terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Uns minutos de sua atenção, por favor #1 : Carouselambra

Bom, como prometido, novo temático. Esse vai tratar de épicos, ou músicas longas que são foda mesmo.

Começaremos com uma música nada convencional. Quinta música do irregular In Through The Out Door, oitavo disco de estúdio do Led Zeppelin e último com John Bonham vivo, é uma tecladeira louca. Mas para entender o porquê de tanto teclado, voltemos para o início: a concepção do disco.
Depois do fraco Presence, no qual Jimmy Page teve de tomar as rédeas, devido ao sério acidente de Robert Plant e, por isso, é um disco muito mais pesado, guiado pelas guitarras (é o único disco do Zeppelin que não tem violões, exceto por um inaudível violão acústico em Candy Store Rock), a coisa mudou de figura. Não havia mais um Jimmy Page para "carregar a banda nas costas", já que o guitarrista estava mais afundado nas drogas do que nunca. Coube então a John Paul Jones e Plant essa tarefa. Enquanto Plant, como sempre, foi parte importante do processo criativo, à exceção de Presence, JPJ estava maravilhado com seus brinquedinhos novos: seus teclados.

As 6 capas diferentes do In Through The Out Door : pra o comprador não saber qual era a capa que estava levando, a capa do disco era envolta num saco tipo de pão.
Essa é a razão de, em toda música do In Through The Out Door ter UMA PORRA DE UMA TECLADEIRA, às vezes infernal, devo dizer. Contribuindo para isso, JPJ e Plant gostavam de ensaiar de dia, enquanto que Page e Bonham preferiam a noite. Isso fazia com que os dois apenas completassem a ideia concebida no dia, muito provavelmente atrás de um teclado.
Apesar de todos esses "problemas", In Through The Out Door saiu infinitamente melhor que Presence. Aqui temos uma pauleira desatada (In The Evening), uma mistura louca de ritmos que envolve até samba (Fool In The Rain), um divertido rockabilly (Hot Dog - junto com In The Evening, são os momentos de Page no disco), uma baladinha que, apesar de ser extremamente melosa, é um clássico do Zeppelin (All My Love), duas musiquinhas que não fedem nem cheiram (South Bound Saurez e I'm Gonna Crawl), e a Carouselambra. Sem mais delongas, vamos à música.

Quando eu vi o nome pela primeira vez, pensei que fosse algo macabro, sombrio de verdade. E no começo parece isso. Começamos com uma pesada tecladeira de Paul Jones, em um ritmo rápido onde o baixo, pulsante, também se destaca.
Nos primeiros 4 minutos, temos 3 estrofes assim, com um contratempo entre a segunda e a terceira, e depois da terceira, e após um solo de teclado, a música passa por uma parte com uma guitarra mais proeminente, ainda acelerada, e desemboca em uma parte completamente viajante, lenta, arrastada, com Plant estendendo as palavras. Além disso, a guitarra de Page é muito importante nessa parte, se tem a sensação de que ele está usando o arco de violino, de tão espancada que é a guitarra.
Essa parte, arrastada, que se intercala com aquela que veio imediatamente antes, se estende por uns 3 minutos. E então, depois disso, temos o Led Zeppelin fazendo música de discoteca dos anos 80. Adivinha qual instrumento se destaca e torna isso possível? Acertou, o teclado.

Bom, não tem como descrever muito, só ouvindo para entender a fodalhonice dessa música. Agora, por favor, 10 minutinhos de sua atenção: Com vocês, CAROUSELAMBRA!



Um comentário:

  1. Escolheste a banda cera pra começar a seção "épicos", jovem...rsrsrrs

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