El Loco. Fez mais sucesso que o anterior, e tem boas músicas, como Tube Snake Boogie e Pearl Necklace.
Apesar disso, o ZZ Top realmente entra para a história com o próximo disco que lançou. Um disco que, se alguém cita 5 músicas clássicas do ZZ Top, pelo menos metade são dele. Um disco que até o mais leigo ou poser ouvinte de rock, que se limita ao jogo Guitar Hero conhece alguma música. Além disso, foi o disco que transformou o ZZ Top em banda da MTV (sim, os clipes foram muito tocados na época), colocou o som de sintetizadores no blues da banda e, por último, mas não menos importante, figura na lista de discos mais vendidos da história, com mais ou menos 22 milhões de cópias. Trata-se de Eliminator, com os CLÁSSICOS Gimme All Your Lovin', Sharp Dressed Man, Legs, Got Me Under Pressure e TV Dinners. Como se não bastasse, foi nos clipes de Eliminator que o clássico Hot Rod do ZZ Top começou a aparecer.
Mais ou menos por essa época, em 1984, a Gilette ofereceu um contrato de um milhão de dólares pra Hill e Gibbons rasparem as barbas. Não rolou. Segundo eles, "ficamos muito feios sem elas".
Voltando ao estúdio, a banda teria uma árdua tarefa... assim como todas as bandas que atingem seu auge, o ZZ Top não conseguiu repetir nem o sucesso e nem a qualidade do sucessor de Eliminator, o Afterburner. Apesar de duramente criticado pelos blueseiros e críticos old school, por seu excesso de sintetizadores e até de bateria eletrônica, o disco teve alguns sucessos, como Sleeping Bag, Stages, e os hits Velcro Fly e Rough Boy, aliás, alguns dos últimos sucessos de destaque do ZZ Top. Em 1987, lançaram a coletânea Six Pack, com os seis primeiros discos de estúdio da banda reunidos (fora Degüello, que foi trocado por El Loco).
Em 1990, é lançado o último disco dessa "trilogia eletrônica" (que tem até nomes parecidos, Eliminator/Afterburner/Recycler). Não me admira como os críticos não chamaram o ZZ Top de, literalmente, "recicladores de lixo" depois desse disco. É o mais fraco dos três e, talvez, o mais fraco da carreira da banda, superando até o Tejas.
Recycler, porém, foi um divisor de águas na carreira do ZZ Top, assim como Tejas. Se no primeiro, a banda resolveu tirar umas "férias" e voltar de gravadora nova, no segundo eles fizeram o mesmo, só que sem as férias. Agora gravando pela RCA Records, a banda começou a recuperar um pouco do respeito com Antenna, em 1994. Pode não ser um grande disco, mas representa a volta do ZZ Top a um som mais direcionado ao blues guitarra/bateria/baixo, com menos eletrônica, e pelo menos um sucesso de verdade, Pincushion. Apesar disso, a volta definitiva às raízes foi com Rhythmeen, de 1996. Anos-luz melhor em relação aos seus antecessores, tem um sucesso (She's Just Killing Me) e uma música simplesmente FODA, que não foi single (Hairdresser). Infelizmente essa inspiração não durou muito. Em 1999, a banda, mais uma fez, fez o seu "pior disco", XXX, justamente na comemoração dos 30 anos. O problema dessa vez não foi experimentação, como Recycler, mas sim uma comodidade, uma falta de inspiração. O disco não é inovador, não tem um sucesso, é o "mais do mesmo" mais fraco do ZZ Top.
Em 2003 foi lançado Mescalero. Destaco a faixa título, muito boa, apesar de bem arrastada por causa do vocal e do estilo da bateria. Apesar disso, era mais ou menos sem inspiração como os anteriores, com uma música boa aqui, um destaque ali.
Eis que 9 anos sem lançar um disco, apenas fazendo turnês (aliás, turnês essas que originaram o live album Live In Texas, extremamente foda), o ZZ Top chega com La Futura, esse sim, um discaço. I Gotsta Get Paid, Consumption, Chartreuse, Flyin' High, só música foda. Não é à toa que a nota mínima do disco foi 3 estrelas e meia, o que, nos anteriores, era a nota máxima. Pelo que eu andei lendo, muitos blogueiros e críticos da internet tão falando em "disco do ano", quando falam no La Futura, superando até os inspirados Monster, do Kiss (que também andou surpreendendo, com os críticos falando em "melhor disco do Kiss em 20 anos), e o Clockwork Angels, do Rush, que também é um puta disco e, com certeza, o melhor desde o Counterparts. Acredito que depois do La Futura, o ZZ Top ainda tem bala na agulha pra lançar uns discos muito bons.

Então é isso, galera, se perderam a parte um, é só clicar aqui, e conhecer mais sobre a carreira desse power trio foda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário