Bom, resolvi fazer essa postagem hoje porque ontem ia ter um dos poucos shows que valeria a pena ver nesse Rock In Rio: O Red Hot Chili Peppers. E não me arrependo, grande show, salvou a noite, apesar do bom show do Capital Inicial.
Mas não estou aqui pra falar do Rock, Axé, Pop In Rio. O assunto da semana, e de alguns meses atrás já são os 20 anos de uma verdadeira revolução na música, chamada Nevermind.
Em 24 de Setembro de 1991 era lançado o disco que mudaria boa parte do rumo do Rock, esse que andava já com as pernas meio bambas no fim dos anos 80. As clássicas bandas dos anos 70 já estavam na decadência, ou já haviam acabado mesmo.
Por exemplo, o Led Zeppelin já havia acabado há quase 10 anos. O Deep Purple havia voltado, porém sem o brilho dos anos 70. O Black Sabbath passava por tempos sinistros, com constantes mudanças de vocalista e com Tony Iommi como único membro original. The Who não produzia um disco de estúdio há quase 10 anos. O Queen caminhava para seus últimos passos com Freddie Mercury em vida, 2 ótimos discos.
Durante esse tempo, surgiam bandas mais preocupadas com o visual do que com a música, propriamente dita. Exemplos disso são o Ratt, Tigertailz, Twisted Sister (esse principalmente...), e em menor escala (bandas que ainda faziam um som interessante) Scorpions, Bon Jovi e Guns'n'Roses.
Em meio a isso, surgiam bandas com um som sujo, pesado e um visual que lembrava o punk de Ramones e Sex Pistols, porém não tão exagerado: a desconhecida Black Flag, Sonic Youth entre outras. E por indicação do Sonic Youth, a próxima banda que assinou um contrato com uma gravadora grande foi o Nirvana.
Em 1989 o Nirvana já havia gravado um bom disco, Bleach, de estreia. Porém era apenas isso, um bom disco, nada incrivelmente relevante. Bleach era um disco de grunge onde a melhor (ou pelo menos a mais conhecida) música do disco era a mais pop, inclusive uma música que Kurt Cobain não gostava muito, About A Girl.
O mundo ansiava por uma revolução, e ela veio com Nevermind. Um disco completamente diferente, agressivo, sujo, pesado, à frente de seu tempo. O Nirvana fez com que, se sua banda fosse de Seattle, assinasse contrato com gravadora, praticamente. Sua capa virou referência, totalmente clássica. Acredito, assim como já foi bem falado, que Kurt e sua trupe não esperavam por esse sucesso repentino. De uma hora para outra, o Nirvana virou a maior banda do mundo, era MTV e rádios tocando incessantemente Smells Like Teen Spirit, Come As You Are e por aí vai. Acredito que o Nirvana foi a última banda a fazer uma revolução como essa na música, e dificilmente algo desse tamanho vai se repetir.
Música pra refletir, uma versão de Come As You Are que arrebenta com tudo, sendo incrivelmente leve...
Por fim, um aniversário também importante. Como está no título, ontem também foram os 20 anos de um dos melhores discos do Red Hot Chili Peppers: O Blood Sugar Sex Magik. Um clássico, definitivamente, com o seu bom e velho rock bem funkeado. Claro que não teve o mesmo impacto do Nevermind, nem de perto.
É como disse o Flea: "A gente ligava no rádio para ouvir "Give It Away", mas só tocava Nirvana". Uma pena que o momento fosse do Nirvana, esse discaço do Red Hot merecia mais destaque na época...
Aí é que vemos que o rock está aos poucos morrendo. Quando, depois desse 24 de Setembro de 1991 foram lançados dois discos parecidos com esses, no mesmo dia? Pois é...
Nessa semana ainda farei uma postagem sobre depoimentos do Nirvana sobre o Nevermind. Fiquem ligados, agora o blog voltou pra ficar.
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