sábado, 10 de janeiro de 2015

Shows Históricos #17: Cream - Live at the Royal Albert Hall

Sim, depois de quase um ano inativo, esse temático consagrado do blog volta, e volta com um show DAQUELES. Confesso que não estava pensando em retomar o Shows Históricos ainda, mas passando pelo youtube, vi esse baita show (que eu nem sabia que havia acontecido), e não pensei duas vezes em incluí-lo no panteão dos concertos mais memoráveis da história do rock.

Várias são as razões. Primeiramente, o Cream apareceu raras vezes aqui no Nata. Porra, o nome do blog tem uma certa identificação com o nome da banda. É uma afronta que ela tenha apenas duas aparições, as duas durante os últimos 20 dias e, pior, as duas como uma das bandas relacionadas, nunca como protagonista. Além disso, considero que, claro, nas circunstâncias que aconteceu, foi um show histórico, mas, mesmo assim, o que potencializou isso muito fortemente foi a morte de Jack Bruce, baixista e vocalista da banda. 

E por que isso? Muito simples. Esse show me lembra o Live 8, do Pink Floyd (que foi o primeiro show histórico) em alguns aspectos. Tanto Cream quanto Pink Floyd não tocavam juntos há anos. Claro, o tempo do Floyd era menor. Dez anos (se considerar um show com Waters, mais de 20), contra quase 40 anos do Cream (fora o Hall of Fame de 1993, é claro). Ambos os shows (no caso do Cream, a turnê) representaram as despedidas das formações originais: Rick Wright, tecladista do Floyd, morreu em 2008, vítima de um câncer, e Jack Bruce, como disse anteriormente, morreu há 2 meses, em outubro, de problemas no fígado. Felizmente, o Cream fez quase dez desses shows de reunião, e os registrou devidamente em um DVD, mostrando toda a maturidade e a sabedoria de uma banda que, quase 40 anos depois de seu último show, regressa ao Royal Albert Hall, palco de seu último espetáculo em 1968, para desfilar duas dezenas de seus maiores clássicos, compensando com tecnologia e técnica de sobra o que a idade levou embora de vigor físico. 
Quanto ao show, só vendo pra entender. A banda, como disse anteriormente, está incrivelmente coesa e interpretando suas músicas a contento, a despeito da idade de seus integrantes: à época, Jack Bruce estava com 62 anos, Eric Clapton com 60 e Ginger Baker com 66. Além disso, o Cream dispõe aqui de uma tecnologia logicamente impensável nos anos 60: um gigantesco telão de chão, que serve mais como painel luminoso na maioria do tempo, qualidade de gravação e instrumentos/equipamentos de primeira categoria, etc, tudo sintetizado na forma de um grande espetáculo, do nível desse grande power trio. Pra quem é fã, sabe que isso foi histórico, por isso está nessa seção. Pra quem não é fã e/ou não é iniciado na discografia da banda, vale a pena conferir o show porque muitas músicas aqui, como Toad e White Room, ganharam, com o advento da tecnologia e com a experiência/técnica aprimorada dos três, versões mais coesas e mais "smooth". 

Bem, chega de papo... com vocês, Cream!


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