quinta-feira, 14 de junho de 2012

Resenha #3 : Neil Young - Le Noise



Fazia tempo que eu não resenhava um disco aqui no blog (o primeiro e único que eu fiz resenha até hoje foi Jupiter/Mars, os dois discos do Stadium Arcadium, do Red Hot Chili Peppers. Então resolvi pegar algum que não é tão lembrado. Muito disso se deve ao fato da vasta discografia de Young ter discos absolutamente memoráveis, como Everybody Knows This Is Nowhere (1969), Harvest (1972), On The Beach (1974), Rust Never Sleeps (1979), entre outros.

Também não ajuda muito o fato dos discos, a partir da Era Geffen, variarem por muitos estilos e gêneros, inclusive na maioria sem os fiéis escudeiros da Crazy Horse. Isso gerou vários discos esquecíveis, como Trans e Eveybody's Rockin', e outros horríveis, como Landing On Water, que é um tremendo lixo. Apesar disso Young teve vários bons momentos novamente, principalmente depois de voltar para a Reprise, o selo onde lançou seus maiores clássicos. Discos como Freedom, Harvest Moon e Mirrorball (com um tal de Pearl Jam como banda de apoio) comprovam isso.

Bom, indo para o escolhido de hoje, Young, depois de vários discos de gêneros variados, dispensou a Crazy Horse de seu penúltimo disco (na verdade desde o conceitual Greendale eles não tinham trabalhado mais juntos, até o novo disco). Era ele e o violão. Ou não.

Le Noise é um disco completamente diferente de tudo que Young já fez, porque além de ter sido gravado numa mansão em Los Angeles, é o peso, sem suas bandas de apoio, acompanhado de seu vocal. Ou seja: ele simplesmente abandonou a fórmula violão/voz pra adotar a fórmula Les Paul suja e distorcida/voz. O resultado, apesar de interessante, é bem estranho.

De cara o disco já começa com um acorde poderoso, agressivo, a cara do Neil Young. É Walk With Me, primeira música do disco, aliás, grande música. É meio enrolada no final, com aqueles efeitos malucos, mas é um destaque do disco. Logo após vem Sign Of Love, que tem um riff que lembra vagamente This Note's For You, do disco homônimo, também de Neil Young.. Só que, é claro, mais pesada. E tem uma bela letra, essa música viraria um clássico se fosse feita com o violão, melhor ainda do que já é. Infelizmente Neil Young errou na escolha dessa vez. Depois dessas duas, vem Someone's Gonna Rescue You, uma música de menos destaque.

Quando eu falei que o disco é sujo, pesado e agressivo, é e não é verdade. A quarta música, Love And War, na minha opinião, é a melhor do disco, e foi feita com violão, ela é acústica. Não tem muito o que falar, é uma letra linda e uma melodia igualmente linda.  Angry World, que vem depois, mais uma vez, segue a linha principal do disco, pesada, mas com uma das tantas letras incríveis de Young.
Hitchhiker é outro destaque do disco, mas também é um "mais do mesmo". Guitarra bem pesada.
Após essa sequência pesada, vem o segundo momento acústico do disco: Peaceful Valley Boulevard. É a maior música do disco, com 7 minutos e 10 segundos de duração. Mas cada segundo vale a pena nessa música, é linda, e principalmente pelas linhas vocais de Young, o que é algo raro, já que vocal nunca foi o forte dele, e sim a guitarra.
Para finalizar o disco vem Rumblin', com muitos efeitos, mais ou menos como Walk With Me.

Junto com o lançamento do disco, Young lançou um filme, onde ele interpreta todas as músicas, provavelmente na mansão onde foi gravado o disco. Pra quem quiser ver é esse aqui:



Apesar de soar muito estranho, experimental e repetitivo de cara, Le Noise vale algumas audições posteriores, quando se transforma num belo disco. Pra mim, nota 7,5.

E pros fãs do Neil Young: não esqueçam que saiu o disco novo dele, Americana, semana passada. É, como foi dito na postagem, a primeira contribuição de Young com a Crazy Horse desde o Greendale, lançado em 2003.

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