quarta-feira, 6 de março de 2013

Chorão

Surpresa. Foi o que eu senti quando estava trocando um simples diálogo com minha colega na aula hoje.
O diálogo foi o seguinte:
Ela - Bah, que coisa esquisita... todo mundo morrendo de uma vez agora... ontem o Chávez, hoje o Chorão...
Eu - O que? Pera, como assim o Chorão?
Ela - É.
Eu - O Chorão? Certeza? Quando isso?
Ela - Ahh, eu vi hoje nas notícias.

Como eu tinha acordado e ido direto pra aula, não sabia de nada, mais ou menos o que aconteceu quando morreu o Michael Jackson (e uma postagem do blog conta isso, só clicar aqui). Essa minha surpresa foi mais pelo fato de pensar que o Chorão tinha só 42 anos, e que o Charlie Brown Jr. tava com uma formação parecida com a original há menos de 2 anos.

Vou falar bem na real... assim como nunca fui fã de carteirinha da banda, nunca fui hater, como existem muitos por aí. Na verdade, a minha bronca era mais com o Chorão mesmo, que muitas vezes agia como um idiota, brigando com fãs, com outros músicos e com a própria banda. Não era aceitável o fato do cara demitir praticamente toda a formação original, que, aliás, era composta por grandes músicos (os caras são bons mesmo), porque não eram do agrado dele.

Mas broncas à parte (pois todos tem defeitos), o Chorão deixou o nome gravado na história do rock brasileiro. Não por ser um grande letrista ou então por ser um ótimo vocalista (o que ele não era, sinceramente), mas por ser um elo de uma geração que poderia ter crescido sem conhecer mais do rock brazuca.

Chorão com seu Charlie Brown é como Rodolfo e seu Raimundos, as poucas bandas da década de 90 que mantiveram o rock nacional na moda, na rádio. Cresci ouvindo nas rádios um "maluco skatista" gritando "MEU, TU NÃO SABE O QUE ACONTECEU... OS CARAS DO CHARLIE BROWN INVADIRAM A CIDADE!!!". E isso fez bem pra nossa geração. O LEGADO deixado por Chorão é importante.

Bom, e o Charlie Brown, o que esperar deles agora?

Sinceramente? Que acabem a banda, respeitando o fato do líder dela não estar mais entre nós. Saber parar é um ato de respeito, assim como o Legião Urbana fez quando morreu Renato Russo.

E, também, temos que lembrar que o Chorão estava passando por uma fase difícil ultimamente. Ele tinha defeitos, como todos temos, mas fica muito mais difícil combatê-los quando se está deprimido por ter saído de um relacionamento e estar sozinho.

Obviamente Chorão morreu de overdose, quanto a isso não tenho dúvidas. Assim como tenho certeza que ele estava usando drogas talvez para escapar desses momentos, mesmo que fosse por um instante. Mas onde quer que esteja, pelo menos agora se livrou de tudo isso, do peso que carregava com sua depressão.

Vai com Deus, velho, e que a música do Charlie Brown seja lembrada pelas novas gerações, pra elas nunca se deixarem levar por coloridos que acham que são rock.

"O homem quando está em paz não quer guerra com ninguém" - Chorão, 1970-2013






Nenhum comentário:

Postar um comentário