quarta-feira, 8 de outubro de 2014

On the Charts #15: Os 30 anos do Powerslave


Sim, finalmente. Depois de prometer por mais de um mês, tomei vergonha na cara e resolvi fazer a postagem de aniversário logo. E foda-se se tá atrasado, o que importa é a intenção :D


Powerslave é o quinto disco de estúdio do Iron Maiden, lançado em 3 de setembro de 1984. Produzido por Martin Birch, foi o lançamento que consolidou o sucesso da formação clássica do Maiden: Dickinson, Murray, Harris, Smith e McBrain. A maior prova disso são as platinas triplas nos EUA e Canadá e ouro na Inglaterra e Alemanha. Além das vendas, o fato da banda raramente tocar menos do que duas músicas do disco por show também joga a favor disso. Quando se vai num show do Maiden, o mínimo que se espera é ouvir Aces High e Two Minutes to Midnight, os dois grandes clássicos do disco e, dentre outros, da banda.


E é exatamente assim que começa o disco. Abrimos com aquela intrincada introdução, guitarras dobradas e a caixa marcando o tempo, oito voltas de puro virtuosismo. Quando termina a introdução, McBrain dá o sinal e começa a porradaria. Velocidade, baixo marcante, guitarras velozes e pesadas e Dickinson gritando sua letra sobre a guerra. É Aces High mostrando a que veio. E, logo após ela, Two Minutes to Midnight. Sou suspeito pra falar dela. Meu primeiro contato com o Maiden foi justamente esse clássico de seis minutos. Não tão veloz quanto a maioria das músicas do Iron da época, ela me cativou pelo riff muito próximo do hard, sua simplicidade aliada aos poderosos solos de Murray e Smith. Enfim, clássico.

Seguindo, temos Losfer Words (Big 'Orra), o instrumental do disco. Um raro exemplar na discografia da banda. Apenas outras três músicas do Maiden são instrumentais, todas elas presentes nos primeiros dois discos, ainda com Paul Di'Anno. Sobre a música, não tem muito o que falar, ela segue um estilo bem característico do Iron: muita guitarra, bateria e baixo se destacando, trocas de tempo, etc. Já Flash of the Blade, a quarta música - que inicia uma sequência de três músicas que nunca foram tocadas ao vivo pela banda - , tem um andamento um pouco diferente do usual, mais lento um pouco. Dickinson não abusa tanto do agudo aqui, pelo menos no início da música. Harris manda muito bem no baixo e a guitarra te dá uma sensação meio de desespero, de claustrofobia, sei lá. Boa música, mas longe de ser um destaque do disco. Diferente da anterior, The Duellists, que fecha o lado A, merecia uma versão ao vivo. É uma música com a cara do Maiden. Destaque para o incrível solo sem bateria no meio da música, e o longo solo que ela apresenta no total. Bela música, é uma daquelas injustiçadas pela banda.

Back in the Village abre o lado B. Apesar de não manter o mesmo nível das mais clássicas, é uma boa música, com bons solos e guitarras rápidas e cortantes e belas progressões. Logo após, temos a faixa título, outra música muito tocada na época do lançamento do disco, mas que não tem o mesmo status de clássica das duas primeiras. Ela tem um "quê" de Deep Purple do Perfect Strangers (que também foi lançado em 1984). Principalmente as guitarras e o modo como Dickinson canta. Não me surpreenderia, pois Bruce é declaradamente fã do Gillan. Além disso, uma curiosidade: o clipe de Holy Smoke, de No Prayer for the Dying, apresenta muitas semelhanças com o de Perfect Strangers. No meio, um grande solo, como de costume. 

Por fim, a quilométrica Rime of the Ancient Mariner. Com letra inspirada em um poema de mesmo nome, possui um andamento um pouco mais cadenciado. Ao longo dos seus 13 minutos, apresenta diversas trocas de tempo. Destaque para a seção do meio, quando tudo para e assim fica por um tempo, apenas com guitarras e baixo, para depois voltar com força. Não vou dar muitos detalhes, pois pretendo postar ela naquela minha esquecida série de épicos (talvez um refresco pra memória ajude vocês). Só o que vocês precisam saber é que uma das melhores músicas da banda, muito querida pelos fãs, tanto que voltou pro setlist há algum tempo. 




Acho que era isso. Powerslave é um baita disco. Talvez não seja o melhor e talvez soe meio cansativo em alguns momentos, mas é um clássico absoluto, um must have pra todo fã de Maiden. Parabéns pelos 30 anos e, fiquem ligados que vai ter a postagem de aniversário, nesse caso do Neil Peart, nos próximos dias. Além disso, sexta feira o Hot Rats, do Zappa, completa seus 45 anos e, por óbvio, meu disco preferido do mestre Zappa não vai passar em branco. 

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