Mas para compreender esse disco, é necessário compreender as origens do Queen, inclusive o que veio antes. Então podemos começar por aí... em 1968, Brian May, que estudava no Imperial College, de Londres, colocou um anúncio na própria universidade, procurando por um baterista "do estilo de Ginger Baker", para completar a banda que queria formar, que já contava com Tim Staffell no baixo. Quem respondeu ao anúncio foi Roger Taylor, e logo entrou na banda. O Smile, embrião do Queen, estava formado. A banda fez um sucesso beeeem moderado, assinaram com a Mercury Records em 1969 e tiveram a primeira experiência em um estúdio de gravação no Trident Studios, este, aliás, um importante ponto na história do Queen posteriormente.
Nesse momento, um novo aluno do Imperial College acompanhava fervorosamente os ensaios e shows do Smile. Farrokh Bulsara dava dicas sobre como a banda deveria soar, atuar no palco e coisas do tipo. Em Abril de 1970, então, Tim Staffell deixa a banda. Farrokh convence Taylor e May a continuar, agora com ele na banda, adotando o nome Freddie e mudando o nome da banda para Queen.

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Quanto ao aspecto musical, o debut do Queen vai direto ao ponto. Não é um disco tão influenciado pela mão de Freddie, pelo fato de muitas das gravações serem composições antigas de Brian e Roger. Além disso, aqui temos a única contribuição do Smile num disco do Queen, Doing All Right, creditada a May e Tim Staffell. E a importância do De Lane Lea Studios? Bom, além de registrar as primeiras ideias do Queen mesmo, uma delas foi aceita pelos produtores para entrar no disco, The Night Comes Down. Outros pontos importantes foram a reação da crítica ao disco, dando altas classificações e falando em "uma sonoridade que lembra o Led Zeppelin, e que caminha para ser uma verdadeira força de influência no mundo do rock", além de classificações posteriores, como 19° disco mais influente de todos os tempos, na guitarra.
Ahh, vale ressaltar que a qualidade de gravação do disco é PÉSSIMA, apesar dos bons truques que a banda sabia realizar em estúdio. O som é abafado, misturado, e foram coisas que nem o remaster de 40 anos conseguiu resolver bem.
A bolacha inicia com Keep Yourself Alive, bela música, impactante. Uma das mais polidas do disco, a banda regravou a mesma várias e várias vezes, até obter o resultado esperado. Depois temos Doing All Right, que começa uma bela balada que desemboca num rockzão pegado. Interessante é que temos duas vezes essa seção pesada, e na segunda eu tenho a impressão da guitarra começar MUITO mais alta do que na primeira, coisa que May corrige rapidamente, já na segunda volta do riff. Mais interessante ainda é que no remaster de 2011 o "erro" permaneceu.
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Versão remasterizada de 2011, com o EP bônus |
Liar abre o Lado B. Apesar de eu ter aprendido a curtir esse disco por completo e não conseguir apontar uma música que seja anos luz melhor que as outras, ela e Great King Rat são as que chegam mais perto. Liar é pesada, poderosa, bem planejada e executada, enfim. Além disso, é a música mais longa do disco, com 6 minutos e meio de várias seções rítmicas distintas, e nenhuma delas se repete durante a música, diferente de outras músicas longas do Queen, como The Prophet's Song ou Innuendo.
Seguindo, entramos em The Night Comes Down. Nota-se claramente a qualidade ainda mais inferior de gravação, apesar do solo de Brian May, no começo da música, ser algo inacreditavelmente foda e claro de se ouvir. Uma balada, das melhores do Queen. E o mais legal é que logo após temos uma verdadeira porrada, de menos de 2 minutos, Cantada por Roger Taylor, Modern Times Rock'n Roll é uma pérola, esquecida pela banda no final dos anos 70. Foi uma das primeiras músicas do disco que eu tive contato, e curti na hora.

Analisando o disco como um todo, apesar de ser um debut, que sempre mostra uma banda que ainda não está no auge da maturidade, o do Queen é especial, tamanha a qualidade das composições. Disco visceral, que vale a pena ser ouvido do início ao fim. Como não encontrei, infelizmente, um vídeo no youtube com o disco completo, deixo um link para a playlist, no youtube :D
Gostei da sinopse, bem escrita. Acho que o autor leva jeito...
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