Como entramos em Abril, e tem uma música muuuuito boa que fala sobre o assunto, resolvi trazer ela pra cá. Certamente vocês já me viram falar algumas vezes nela, então não será nenhuma surpresa. Ainda assim, acho que ela merece um lugar nessa série. Aliás, como vocês sabem, pra fazer parte dessa série, a música tem que ter um "quê" de progressivo (senão, muitas músicas do Neil Young, Rush e outros, que fazem naturalmente músicas longas, mas "normais", poderiam entrar). Mas chega de enrolação.
Pra quem não conhece, o Deep Purple teve uma fase bem progressivo-psicodélica no começo. Longos solos de órgão, versões arrastadas para clássicos de Hendrix e Beatles e muito chiado nas gravações. Afinal, são os anos 60, bicho.
Tá, parei,
A formação era Blackmore, Paice e Lord, claro, acrescidos de Nick Simper no baixo e Rod Evans nos vocais. Aquele Rod Evans, lembram? Da treta do Falso Deep Purple. Quem perdeu, dê uma conferida aqui, é uma das primeiras postagens da história do blog. Vale a pena ver, é uma história bem interessante.
Continuando... o ano era 1969. O Purple tentava uma última cartada com essa formação, a Mk I (secretamente, Ian Gillan e Roger Glover já ensaiavam com Blackmore, Paice e Lord. Ainda em 1969, eles entrariam pro Deep Purple, tendo como primeiro registro oficial o Concerto For Group and Orchestra. Já falei dele também, só clicar aqui). Depois de um interessante disco de estreia (olha só, por acaso também falei dele aqui, por causa dos 45 anos. Quem quiser ver, clique aqui
O Deep Purple dos primórdios: Blackmore, Lord, Simper, Paice e Evans |
Ainda assim, não ter feito sucesso não significa que ele seja um disco ruim. Sinceramente, as primeiras 7 músicas do disco, pra mim, são mais do mesmo, boas músicas, mas muito arrastadas e viajadas. A pérola do disco está no final. Por causa dela, esse disco tem um ponto forte. Por causa dela, essa quarta postagem da série está acontecendo.
Mas o que tem de mais em April, além dos 12 minutos e 10 segundos?
Basicamente, April é um esboço, uma "versão de bolso" do que passava na mente de Lord e que alguns meses depois viraria o Concerto. Uma fusão inigualável de orquestra e hard rock onde, durante os primeiros oito minutos (divididos em dois "movimentos" bem distintos - o primeiro, um longo solo de Blackmore, acústico e elétrico, e o segundo, uma peça para uma orquestra de 12 peças, composta por Lord mas onde nenhum membro do Purple toca), o ouvinte é presenteado com um tema muito puxado pra um "medieval" (me lembra algumas coisas do Jethro Tull), e nos últimos quatro, entramos em um rockzão, bem anos 60. Evans, nessa última parte, faz sua participação na música, cantando uma pessimista letra sobre o mês de Abril. Bom, não vou ficar me alongando por aqui.
Quero 12 minutinhos de sua atenção, por favor... apresento-lhes April.
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