segunda-feira, 7 de julho de 2014

On the Charts #9: Os 35 anos do Communiqué


Já tava pensando nessa postagem ainda no fim de junho, mas acabei deixando só pra essa primeira semana de julho. Era pra ter postado dia 5, mas tiveram uns imprevistos e não rolou. Como o mês começou muito mal, vou ter que correr atrás da máquina pra recuperar.

Aliás se tem uma coisa que eu vou sentir falta do Orkut (sim, eu uso Orkut ainda, bitches, me julguem), é que lá, mesmo com, sei lá, 1/20 do movimento que já teve outrora, as postagens ganhavam umas boas visualizações. Mas não estamos aqui pra falar disso, vamos ao que interessa.

Lançado em 15 de Junho de 1979, Communiqué é o segundo disco de estúdio do Dire Straits. Ainda que tenha sido um pouco criticado por parecer "uma nova versão do primeiro disco, com menos apelo" (e, façamos justiça, o Dire Straits não é uma banda notável por sua mudança de estilo. É mais do mesmo sim, mas com muita qualidade, não sendo motivo de desmerecimento), fez relativo sucesso, vendendo 7 milhões de cópias pelo mundo, e rendeu um single: Lady Writer.

O disco começa com uma das melhores músicas da banda. Once Upon a Time in the West é tudo que define os Straits. Um rock leve, na real um reggae rock, cheio de feeling e ótimo de acompanhar, mesmo com suas sutis trocas de tempo. Bom, é uma música que dispensa comentários. Seguindo, temos News, mais balada que a anterior, mas com um feeling bem legal. Além do clima da letra, que supostamente fala sobre um aventureiro, um "v1d4 l0k4" que nunca para até "fazer parte do noticiário", a voz de Knopfler dá um clima soturno. O final é bem legal, repetindo a mesma linha de bateria, uma pena que não tem um solo nessa música.

Continuando, temos Where do You Think You're Going?, o Lado B do single de Lady Writer. Com uma pegada mais Neil Young (principalmente por causa do violão, e da maneira que é tocado). Tudo segue assim, devagar, meio balada, até que chega o final e Knopfler manda mais um daqueles solos incríveis, carregados de feeling. Nessa música eles souberam muito bem jogar com "luz e sombra". Fechando o Lado A, a faixa título, a mais longa do disco, junto com Follow Me Home, que fecha a bolacha. Ambas beiram os seis minutos. O riff de Communiqué lembra um pouco o estilo do Creedence. Quando entra a letra, desemboca em algo mais sentimental. Como de costume, no final temos outro solo, esse, de mais de 2 minutos.

Pra abrir o Lado B, nada mais apropriado que Lady Writer. Acho que não preciso falar nada sobre ela. Qualquer vivente que curte Dire Straits conhece ela. Dispensa apresentações. Angel of Mercy, a música seguinte, é a primeira que realmente te anima. Todas as músicas desconhecidas do disco, até esse momento, mostram um lado mais triste, mesmo que mantenham a qualidade. Essa é mais animada como um todo, desde o vocal até o andamento, passando pelos solos. Uma das melhores do disco, sem dúvidas.

E para combater isso, vem mais uma baladinha, ainda que eu tenha me surpreendido. Sempre conheci uma outra versão de Portobello Belle, mas a do disco é bem mais legal, menos clichê. Aquele sax da versão ao vivo é um negócio muito anos 80. Essa é mais seca, com um feeling mais afudê. Single Handed Sailor também é uma boa surpresa. Quem se destaca aqui é o baixista, John Illsley, e, é claro, Knopfler, que faz o estilo Sultans of Swing aqui: canta e faz uns solinhos de intervenção entre os versos. Quem ler sua letra, pode ver que tem uns elementos históricos interessantes por ali.

Pra fechar o disco, Follow me Home. Já ligada pelo fim de Single Handed Sailor, começa devagar, com um feeling praiano. Bom, isso não a diferencia da maioria das músicas da banda, mas começa com algo meio latino, uma percussão e uma guitarra muito cool. Lá pelos 2 minutos, entra Knopfler com o vocal. Tenho que dizer aqui que fiz um exercício mental pra lembrar, mas agora me liguei... essa música tem um "quê" de Pink Floyd. E é uma das letras mais curtas do disco, ou seja, mais solo. :D

Bom, galera, eras isso. Communiqué é um disco average, o que não quer dizer de maneira alguma que seja ruim. Um belo disco, como eu disse antes, mais do mesmo, mas, se tem uma banda que sabe fazer um mais do mesmo sem ser mesmice, é o Dire Straits. Curti mais as últimas músicas, são um pouco mais animadas, mas todo o disco tem seus momentos fortes.



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