E o nosso especial segue, agora com um velho conhecido do blog, que anda adormecido. Como todas as bandas, o Titãs também é uma banda que tem ótimas músicas pouco lembradas. Como a história da carreira completa da banda vocês podem encontrar nas três postagens anteriores, vou direto ao ponto.
Babi Índio e Balada Para John e Yoko (1984 - Titãs)
Confesso que escolher músicas boas desconhecidas do debut da banda não é tarefa fácil. Nem o arranjo das conhecidas era decente. Todos sabem que as versões de sucesso de Marvin, Sonífera Ilha, Go Back, Toda Cor e Querem Meu Sangue são as que vieram depois, com um maior amadurecimento musical da banda. Mas tem duas músicas que até podem soar bobas, mas são legaizinhas.
Babí Índio - Mais ou menos grudenta. Além disso, Branco manda bem aqui.
Balada Para John e Yoko - A letra é uma bosta, mas vale pelo instrumental, bem fiel à original.
Pavimentação, Tudo Vai Passar, O Homem Cinza e Autonomia (1985 - Televisão)
Já aqui é mais fácil de falar alguma coisa. A banda mostrou uma bela evolução no seu segundo disco, ainda que não tivesse atingido um ponto máximo (e que pra mim também não aconteceu no Cabeça Dinossauro. A banda só ficou craque mesmo nos arranjos a partir do Jesus Não Tem Dentes). Além disso, muitas músicas desse disco ficaram paradas no tempo, ou foram tocadas até poucos anos depois do lançamento e esquecidas.
Pavimentação - Um bom exemplo do que eu disse antes. Não foi lançada em single, mas foi tocada até início dos anos 90. Hoje em dia, ninguém lembra dela. Injustiça. Já a TERRÍVEL Dona Nenê eles andaram tocando até ano passado.
Tudo Vai Passar - Pela letra, uma baladinha. Pelo instrumental, um rockzinho. Bem legalzinho.
O Homem Cinza - Uma das melhores músicas dos Titãs. Queria que o Nando tivesse tocado ela no show que ele fez aqui em Porto Alegre. Acredito que sequer tenha sido tocada ao vivo, o que é um crime. Tem uma divertida letra e um arranjo sensacional.
Autonomia - Um riff decididamente punk. A letra, sobre o dilema entre jovens, pais e a autonomia. E, de brinde, um Miklos com voz de Sérgio Britto, o que acontece às vezes em estúdio, de ambos os lados.
A Face do Destruidor, Tô Cansado e Dívidas (1986 - Cabeça Dinossauro)
É realmente difícil encontrar músicas desconhecidas num disco tocado à exaustão, por isso peguei as que foram menos tocadas até hoje ao vivo.
A Face do Destruidor - Mais como uma brincadeira mesmo, onde experimentaram uns efeitos de reverter a track instrumental e etc. Até era tocada nos anos 90 com um arranjo mais "normal", mas na turnê de 25 anos do Cabeça, eles tocaram ela como tem que ser.
Tô Cansado - Uma das três músicas do Branco no disco. Duas estão aqui, e a outra é a faixa título. Difícil entender porque não gosto tanto assim dele?
Dívidas - Pelos dados no setlist.fm, muito provavelmente ela foi pouco tocada na época do lançamento do disco e foi mais lembrada agora, quando eles tocaram o disco na íntegra. É uma boa música, é meio que um ska. Tipicamente paulista, falando de economia :D
Corações e Mentes, Infelizmente, Mentiras e Armas Pra Lutar (1987 - Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas)
Tão difícil quanto escolher as do Cabeça é escolher as desse disco. Fora os quatro hits, o resto do disco se divide em músicas que soam mais como vinhetas quase sem letra (pra quem não é fã soa como uma encheção de linguiça do caralho), e outras mais, digamos, "normais".
Corações e Mentes - Uma música que já existia antes do disco ser lançado. Era tocada na turnê do Cabeça Dinossauro e, inexplicavelmente, saiu do setlist depois do lançamento do Jesus. Com um ótimo andamento, cheia de efeitos eletrônicos, mas soando natural. Seria épico ver ela ao vivo hoje em dia.
Infelizmente - Aqui temos um exemplo das "músicas vinheta". Nando reis segura praticamente duas notas em toda a música, que dura apenas um minuto e meio. A história que Sérgio canta durante ela, porém, é interessante.
Mentiras - Cantada por Sérgio, e não por Miklos, como pensava antigamente, curta, mas pesada.
Armas Pra Lutar - Branco quase cuspindo os pulmões pra fora nessa música. Nem fudendo que eles tocam ela hoje em dia, ele não tem mais fôlego pra cantar assim.
Miséria, Racio Símio, O Camelo e o Dromedário, Palavras, Medo, Faculdade e Deus e o Diabo (1989 - Õ Blésq Blom)
Esse disco sofre do caso muito comum de uma ou duas músicas serem hits tão grandes que o resto fica ofuscado. Eu até não ia incluir Miséria aqui, por ter sido single e estar em evidência na época do acústico, mas aí eu parei pra pensar e... bom, já faz tempo pra cacete desde o acústico. Já 32 Dentes eu deixei de fora porque eles andaram tocando ela na turnê do Inédito.
Miséria - Uma Diversão aprimorada. Com letra forte, o jogo de "ping-pong" dos sintetizadores de bateria entre os lados do falante são cativantes. Os teclados, idem. Acredito que esse seja o disco mais inteligente dos Titãs em relação a letra. A parceria definitiva entre Titãs e Liminha.
Racio Símio - Cantada por Nando Reis, mostra divertidas afirmações do dia-a-dia, como "é dos carecas que elas gostam mais", "a soma do quadrado dos catetos é o quadrado da hipotenusa" e "quem come prego sabe o cu que tem".
O Camelo e o Dromedário - Uma das músicas mais zuadas da banda. Cantada por Miklos. O baixo do Nando tá sensacional aqui.
Palavras - Um jogo de palavras sobre... palavras. Coisas do Sérgio.
Medo - Reta, rápida e berrada por Arnaldo. Dá uma sensação de velocidade e claustrofobia.
Faculdade - A outra música do disco cantada por Nando. Faz um divertido jogo de palavras com vocábulos tipo o do título da música.
Deus e o Diabo - Mais uma das "maluquices eletrônicas" da banda. O solo parece uma metralhadora espacial ou algo do tipo. Mas é muito foda.
Bom, era isso. Aliás, por hoje era isso. Prometi 4 e entreguei 3. É a vida :P mas não estaria certo se o Quinta Underground saísse na sexta mais uma vez.
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