sexta-feira, 5 de abril de 2013

Quinta Underdround #16: Led Zeppelin (4ª Parte)

Hoje trago a vocês a quarta e última parte do Led Zeppelin nesse temático: os últimos 3 discos (ou pros fãs mais exigentes, a "decadência sem precedentes") da banda. Apesar de não serem discos de impacto como um Led Zeppelin II, II ou um Physical Graffiti, são discos com algumas ótimas músicas. Então vamos a eles:

For Your Life, Royal Orleans, Hots On For Nowhere e Tea For One (1976 - Presence)

Ahh, o Presence, o disco mais criticado, xingado e escorraçado pelos ouvintes. Além disso, o disco menos vendido da banda, até menos vendido que o Coda. Foi um período tão turbulento do Led Zeppelin que as ideias ficaram também turbulentas. É um disco pesado, angustiado e visceral. Mas tem várias músicas boas desconhecidas, pelo fato de ser um disco concebido às pressas (pois o Led teve que interromper a turnê que estava fazendo, devido a um acidente de carro que o Robert Plant sofreu, onde quebrou o tornozelo. Ele, inclusive, grava o disco numa cadeira de rodas.), e mixado ainda mais às pressas, pois os Rolling Stones queriam logo a sua unidade móvel (que o Led alugou para gravar e mixar o Presence). Plant, por estar lesionado e em uma cadeira de rodas, apresenta a sua performance vocal mais fraca desde o começo do Led Zeppelin. Sua voz está rouca, cansada. Mas enfim, chega de detalhes, e vamos as músicas.

For Your Life - Bom, sua única performance ao vivo até hoje foi justamente no mítico show de reunião em 2007, com o Jason Bonham atrás da batera. E não decepcionou. Apesar de meio longa (nada comparado a Achilles Last Stand e Nobody's Fault But Mine), como tem várias trocas de seções, nem se percebem seus mais de 6 minutos passando.


Royal Orleans - Musiquinha comum curtinha, audível, não estaria aqui se não fosse o motivo de sua criação: Uma brincadeira com nosso amigo John Paul Jones, que tomou todas, ficou bem "locão", e saiu pra "caçar". Quando Page chegou no hotel, cujo nome dá título a música, descobriu que a "gata" do Paul Jones era a famosa "mulher de negócio", "mulher de tromba". É JPJ, essa vai ser lembrada mesmo depois de todos os membros do Led morrerem, ficou imortalizada no disco.

Hots On For Nowhere - Boa música, tem um andamento bem interessante da batera do Bonham, além de um feeling mais funky.

Tea For One - Bom, acredito que quem curte Since I've Been Loving You curte essa na boa. É um bluesão de raiz, com uma introdução pesada e cheia de trocas de tempo da guitarra de Page, o que até engana o ouvinte pela primeira vez. Depois disso desemboca nesse belo blues de 9 minutos, cheio de solos, vale uma conferida.

Fool In The Rain, Hot Dog, Carouselambra (1979 - In Through The Out Door)

Bom, o disco já foi comentado aqui (uma das primeiras postagens do blog, pra ver é só clicar aqui), então não tem muito o que falar fugindo do que eu já disse antes. É um disco dominado pelos teclados do Paul Jones, porque o Page tava afundado na heroína, e depois de menos de 20 shows da turnê do disco, John Bonham morreu, o que daria fim à banda.

Fool In The Rain - Apesar de ser muito longa, tem uma bateria simplesmente genial do Bonham, o que prova que só ele e o Paul Jones mantiveram a forma durante todo o Led Zeppelin. Além disso, tem a primeira e única aventura do Led Zeppelin pelo samba xD isso que é samba rock.

Hot Dog - Um verdadeiro rockabilly do Led Zeppelin. Junto de In The Evening e All My Love, foi uma das únicas a ser tocada ao vivo.

Carouselambra - Nada a declarar, mais negócio ver a postagem dedicada a ela aqui.

Poor Tom, Walter's Walk, Ozone Baby e Darlene (1982 - Coda)

A despedida do Led Zeppelin com John Bonham, os outtakes de outros discos que são reunidos em Coda não são do nível de um disco clássico do Led (óbvio, se as músicas ficaram de fora deles é porque não eram boas o suficiente), mas juntas até que fizeram uma boa mistura. Noves fora We're Gonna Groove e I Can't Quit You Baby, ambas registradas no DVD Live At Royal Albert Hall 1970, e que foram transformadas em "músicas de estúdio", sendo que a primeira até recebeu uma nova track de guitarra de Page, o resto são sobras do passado da banda, músicas pouco conhecidas. Algumas, porém, são muito boas:

Poor Tom - Deixada de fora do Led Zeppelin III, é uma música legalzinha. Apesar do maior destaque ser a bateria intrincada e rica em detalhes do Bonham, acredito que entraria facilmente no disco, no lugar de Hats Off To (Roy) Harper, que até hoje não me desce muito bem.

Walter's Walk - Com uma guitarra funky e um andamento bem forward, essa música ficou de fora do Houses Of The Holy. Chegou a ser apresentada ao vivo, inclusive está registrada na medley de 25 minutos (#putaquepariuPage) do How The West Was Won, junto com Dazed And Confused (afinal, o que é uma versão de Dazed com menos de 15 minutos, né?), e The Crunge, outra faixa bem funky, mas essa entrou no disco.

Ozone Baby - Pra mim é uma das melhores do disco. Uma das três que ficou de fora do In Through The Out Door e que entrou no Coda (as outras são Darlene e Wearing And Tearing), tem vários destaques, como uma estrutura coesa (o que era raro no In Through, visto que geralmente as músicas tinham mais de 5 minutos, o que poderia facilmente transformá-las em músicas dispersas), além de efeitos vocais do Plant (em estúdio isso era raríssimo, mas ao vivo Plant já fazia isso desde 1977), e um baixo de 8 (sim OITO, tipo guitarra de 12 cordas, que são 6 pareadas, mas aqui são 4) cordas usado por Paul Jones, o que encorpou bastante o som do baixo na música. Se usado de maneira diferente, pode facilmente ser confundido com uma guitarra, como nesse vídeo aqui.

Darlene - Divertida, mas um pouco longa. Apesar da diferença no estilo, me lembra Hot Dog, que é outra faixa divertida.

Faixa bônus: Hey Hey What Can I Do


Merece estar aqui porque é uma música melhor que qualquer uma do Coda, mas ficou de fora dele. Ela já era uma B-side de Immigrant Song, e entrou apenas na versão bônus do Coda.

Então eras isso, galera... semana que vem começa o Quinta Underground do Red Hot Chili Peppers.

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