quarta-feira, 4 de junho de 2014

On The Charts #8: Os 30 anos do The Swing


Me enrolei um pouco pra fazer o On the Charts desse disco, por duas razões. Primeiro, faz muito tempo que eu não ouço INXS, principalmente esse disco, que eu resolvi ouvir todo de novo pra fazer a postagem A outra razão é que eu andei meio sem inspiração, e achei que, como a postagem iria ficar uma bosta se saísse nesses dias, deixei quieto. Mas vamos lá.

The Swing é o quarto disco de estúdio do grupo australiano INXS. Lançado em Maio de 1984 (não se sabe o dia ao certo), foi o primeiro disco que fez sucesso de verdade. Não que os discos anteriores não tivessem músicas de sucesso, mas aqui é quando o INXS sai da Austrália para o mundo de verdade, com vários shows pela Europa e América do Norte. Não é pra menos. Pelo menos duas músicas do disco são clássicos incontestáveis. Original Sin, que se tornou presença constante, praticamente permanente nos setlists da banda até o seu fim, em 2012, e I Send a Message. Mas chega de contar da banda (que mais pra frente vai ter um Nata do Rock Apresenta sobre eles também), vamos ao disco.


Logo de cara, Original Sin. Como manda a cartilha. Maior hit e, sem dúvidas, melhor música do disco. Funkeada, com guitarra, bateria e baixo precisos e o teclado mostrando o riff principal constantemente. Ainda que a melhor versão dessa música seja a versão que virou single e que entrou na coletânea The Years 1979-1997, a do disco é sensacional também. Vale a pena dar uma conferida na versão do Live At Wembley, totalmente de arena.

Seguindo, Melting in the Sun. Uma música esquecida no tempo, mas bem legal. Totalmente oitentista, tanto em seu andamento quando no instrumental, cheio de sintetizadores. Quem mostra seu talento aqui é Garry Gary Bears, o sumidaço baixista da banda. Aposto que vocês nem sabiam quem era o maluco. Mas sim, ele segura muito bem as pontas nos graves da banda, e faz linhas criativas, sem ter que fritar nem nada. Aliás, essa é a tônica do INXS. Não temos nenhum GRANDE músico na banda, mas os seis tinham um feeling inigualável.


I Send a Message, terceira música, é incrivelmente engessada em estúdio. Não que seja ruim, afinal, é um grande clássico da banda. Mas o impressionante é a metamorfose dessa música ao vivo, principalmente no show de Wembley, onde ela ficou mais rápida, pesada e um pouco mais "humana". Temos aqui outra boa performance de Bears na linha de baixo. Seguindo, Dancing On The Jetty. Como o nome sugere, é a mais dançante das quatro primeiras, e totalmente INXS. Fico imaginando aquelas reuniões dançantes, que os coroas sempre falam e, que pelo jeito equivalem às baladas de hoje em dia. A GRANDE diferença é a qualidade da música. E olha que aqui temos um tema típico dos malhados anos 80.

Se Dancing on the Jetty é dançante, The Swing, a faixa título, lembra os melhores momentos de bandas como Australian Crawl e Hoodoo Gurus, claro, sem perder o estilo próprio. A guitarra aqui tá simplesmente sensacional. E nunca para, assim como a bateria carregada de bumbo de Jon Farriss, que é o som que inicia a música.

Abrindo o Lado B, temos Johnson's Aeroplane. Não é das minhas preferidas, meio depressiva demais, mas é uma boa música. O solo de Kirk Pengilly, porém, é sensacional, assim como a letra, tão depressiva quanto a música. Love Is (What I Say) foi outro sucesso da época, bastante tocada nos shows da turnê do Listen Like Thieves, lançado em 1985. Se não me engano, ela inclusive voltou pro setlist da banda em 2011. Não é das melhores do disco, mas é boa.

Face the Change segue essa linha. Boa música, mas nada de incrível. Tem um belo baixo, uma melodia redondinha e um vocal afudê de Hutchence. Tem um quê de Talking Heads essa música. O final faz a gente entender por que Burn For You, a música seguinte, inicia com uma pancada na caixa. É a transição entre as duas músicas, já que Face the Change tem esse fim meio abrupto.


Falando em Burn for You, é uma das músicas mais alegres do disco. A letra, como já puderam ver, fala de amor, claro. Mas ela é simplesmente demais. Lembra daqueles momentos antes do início do relacionamento, quando chega uma pessoa especial em nossas vidas e nos sentimos alegres, do jeito que a música soa. Ahh, ela entrou na coletânea do The Years. Foi uma das mais tocadas do disco ao vivo, entrando nos setlists até mesmo nos shows da turnê do Kick, em 1987/88.

Pra fechar, All the Voices. A música mais longa da história do INXS, com incríveis... seis minutos. Bom, não esqueçam que o INXS era uma banda de pop rock, puxando pro lado comercial. É mais uma daquelas músicas tipo "legal, mas nada demais". Ainda mais pra uma música de seis minutos. As vezes soa meio bagunçada, parecendo mais uma jam. Ainda assim, tem seus momentos, e mostra um lado interessante da banda, alternando luz e sombra de uma forma bem ensaiada.

The Swing é isso. Longe de ser O clássico da banda (acredito que o Kick jamais perderá esse posto e, se perdesse, teria outro postulante antes do Swing), mas é anos luz mais maduro do que a banda vinha fazendo anteriormente. Não é à toa que o sucesso veio mais forte. Disco bom pra ouvir, talvez não por inteiro, mas a maior parte dele. Bom, chega de me demorar por aqui. Parabéns a esse belo disco e... valeu! :D

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